Arquivos • 12 Ago 2021
Modernos • 16 Ago 2021
Radford renasce com a interpretação moderna do Lotus Type 62
O Lotus Type 62 foi um automóvel de competição, concebido com base no Type 47, que por sua vez tinha por base o Lotus Europa e destinava-se a servir como automóvel de testes para o motor Type 907. Desenvolvido segundo as regras do Appendix J da categoria de protótipos de Grupo 6 da FIA. Marcou o fim deste tipo de automóveis de competição da Lotus, competiu apenas em 1969 e com sucesso limitado, por culpa de problemas do bloco do motor derivado da Vauxhall, no entanto, venceu a primeira prova onde entrou, a BOAC 500.
Foi desenhado por Martin Waide da Lotus Components, utilizando um chassis tubular e suspensões derivadas da Fórmula 1. O motor era o novo LV240 de 2,0L de cilindrada e duas árvores de cames à cabeça, que desenvolvia 240cv. Este motor iria evoluir para o Type 907 que equiparia os automóveis Lotus Elite, Esprit, Eclat e Excel.
Apenas dois exemplares do Type 62 foram produzidos, algo que a Radford pretende mudar, com uma interpretação do século XXI do automóvel. Harold Radford fundou a sua carroceira em Londres, em 1940, para produzir carroçarias especiais para os Rolls-Royce e Bentley, além do Mini de Ville, o modelo mais luxuoso do pequeno automóvel britânico, também esteve envolvido no projecto inicial do Ford GT40.
Em 2021, a Radford foi reativada, sendo agora gerida por várias personalidades do mundo automóvel, como o apresentador Ant Anstead, o antigo Campeão do Mundo de Fórmula 1, Jason Button e o designer Mark Stubbs. O objectivo é produzir projectos especiais e limitados, com base em automóveis icónicos do passado.
O seu primeiro automóvel é o Lotus Type 62-2, que se inspira no conceito original do automóvel de 1969, com o apoio oficial da Lotus. Este automóvel de dois lugares, mantém as medidas compactas de 1.133mm de altura, assim como o design, com as cavas das rodas pronunciadas e entradas de ar laterais. O chassis é construído em alumínio, utilizando componentes do Lotus Evora, enquanto a carroçaria é produzida em materiais compósitos.
O automóvel conta com três níveis de especificações, o Classic, o Gold Leaf e o John Player Special. Todos partilham o motor V6 de 3,5L de cilindrada com compressor volumétrico, o mesmo motor que será utilizado no Lotus Emira, colocado numa posição central traseira. Na especificação Classic, o Type 62-2 debita 436cv e é o único com caixa manual de seis velocidades. No Gold Leaf o motor sofre alterações significativas, como novos pistões, bielas, árvores de cames e um novo mapa electrónico, para a potência ascender aos 507cv. No JPS além das alterações anteriores, este recebe ainda um compressor Harrop TVS1900, passando a debitar 608cv. Nestes dois últimos, os automóveis são equipados com caixa de dupla embraiagem de sete velocidades e autoblocante electrónico.
Além das alterações mecânicas, os três níveis de especificações diferem também noutros campos. Nenhum tem direcção assistida e todos têm travagem AP Racing e suspensão com quatro níveis de ajustes. O Classic vem equipado com jantes 17” na frente e de 18” na traseira. O Gold Leaf, além da decoração idêntica à utilizada no Type 62 original, e das asas traseiras, a Lotus ajudou a desenvolver a carroçaria para uma maior força descendente. Tem ainda disponível ABS e controlo de tracção, assim como as jantes passam para 18” na frente e 19” na traseira. O JPS acrescenta ainda travagem em material carbocerâmico. Como opção, todos podem vir equipados com ajuste hidráulico da frente, para poder passar irregularidades com mais facilidade.
Mas a tecnologia não foi posta de parte já que o Type 62-2 vem equipado com câmaras que substituem os espelhos retrovisores, painel de instrumentos de 6 polegadas totalmente digital e configurável, sistema de WI-FI e faróis em LED.
A produção será limitada a 62 unidades. Os preços ainda não foram revelados, mas as primeiras entregas estão previstas para o início de 2022.