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O Museu Mercedes-Benz, em Estugarda, dá aos milhares de visitantes que recebe todos os anos, a oportunidade de vislumbrarem os mais marcantes automóveis da marca. Um deles é um Mercedes-Benz 200D de 1988, um táxi português que foi assistido na Sociedade Comercial C. Santos e que impressionou a Daimler.
O Mercedes-Benz 200D W124 percorreu 1,9 milhões de quilómetros, ao longo de 13 anos como táxi no Porto, pelas mãos de José Mota Pereira. A Sociedade Comercial C. Santos entrevistou José Mota Pereira (Mota & Pires, Lda.). Na entrevista o profissional, que, aos 77 anos, continua a trabalhar, desvenda o desenrolar do processo da ida do seu táxi para o Museu da Mercedes-Benz, onde está desde 2006. “A Mercedes procurava um veículo que tivesse muitos quilómetros, e, naturalmente, em bom estado de conservação. As duas coisas terão motivado a Mercedes a interessar-se. Depois, mais à frente, entraram em contacto comigo para negociarmos o automóvel e eu dispensar o veículo ao Museu”.
Na altura, a Daimler pediu à Mercedes-Benz para ver junto da rede oficial de oficinas da marca os registos de quilometragem das viaturas assistidas, tendo chegado a José Mota Pereira através da Sociedade Comercial C. Santos. O Mercedes-Benz 200D W124 de 1988 foi adquirido pela Mercedes-Benz por 5000 euros, o valor comercial da viatura em 2006. O automóvel tinha, entretanto, sido substituído, pelo táxi que José Mota Pereira conduz actualmente (um Mercedes-Benz Classe E W210 de 2001). O W124 era, em 2006, utilizado por um dos dois filhos do motorista de táxi. “Tinha-lhe oferecido o automóvel porque ele adorava aquele veículo. O meu filho mais velho dizia ‘tu não tens garagem suficiente para guardar o automóvel, vais ter dificuldades, deixa ir o veículo, porque ao menos assim vamos à Alemanha dar um passeio e vemos o automóvel na Mercedes, porque eles vão estimá-lo melhor do que tu”.
Tomada a decisão de venda, a história teve mais um foco de interesse. Em circunstâncias normais os veículos são transportados para o Museu Mercedes-Benz de camião. Mas não no caso do 200D de José Mota Pereira. O técnico da Daimler, que veio buscar a viatura ao Porto, cancelou o transporte por camião assim que viu o excelente estado de conservação. Decidiu, no momento, que ia regressar à Alemanha a conduzir. E a viagem correu lindamente.
Para José Mota Pereira, recordar o W124 é como falar de um membro da própria família. É um automóvel que fez parte da sua vida profissional e pessoal e por isso, ainda hoje, é um automóvel muito especial para o motorista de táxi, que se comove quando fala no veículo. “Evito muitas vezes falar do automóvel, porque às vezes a gente faz um papel um pouco chato de se emocionar por causa de um veículo. Fez parte da nossa vida e foi uma ferramenta que nos ajudou”. Acrescentou ainda “aquele carro nunca andou em cima de um camião devido a uma avaria”.
A relação que tem com a Mercedes-Benz e com a Sociedade Comercial C. Santos é histórica e de proximidade. Aliás, o Mercedes-Benz Classe E W210 de 2001, vai pelo mesmo caminho em termos de conservação. “As pessoas não acreditam, por exemplo, que o tablier e a consola de madeira é de origem. Eu às vezes digo “Se calhar tenho que dar umas riscadelas, para acreditarem que isto é original”, brinca Mota Pereira.
A ligação com a marca e com a Sociedade Comercial C. Santos tem décadas e o motorista de táxi não se poupa a elogios. “Sou muito estimado na Mercedes e as pessoas são muito atenciosas comigo. É uma casa que respeita muito quem lá vai com o seu automóvel.
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