Clássicos • 05 Dez 2018
Clássicos • 10 Ago 2021
Huf renova apadrinhamento a dupla de De Dion-Bouton do Museu do Caramulo
A Huf Portuguesa renovou o apadrinhamento ao De Dion-Bouton 24 CV (1905) e ao De Dion-Bouton AL (1906) do Museu do Caramulo.
Lançado em 2012, o Programa de Apadrinhamento do Museu do Caramulo visa criar uma associação mais directa entre as empresas ou particulares com os veículos da colecção permanente do museu, resultando em apoios orientados para a sua conservação e manutenção durante o período de um ano.
Sobre os automóveis
O De Dion-Bouton 24 CV do Museu do Caramulo foi encontrado por João de Lacerda em Outubro de 1962, em Penalva do Castelo, na Quinta da Ínsua. Estava em muito mau estado, apenas com chassis e carroçaria. O motor foi encontrado mais tarde, no Porto.
Com a ajuda de João de Albuquerque, que doou o salvado, e de José Rodrigues Estêvão, conhecido como o Estêvão dos De Dion, o original modelo foi restaurado ao longo de dez anos.
O modelo em questão é caracterizado por possuir um chassis longo, onde assenta a carroçaria do tipo Omnibus – fabricada em Portugal – podendo levar até dez passageiros. Além do inovador eixo traseiro De Dion, o 24 CV é equipado com um invulgar conjunto de caixa de velocidades e diferencial, com cárter em alumínio e lubrificação por bomba, utilizando o mesmo óleo que o motor, de quatro cilindros separados, com magneto de baixa tensão e distribuição da marca.
Depois de ter sido classificado pelo Veteran Car Club of Great Britain (VCCG), ao De Dion-Bouton 24 CV foi atribuído o número 1.519, sendo este não só o único exemplar deste modelo, no mundo, mas também o maior e mais potente fabricado entre 1905 e 1906.
O De Dion-Bouton AL foi descoberto numa quinta de Espariz, na Beira Alta, totalmente desmontado, foi comprado, em Abril de 1959, por João de Lacerda ao seu proprietário, o Capitão Eduardo Serpa Ferreira, que revelou ter sido oferecido, o automóvel, pela Rainha D. Amélia ao seu avô, General Serpa Pimentel, Administrador da Casa Real.
Teve uma reconstrução difícil e demorada, devido ao extravio de peças, dificuldade superada com a colaboração de coleccionadores britânicos. Os trabalhos de restauro foram executados em Lisboa, com a preciosa ajuda do Eng.º José Jorge Canelas e do seu mecânico José Martins.
O rigor do restauro foi até à pintura exterior, feita com a aplicação, à trincha, de sete camadas de tinta, pelo pintor de carruagens de cavalos, Aurélio, de Santarém, que, instalado no Caramulo, demorou quinze dias a completar a obra, cobrando 120$00/dia, alojamento e muitos litros de vinho tinto.
Datando de 1906, o elegante De Dion-Bouton AL, com carroçaria Tonneau e uma curiosa solução para o acesso ao assento traseiro, na qual o banco do passageiro da frente roda 90º, de forma a abrir a passagem para a retaguarda, é um dos carros mais antigos do Museu do Caramulo, como prova a sua matrícula com o número AA-02-59. Actualmente, encontra-se registado pelo Veteran Car Club of Great Britain, com o número 919.
Sobre a Huf Portuguesa
A Huf Portuguesa é uma empresa que se encontra sediada em Tondela e que produz componentes automóveis.