A história do Mazda Savanna RX-3 que competiu no JTCC e foi encontrado numa cave

Competição 13 Abr 2021

A história do Mazda Savanna RX-3 que competiu no JTCC e foi encontrado numa cave

Por Tiago Nova

O Mazda RX-3, ou Mazda Savanna como era conhecido no Japão, era a versão equipada com motor rotativo Wankel do modelo Grand Familia ou 818 como era vendido na Europa, introduzido no mercado em Setembro de 1971 e vendido até 1978. Vendido em diferentes carroçarias, desde berlina, carrinha e coupé, o RX-3 foi um modelo com bastante sucesso, principalmente no mercado norte americano. Inicialmente equipado com o motor 10A de 1 litro de cilindrada e 105cv, pouco tempo depois apareceu o motor 12A do RX-2, com 1,2 litros de cilindrada. Na segunda série, lançada em 1973, apareceu o novo motor 12B com um único distribuidor, agora a debitar 130cv, ou 90cv na versão americana.

Tal como não poderia deixar de ser, o RX-3 também foi utilizado nas pistas, mesmo a nível oficial pela Mazda, após o sucesso dos anteriores modelos e mesmo pelo sucesso de vendas do RX-3, vencendo logo na primeira prova em que entrou, a Fuji 500, em 1971. Nos EUA, foi um modelo extremamente utilizado e bastante competitivo nos campeonatos SCCA e IMSA.

O Mazda Savanna RX-3 deste artigo foi construído para competir no campeonato JTCC, ou seja, o campeonato de automóveis de turismo japonês. A sua história na competição no Japão é incerta. No entanto, sabe-se um pouco da sua história nos EUA.


Al Cosentino sempre gostou e competiu com automóveis Abarth, até que um dia foi ao circuito de Fuji testar um RX-3, ficando logo fã do automóvel. Posteriormente, adquiriu este RX-3 e entrou nas 24 Horas de Daytona de 1978, juntamente com os pilotos Craig Fisher e Taku Akaike.

A empresa de Cosentino, a FAZA, era especializada em modelos Abarth daí os logotipos da marca italiana no RX-3. Sabe-se também que ele adquiriu este exemplar através da Demon Company Ltd, de Tóquio, de Shiro Kosaka, um coleccionador da Abarth. Não se sabe quantas mais provas este RX-3 fez, já que Cosentino também competia com um RX-7 ao mesmo tempo, nem quando foi a altura que se retirou das competições, ficando esquecido na sua casa.


Gavin Hicks, da Nova Zelândia, é o seu proprietário, que pretende restaurar toda a mecânica e voltar às especificações do JTCC para o levar ao encontro JCCA na pista de Fuji Speedway. O encontro de Hicks com o RX-3 também foi por mero acaso. Aconteceu quando foi comprar umas jantes Campagnolo para um Maserati à pessoa que tinha adquirido todo o recheio da FAZA de Cosentino.

Das pesquisas que Gavin conseguiu, este automóvel terá saído da linha de montagem directamente para ser preparado para competição, visto que nem o número de chassis não é concordante com os automóveis de estrada, somente indica 1605. Possivelmente, este automóvel terá ido para a Mazda Auto Yamanashi, um concessionário e equipa de competição, onde competiu Taku Akaike.

Este exemplar está equipado com o motor 12A, com várias alterações para se tornar mais competitivo. Como exemplo, tem equipado câmaras de combustão periféricas da Mazda Factory Race, um Carburador Weber 48 IDA e um sistema de escape directo. A sua potência andará na ordem dos 270cv às 9000 rotações por minuto. Este motor terá sido produzido para Cosentino em Janeiro de 1979, com assistência de Morio Kashio da Kashio Race Service.

Na zona inferior do automóvel, várias foram as alterações engenhosas para melhorar a condução do RX-3. A suspensão traseira utiliza um sistema de four-link com molas de lâminas, paralelo de Watt e possibilidade de ajuste do camber e altura.

Exteriormente, o RX-3 tem alargamentos das cavas das rodas, assim como um lip pronunciado na frente e um spoiler na traseira. Os grandes alargamentos acomodam umas bonitas e largas jantes SSR MKIII, nas medidas 14x9” na frente e 14x11” na traseira, embrulhadas nuns pneus slick da Dunlop, que foram os últimos em que o automóvel competiu. A pintura será a idêntica à utilizada por Cosentino nos anos 70.

No interior, conta com o volante original, em muito bom estado. Conta ainda com mostradores Omori Meter e inclui ainda um conta rotações de até 10.000 rotações por minuto. A rollcage foi contruída segundo os regulamentos do IMSA e vários reforços da carroçaria.

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Fotografias: Brad Lord

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