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Pois é, o tempo passa mesmo a “correr”. O icónico utilitário francês completou em 2020 o seu 30º aniversário, estando hoje na sua quinta geração, bem vivo e recomenda-se, com mais de 15 milhões de unidades vendidas e cerca de meio milhão no mercado nacional. A primeira geração do Clio foi lançada em 1990, e tinha a difícil tarefa de substituir um outro modelo icónico da Régie, o Renault 5. Mas a fórmula não poderia ter sido a mais acertada, e a história encarregou-se de demonstrar isso mesmo, sendo um dos automóveis mais vendidos da Europa e eleito “Carro Europeu do Ano” em 1991.
O projecto X57, nome de código da primeira geração do Clio, iniciou-se ainda nos anos 80, com a Renault a formar duas equipas de design, pedindo ainda ajuda a Giorgetto Giugiaro, que desenhou um modelo que viria a se utilizado na primeira geração do Fiat Punto. Em Junho de 1990, o Clio era apresentado ao público, no Salão Automóvel de Paris, começando as vendas logo após a apresentação, primeiro em França e pouco depois no resto da Europa, com excepção do mercado britânico que teve de esperar até Março de 1991. As linhas eram muito mais arredondadas e suaves que as do antecessor Renault 5. A plataforma base e a suspensão são praticamente as mesmas do Super 5, com suspensão MacPherson na frente e barra de torção na traseira.
Os novos motores neste modelo eram os 1,2 litros de 54cv e 1,4 litros de 75cv Energy, que se juntavam ao 1,1L da anterior geração. Ainda estava disponível o motor de 1,2 litros e 60cv a carburador, mas com o passar dos anos, os motores a carburador foram sendo substituídos pelos de injecção, devido às normas de emissões. No campo dos diesel, havia a opção pelo motor de 1,9 litros de cilindrada atmosférico, com 64cv. Em certos mercados houve ainda um motor de 1,7 litros, passando para os 1,8 litros em 1991 com 90cv, derivado do utilizado no Renault 5 GTX e Baccara.
Um ano após estar no mercado, foi feita uma pequena actualização do modelo, com um emblema da Renault mais “suave”, eliminando as nervuras do anterior, e os bancos tinha um novo desenho. Apesar destas alterações, isto não constituiu uma nova fase do modelo. As alterações mais notórias ocorreram em Março de 1994, quando foi apresentada a Fase 2 do Clio, no Salão Automóvel de Genebra, com uma alteração de grelha frontal, passando de duas barras em metal, para uma única em plástico e de maior grossura, os frisos laterais era mais largos e arredondados, onde passaram a incluir a versão, foi adicionada uma barra entre os farolins traseiros com um padrão a imitar fibra de carbono e os próprios farolins tinham agora uma “bolha” e o seu design era mais arredondado.
Em 1996 chega o último facelift da primeira geração do Renault Clio, com uma frente completamente redesenhada, onde os faróis são mais redondos e incorporam agora os piscas, o capot teve de ser redesenhado, os para-choques receberam também um novo desenho e na traseira foi adicionada uma terceira luz de stop. O emblema do modelo Clio também foi actualizado, sendo mais arredondado, seguindo a linha da gama Renault. Nesta altura o motor 1,2 litros Energy foi substituído pelo 1149cc DiET de 58cv, que tinha sido estreado no Renault Twingo. O motor 1,4 litros também sofreu algumas alterações ao nível da cabeça do motor, para assim melhorar os consumos.
Há que realçar ainda que, em 1995, a Renault apresentou no Salão de Frankfurt, de forma experimental, o Elektro-Clio, uma versão 100% eléctrica do Clio, produzida em cooperação com a Siemens, estando disponível até 2000. A autonomia era de apenas 100 km a uma velocidade de 50 km/h ou 50 km a uma velocidade de 90 km/h. O motor debitava somente 30cv o que, para um peso de 1215 kg, era bastante pouco. Devido ao aumento do peso, o eixo traseiro do Clio foi substituído pelo da Renault Express, por ser mais robusto. Mas este não era um automóvel sem emissões, pois foi instalado um pequeno motor a gasolina, para o aquecimento do interior. Utilizava 19 baterias de níquel-cádmio com uma vida útil de 1500 ciclos. Exteriormente, o Elektro-Clio só se distinguia através da tomada lateral de carregamento. Em França, a versão eléctrica era vendida como Clio Electrique e foi desenvolvido um projecto, denominado Praxitèle, onde a cidade de Saint-Quentin-en-Yvelines tinha disponível 50 Clio Electrique para aluguer, com os carregamentos a serem feito por indução. No total produziram-se apenas 253 unidades.
Apesar dos seus 30 anos, a primeira geração do Clio ainda é um automóvel que se vê bastante nas estradas portuguesas, o que demonstra a sua fiabilidade e um grande número de vendas, com 172.258 unidades vendidas, dessas 33.100 eram Clio Société comercial de dois lugares. Como curiosidade, o Renault Clio era vendido no Japão como Renault Lutecia, pois a Honda detém os direitos do nome Clio, devido a um concessionário com o mesmo nome. As versões mais apimentadas desta geração do Clio ficarão para um outro artigo, de modo a serem descritas com maior detalhe.
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