Mercado • 04 Set 2020
Seis clássicos podem bater recordes em leilão este fim-de-semana
O ano de 2020 foi um ano estranho, atípico e diferente de tudo até então. O início do ano trouxe-nos algumas vendas de grande valor, como o Mustang Bullitt vendido por mais de três milhões de euros e o primeiro Corvette C8 que foi leiloado para caridade por quase 2,5 milhões euros. Após isso, devido à pandemia, vários foram os leilões que tiveram de ser adiados e outros passaram a ser unicamente online, mercado esse que foi forçado a aumentar.
De seguida, iremos apresentar a lista das dez maiores vendas em leilão ocorridas em 2020. De realçar que os primeiros cinco lugares são ocupados por modelos Bugatti pré-Guerra. Além disso, três dos automóveis foram vendidos como lote único, neste caso os fantásticos Alfa Romeo B.A.T.
O Miura P400 SV é a última versão do Miura, a mais avançada e com maior valor, muito devido aos melhoramentos mecânicos. Além disso, o exemplar aqui apresentado teve dois pedidos especiais, motor lubrificado por cárter seco e autoblocante da ZF. É um de apenas 150 Miura SV produzidos e foi totalmente restaurado, acabado na cor Oro Metallizato, com interior em pele castanha. Foi vendido no leilão Passion of a Lifetime, da Gooding & Company, por 3.451.985 euros, arrasando com o anterior recorde para um Miura SV.
A Ferrari costuma estar representada em grande número nas listas dos mais caros automóveis vendidos, mas o ano passado fica representada por apenas um exemplar, um dos apenas 12 550 GT1 produzidos pela Prodrive. Este exemplar tem um grande histórico de provas, de 2001 a 2005, conseguiu 15 Pole Positions, 14 vitórias e 29 pódios, vencendo ainda as 24 Horas de Spa de 2004 e o Campeonato FIA GT do mesmo ano. Após isso, foi completamente reconstruído e pronto a competir. Foi vendido no leilão de Monterey, pela RM Sotheby’s, por 3.476.851 euros, batendo o recorde de automóvel mais caro vendido num leilão online.
Os três Alfa Romeo B.A.T. foram vendidos num único lote, inseridos no leilão de arte A Contemporary Art Evening, da RM Sotheby’s, por 4.008.283 euros. E sim, pode-se considerar arte os designs de Franco Scaglione nos Berlina Aerodinamica Tecnica. O B.A.T. 5 foi o primeiro dos três a ser desenhado por Scaglione para a Bertone, sendo a estrela do Salão de Turim de 1953, atingindo um coeficiente aerodinâmico de 0.23, espantoso mesmo para os padrões actuais e sem a ajuda de um túnel de vento.
O B.A.T. 7 foi um melhoramento do anterior, conseguindo agora um coeficiente aerodinâmico de apenas 0.19, sendo mais refinado, pois conta com, por exemplo, faróis na frente.
Os anteriores B.A.T. não tiveram qualquer suporte por parte da Alfa Romeo, no entanto, o último dos três, o B.A.T. 9 teve a colaboração do fabricante. A colaboração nota-se mais na frente, que tem a grelha típica da marca e as linhas foram suavizadas, pois a ideia seria passar para a produção, mas tal nunca aconteceu.
Somente 38 exemplares do Type 55 saíram da fábrica da Bugatti, equipados com o chassis, jantes de oito raios e motor de oito cilindros com compressor, das máquinas de competição, com grande parte deles produzidos com carroçarias abertas, concebidos por Jean Bugatti. Alguns foram produzidos por Giuseppe Figoni, como o exemplar aqui presente. Este mesmo automóvel competiu em Le Mans em 1932 pela equipa oficial, sendo carroçado por Figoni quando passou para o segundo proprietário, vencendo o Rally Paris-Nice em 1933. Foi o automóvel mais caro vendido no Salão Rétromobile, por 4.600.000 euros, num leilão levado a cabo pela Bonhams.
Nesta lista estão três Bugatti vendidos no leilão Passion of a Lifetime, organizado pela Gooding & Company, sendo que os três bateram recordes, como este Type 35C, vendido por 4.233.921 euros. A chave para este valor é a história que este automóvel carrega, alinhando no Targa Florio em 1928 pela equipa oficial, tendo uma carreira activa nas provas de montanha e circuitos por toda a Europa. Está num estado praticamente original, inclusivamente a sua pintura com 88 anos, recebendo um pequeno restauro mecânico para ficar totalmente funcional.
Este Type 55 Super Sport pertence ao restrito grupo de apenas 14 exemplares construídos com a carroçaria descapotável desenhada por Jean Bugatti, sendo que, apenas onze mantêm a carroçaria original. Tem também o seu motor e chassis originais, o que eleva o seu valor. Este foi o mais caro automóvel vendido no leilão de Amelia Island, levado a cabo pela Bonhams, sendo arrematado por 5.753.130 euros.
Ao contrário dos outros dois Bugatti vendidos no leilão Passion of a Lifetime, este não é de competição e sofreu um profundo restauro, sendo também o mais caro Type 57 vendido em leilão, com um valor de 8.457.198 euros. O valor é justificado pois apenas 17 exemplares foram terminados com a carroçaria Atalante de Jean Bugatti. Este exemplar recebeu um compressor Marshall nos aos 40 e foi encontrado numa barn find em 2007.
Por fim, chegamos ao automóvel mais caro vendido em leilão no ano de 2020, sendo vendido por 10.269.255 euros, no leilão Passion of a Lifetime, fazendo deste, o Bugatti mais caro alguma vez vendido em leilão. O Type 59 foi o último Bugatti de competição da era pré-Guerra e este teve como um dos proprietários o Rei Leopoldo III da Bélgica. Antes disso, foi utilizado pela equipa oficial da Bugatti, vencendo o Grande Prémio da Bélgica. Tinha uma carroçaria melhorada, assim como o chassis e a mecânica. Mantém todas as cicatrizes da competição, não tendo qualquer restauro.
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