Clássicos • 11 Set 2020

A colecção de 300 clássicos soviéticos de Mikhail Krasinets

Como já havia dito anteriormente, os automóveis soviéticos gozaram de pouca fama fora da sua pátria mãe. Se isto era válido na altura do seu apogeu, mais ainda se pode reafirmar esta frase nos dias de hoje.

A indústria automobilística soviética é tida em conta como conservadora, robusta e pouco refinada. Não confundamos pouco refinada com má, na medida em que o automóvel soviético cumpria satisfatoriamente com tudo o que o ocidente podia exigir, ficando à quem em matérias como design e tecnologia.

Apesar da aparente raridade dos clássicos soviéticos pelo mundo, houve um aficionado coleccionador, Mikhail Krasinets, que inspirado pelo seu amor incondicional pelos automóveis que um dia cruzaram as estradas do seu pais, assim os decidiu coleccionar.

A sua colecção não pode ser considerada como um museu, sendo que algumas fontes divergem entre museu a céu aberto e outras um cemitério automóvel. Facto é, que não se desfaz de nenhum deles. Os automóveis na sua posse abrangem praticamente a totalidade do século XX, desde a revolução soviética de 1917 até ao virar do milénio. O dito museu está localizado a 280 quilómetros de Moscovo, no extremo da região de Tula, na margem alta do rio Chern, perto da vila de Chernousovo.

A estrela da sua colecção é um Chaika, automóvel de grande prestigio de época, reservado a pessoas de grande poder e influência do regime. Mikhail conta com entusiasmo a obra de engenharia, que trazia orgulho com a sua inovação e pujança. Com vidro eléctricos e um motor V8, este sim era um carro capaz de competir com o ocidente nos mesmo termos.

Com as suas próprias mãos, este coleccionador vai recuperando os automóveis, enquanto estes vão sustendo o rigor do clima a céu aberto. De entre a ferrugem e alguns danos menores, vão se identificando algumas marcas famosas como os Volga, os Moskvitch e os Zhiguli. Deixo vos com um panorama visual do estado da colecção para apreciar.