BMW 328 de 1937 roubado de colecção portuguesa

Clássicos 12 Jul 2020

BMW 328 de 1937 roubado de colecção portuguesa

Um BMW 328, de 1937, foi roubado de uma colecção portuguesa em Ponte de Lima no passado dia 7 e Julho.

O raro modelo alemão, avaliado em cerca de um milhão de euros, tem a matrícula DH-10-34 e o número de chassis 85173.

Apesar de as autoridades, assim como o Departamento Histórico da BMW em Munich, já terem sido notificados do desaparecimento, os proprietários agradecem qualquer informação, que poderá ser enviada directamente para o Jornal dos Clássicos.

Sobre o BMW 328

A ascensão da BMW ao restrito clube de automóveis desportivos de excepção foi rutilante. Em 1928 iniciou a produção do Austin Seven – o Dixi – e em 1936 produziu um dos melhores desportivos de todos os tempos. Levou apenas oito anos a produzir uma obra-prima da técnica, que mudou o rumo da história.

Depois do Dixi, a BMW lançou, em 1933, o seu primeiro automóvel com motor de seis cilindros. Os modestos 1200cc do 303 não permitiam grandes veleidades desportivas. Mais importante foi a contratação de Fritz Fiedler, responsável técnico na Horch. Fiedler teve um papel fundamental, tendo-lhe sido confiada a evolução do motor de seis cilindros, que iria acompanhar até à Segunda Guerra Mundial. Os 315 e 319, de 1,5 litros, beneficiaram com a sua intervenção, mas o 328 foi o ponto alto dessa associação.

Apresentado em 1936, tinha um renovado motor de dois litros de capacidade. A cabeça em alumínio comportava câmaras de combustão hemisféricas, mas o comando das válvulas, por razões de produção e concepção do motor, continuava a ser efectuado mediante uma única árvore de cames lateral, apenas possível graças ao engenho de Fiedler. Existia um segundo jogo de balanceiros e touches, ligados ao comando das válvulas de admissão para dirigir as de escape. Complexo, mas eficaz. A cobertura deste sistema dá ao motor o aspecto de uma dupla árvore de cames à cabeça. Os carburadores, montados sobre o motor, conferem uma altura generosa ao conjunto, sem problemas para o espaçoso motor do 328.

A carroçaria, assente num chassis de longarinas longitudinais com secções tubulares, era moderna e bem proporcionada, com os faróis embutidos, característica que passou a ser obrigatória, dez anos depois. A suspensão dianteira independente, pouco comum na época, e o bem guiado eixo rígido, permitiam explorar com eficiência germânica os 80 CV do motor de série, para os menos de 800 quilogramas de peso. Com estas características, o BMW era o melhor desportivo da categoria até 2 litros, como ficou provado pelos seus inúmeros sucessos desportivos.

Depois de 1945, a fabricante britânica de aviões Bristol recebeu, a título de indemnização de guerra, a utilização da patente do motor de seis cilindros BMW. Até 1960, o que era um conceito de meados dos anos trinta, continuou a motorizar tanto a recém-inaugurada série dos Bristol de estrada – do modelo 400, de 1946, ao 406, de 1960 – como um vasto conjunto de automóveis desportivos e de competição. E um olhar atento para o Jaguar XK120, considerado um dos mais progressistas automóveis dos anos cinquenta em termos estéticos, revela com facilidade a influência que o BMW 328 teve nesse inovador conceito.

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