Standard Steam Car, o Rolls-Royce a vapor

Clássicos 09 Jun 2020

Standard Steam Car, o Rolls-Royce a vapor

Por Tiago Nova

Os veículos a vapor foram das primeiras soluções para a locomoção sem cavalos, isto ainda no século XIX. Com o aparecimento dos automóveis movidos a gasolina e a electricidade, o vapor passou a ser uma solução praticamente extinta para os automóveis, devido à sua combustão ser lenta e ao menor conforto dos ocupantes devido, principalmente, aos cheiros e ao risco de incêndio. Os únicos veículos a vapor, largamente utilizados por todo o mundo, foram os comboios.

Mas, ainda há 100 anos existiam, em produção, automóveis a vapor, ainda que, com pouca ou, praticamente, nenhuma expressão no mercado. Um exemplo disso é o Standard Steam Car, também conhecido por Scott-Newcomb, que foi um automóvel a vapor produzido de 1920 a 1921 pela Standard Engineering Company, de St Louis, no estado do Missouri, nos EUA.

E porque é que o Standard Steam Car é o Rolls-Royce a vapor? Nada tem a ver com o seu luxo ou conforto, mas nesta época os automóveis eram identificados pelo radiador e pelo ornamento da marca e o Standard Steam Car tem um desenho do condensador muito idêntico aos radiadores dos Rolls-Royce da época. Além disso, o seu desenho faz lembrar outro automóvel da época, o Barley Roamer.

O Standard Steam Car é impulsionado por um motor a vapor Scott-Newcomb horizontal de dois cilindros e utiliza querosene como combustível, que começa a arder através de uma vela de ignição convencional, que dispara durante dois segundos. O motor estava montado na traseira com o eixo. A pressão na caldeira pode atingir os 600psi, sendo capaz de produzir vapor suficiente para a locomoção do automóvel em menos de um minuto. Estava equipado com bomba de água e de combustível eléctricas, movidas por um motor eléctrico e eram lubrificadas a óleo. Com um depósito de água de 94 litros, a autonomia situava-se nos 400 km e com 3,78 litros de querosene anda quase 30 km.

Segundo consta foi produzido um automóvel com carroçaria Touring, mas é possível que ao todo tenham sido construídos cinco exemplares, antes da produção terminar. Hoje, não se sabe da existência de nenhum sobrevivente. Das poucas referências ao automóvel, a mais relevante é um artigo de três páginas, escrito no Historical Motor Scrapbook, Steam Car Edition, escrito por Floyd Clymer, em 1945.

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