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Thornley Kelham restaura importante Lancia Aurelia B20GT
O Lancia Aurelia foi produzido de 1950 a 1958, com mais de 18.000 exemplares construídos e equipava um motor V6, o primeiro motor do género num automóvel de produção, além de outras inovações, como pneus radiais e caixa de velocidades transaxle.
O Lancia Aurelia B20GT Serie 1, presente neste artigo é um automóvel que carrega consigo muita história. Este exemplar de 1951, com o chassis número 1010, foi adquirido pelo piloto Giovanni Bracco, que o levou às Mille Miglia desse ano, terminado em segundo lugar atrás do oficial Ferrari 340 America Berlinetta Vignale. Após esta prova participou também na Caracalla Night Race e Pescara 6 Hour, até chegar às 24h de Le Mans, onde terminou em primeiro lugar da classe, fazendo equipa com o Conde Giovanni Lurani.
Para a Carrera Panamericana, o Aurelia B20GT recebeu vários melhoramentos, sendo o que mais salta à vista o rebaixamento do tejadilho, para o tornar mais aerodinâmico. Infelizmente, Bracco teve um acidente no quarto dia da prova e desistiu. Bracco vendeu o Aurelia e no ano seguinte o automóvel voltou à Carrera Panamericana, onde terminou em nono lugar. Mas, após a prova, o B20GT desapareceu do mapa, sem deixar rasto, até ser descoberto nos EUA, mais de seis décadas depois.
O especialista em restauro de automóveis Lancia Thornley Kelham chegou a fazer uma série limitada de Aurelia B20GT inspirado neste automóvel, designado Aurelia Outlaw, com o tejadilho rebaixado, entre outros melhoramentos, como o motor do Lancia Flaminia, travões de disco e suspensão melhorada, sendo produzidos somente nove unidades.
Mas agora, os britânicos da Thornley Kelham tiveram em mãos o restauro do próprio Aurelia B20GT, com o chassis 1010, com o tejadilho rebaixado. Mas, estava num estado algo decadente, com uma traseira que já não era a original, mas tudo foi substituído por peças de época, para ficar tal como Bracco competiu em 1951.
A cor seria uma das escolhas difíceis, já que o Aurelia chegou às instalações da Thornley Kelham na cor branca. Mas, o restauro foi mais longe, visto que o automóvel saiu da fábrica da Lancia em preto, foi pintado em vermelho para as 24h de Le Mans e voltou a ser pintado de preto para a Carrera Panamericana. A Thornley Kelham replicou exactamente isso, pintando inicialmente o B20GT de preto, passando ao vermelho e terminando novamente no preto. Mais de 4.000 horas foram precisas para o restauro estar terminado e o Aurelia B20GT de Bracco de volta à estrada.