Modernos • 04 Abr 2017
Como já devem ter reparado, apareceram recentemente fotos ou imagens de três concept-car que estão a fazer os entusiastas da marca sonhar. Não é segredo que o plano inicial da marca era, e ainda é, ter uma gama de três modelos distintos. Se até hoje continua só de um modelo, apesar de já ter apresentado dois, as variações, principalmente do Chiron continuam a aparecer a um ritmo quase frenético. No entanto, o trabalho nos bastidores continua a bom ritmo.
O mais antigo destes concept-car, uma Barchetta inspirada no Veyron, data de 2010. Com elementos estilísticos muito diferentes do modelo original, este seria o Veyron mais radical. O tratamento da zona dianteira viria a aparecer mais tarde no Divo enquanto que a traseira seria ainda mais desenvolvida no que seria futuramente o Chiron. Do Veyron, esta Barchetta teria as dimensões exteriores, os órgãos mecânicos e pouco mais.
O segundo seria o futuro Atlantic e data de 2015. A ideia era ter um coupé mais acessível e mais utilizável… o que não significa, na linguagem da marca, forçosamente barato!
Com proporções completamente diferentes do Veyron e do Chiron, estaria mais em linha com a herança técnica (e estética) da Bugatti: capô frontal longo, um motor de oito cilindros em posição dianteira, tracção traseira e espaço para dois ocupantes e bagagem… e o cuidado habitual da marca no interior.
Para conter os custos, o motor seria um V8 do grupo e não um derivado do W16. Uma unidade foi construída e a apresentação chegou a estar planeada para acontecer em 2015, em Pebble Beach, no Concours d’Elegance. Infelizmente aconteceu o Dieselgate e todas as marcas do grupo entraram em modo de pânico… a direcção da Bugatti, como construtor mais pequeno do grupo, decidiu não usar recursos importantes e manter uma atitude de prudência. Como o Chiron estava numa fase mais adiantada, foi dada prioridade a este projecto.
No decurso dos trabalhos do Atlantic, a atenção foi direccionada para o terceiro modelo, apelidado simplesmente W16 Coupé. Concebido para ser o topo-de-gama absoluto, este coupé tem proporções semelhantes com o Atlantic, embora fosse consideravelmente maior. Os elementos estilísticos da zona frontal do Veyron Barchetta foram repescados e a zona traseira está ainda mais próxima do Chiron. O motor seria o W16, em posição central dianteira. Com a excepção deste, todos os outros componentes seriam manufacturados propositadamente para este modelo. Tudo em nome da exclusividade extrema…
A produção estimada seria muito baixa, provavelmente menos de dez unidades, catapultando o preço para os 15-20 milhões de euros.
Infelizmente, nunca passou de um projecto e, o que existe simplesmente, são as imagens que lhe apresentamos aqui. No entanto, muitas das ideias foram posteriormente aproveitadas para a realização do La Voiture Noire.
A pergunta que se põe é: porque a divulgação destas imagens agora?
Ainda é cedo para especular, mas Stephan Winkelmann tem vindo a falar de um segundo modelo, nestes últimos meses. Seria posicionado abaixo do Chiron e embora o Atlantic não tenha sido produzido, mostra a visão da marca para uma alternativa. Por outro lado, mostra que a Bugatti não se vê como uma marca de um modelo só. Está bem consciente da imagem, da herança como construtor de automóveis de passeio luxuosos e exclusivos e quer explorar este lado da sua identidade. O Salão de Genebra é já no início do próximo mês…será esta a novidade?