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O Citroën SM celebra 50 anos
Quando o Citroën SM foi lançado, em 1970, marcou a diferença no mundo automóvel, tanto a nível do design, como ao nível da tecnologia empregue, sendo também o automóvel de produção com tracção frontal mais rápido do mundo, atingindo os 235 km/h. Durante os cinco anos de produção, foram produzidos 12.920 exemplares do SM, com os últimos Citroën SM produzidos na fábrica da Ligier. A origem do nome não é certa, mas pensa-se que poderá indicar Systeme Maserati.
Todo começou no início dos anos 60, quando apareceu a ideia de produzir um Citroën DS coupé, designado de Projecto S. Esse trabalho foi dado a Robert Opron, chefe de design da Citroen na época, onde o projecto inicial incluía um automóvel mais musculado e desportivo.
Mas, com a compra da Maserati em Março de 1968, é que o projecto tomou outro rumo, para o desenvolvimento de um verdadeiro Grande Turismo, com um longo capô e traseira curta, juntando o melhor das duas marcas. Uma das imagens de marca do SM é a frente em vidro, onde estão embutidos os seis faróis e a matrícula, algo que não aparece nos modelos americanos. Devido ao desenho da carroçaria e à traseira em forma de Kamm tail, o SM tem uma aerodinâmica bastante boa, com um coeficiente de arrasto de 0.26.
A sua apresentação ocorreu no Salão de Genebra de 1970. A fábrica da Citroën só produziu SM com volante à esquerda, com os trabalhos de conversão para volante à direita a serem efectuados no Reino Unido e Austrália.
Com o avançar do projecto, a Citroën decidiu implementar o motor V6 em alumínio da marca italiana, desenvolvido por Giulio Alfieri. O motor de 2.670 cc e quatro árvores de cames à cabeça, debitava 170 cv, o que na época era um número de respeito. Posteriormente, em 1973, foi adicionado o motor de 2.965 cc e 180 cv. Ambos os motores utilizam três carburadores Weber 42DCNF. Em 1972 foi adicionada a opção do motor 2,7 litros com injecção Bosch D-Jetronic, com a potência a subir dos 170 para os 178 cv. Os motores poderiam estar acoplados a uma caixa manual de cinco velocidades, ou automática de três Borg Warner, posicionadas à frente do motor, fazendo que o motor esteja numa posição central.
Como não poderia deixar de ser, o SM está equipado com a suspensão hidropneumática nas quatro rodas, com ajuste da altura automático. O sistema hidropneumático também está interligado com o sistema DIRAVI de direcção assistida variável e travagem, que utiliza travões de disco nas quatro rodas, sendo inboard na frente, ou seja, junto à caixa de velocidades e com condutas de arrefecimento. Os faróis centrais são direccionais, virando com a direcção, mas isto não estava implementado nos modelos americanos, já que esta tecnologia era ilegal nesse mercado e utilizavam apenas dois faróis de cada lado e sem a frente em vidro.
Outra grande inovação do SM, é que as escovas limpa pára-brisas eram sensíveis à quantidade de água, quando está seleccionado o sistema com a velocidade mais baixa. Isto é feito através do esforço necessário do motor para actuar a escovas, medida na quantidade de corrente eléctrica necessária.
As jantes básicas eram produzidas em liga leve, no entanto, a Michelin desenvolveu jantes especificas para o SM, em resina reforçada com fibra de carbono, que se tornaram opção. Estas pesavam menos de metade das tradicionais.
Apesar de na época o SM não ter vendido como o esperado, muito por culpa da crise energética de 1973, hoje é um automóvel marcante na história, principalmente para a marca francesa. No entanto, as vendas iniciais do modelo foram bastante boas em França, pois os compradores para este tipo de automóvel já há muito tempo esperavam um modelo francês deste segmento, desde o desaparecimento da Facel Vega.