Automóveis clássicos, um capricho mais barato do que se pensa

Clássicos 10 Abr 2019

Automóveis clássicos, um capricho mais barato do que se pensa

Reconhecem qualquer motor pelo rugido. As quatro rodas são vistas como uma religião. De quem estaremos a falar? Referimo-nos, naturalmente, a coleccionadores de automóveis antigos. “Desde 2011, o mercado de veículos clássicos passou a ser uma moda, um bem de investimento, o que deu acesso a novos coleccionadores e investidores, tendo levado a um aumento significativo dos preços”, faz saber Regis Nicolás, sócio da Cochera, empresa madrilena de venda e restauro de automóveis.
 
Em matéria de poder de compra, Johann Leibbrandt, director-geral da Bonhams em Espanha, salienta que “o comprador espanhol é bastante modesto”. “Estrangeiros, especialmente norte-americanos, ingleses, alemães e franceses, dominam o mercado e são coleccionadores muito mais meticulosos e exigentes”, refere Leibbrandt.
 

 
Os automóveis que “nuestros hermanos” mais apreciam? Veículos com ar desportivo. Dos anos 50, 60 e 70. E a última tendência conduz aos anos 80 e 90, uma vez que, como indica Leibbrandt, “o mercado é muito geracional. Há 15 anos, os automóveis pré-guerra vendiam muito bem. Hoje, os compradores são mais jovens e procuram os clássicos modernos que viram nos filmes quando eram pequenos. Porsche, Ferrari, Mercedes… exclusivos e singulares”.
 

 
Entre as insígnias e modelos que mais fazem suspirar os coleccionadores espanhóis estão o Ferrari 308, o Porsche 911, o Jaguar E-Type, o Mercedes SL e o Alfa Romeo GTV. Outras duas marcas alvo de desejo são as inglesas Triumph e Morgan.
 

 
Segundo Matthieu Lamoure, director da Artcurial Motorcars, os leilões mundiais de veículos antigos “movimentam 1000 milhões de euros/ano”. No seu entender, 2018 foi um bom ano graças aos novos clientes com idades entre os 35 e 40 anos. Depois de o negócio ter aumentado de forma constante desde 2008, com um pico há três anos, o que resultou na entrada de “pessoas sem conhecimento de automóveis, que, simplesmente, queriam investir para obter lucros a curto ou médio prazo”, agora os preços estabilizaram. “Voltaram à realidade, felizmente”, considera Lamoure.
 
“O mercado é muito mais forte nos automóveis a partir dos 170 000 euros”, estas palavras foram proferidas por Aurora Zubillaga, directora-geral da Sotheby’s em Espanha. Pode, efectivamente, concordar-se com Aurora. Dá-se um exemplo: no Goodwood Festival of Speed do ano passado, a londrina Bonhams leiloou o Aston Martin DB5 de “GoldenEye” por 2,3 milhões de euros (quantia que, mencione-se, superou as expectativas da leiloeira mais antiga do mundo, pois antes do leilão a reputada casa Bonhams estimou que o Aston Martin seria vendido entre 1,3 e 1,8 milhões de euros).

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