Ferrari 250 GT Speciale pode chegar aos 13 milhões de dólares em leilão

Mercado 08 Jan 2019

Ferrari 250 GT Speciale pode chegar aos 13 milhões de dólares em leilão

Apesar de naquela época praticamente todos os modelos da Ferrari serem especiais e muitos deles terem pormenores únicos, este Ferrari 250 GT Speciale by Pinin Farina que a RM Sotheby’s leva a leilão é ainda mais especial e único. O exemplar em questão foi construído pela Pinin Farina, em 1957, para a Princesa de Réthy, que pertencia à família real belga.

 

Esta mulher, de nome Liliana, nasceu como plebeia em Londres numa família de origem belga, que tinha fugido para aquela cidade após a Primeira Guerra Mundial. Juntamente com a sua família, Liliana mudou-se para a Bélgica, poucos anos antes de despoletar a Segunda Guerra Mundial, e foi contratada para cuidar de três crianças do Rei Leopoldo III, que ficou viúvo após a morte da Rainha em 1935. O seu gosto pela velocidade nasceu após a invasão dos Nazis à Bélgica, em 1940, onde Liliana e a sua mãe se voluntariaram na Cruz Vermelha, para transportar feridos para o hospital.

 

Em Setembro de 1941, Liliana casou-se com o Rei Leopoldo, sendo ele mesmo um grande apaixonado por automóveis desportivos. Em 1953 ele comprou um Ferrari 342 America Pinin Farina e em 1955 um Ferrari 375 Plus, o último de apenas oito construídos e o único de estrada. Enzo Ferrari olhava para o Rei como um homem habilidoso tanto na mecânica, como na condução, onde arriscava sem medo. A meio da temporada de 1955, a Pirelli retirou o apoio à Ferrari e isso passou a ser um grande problema para Enzo. Este expôs o problema à Princesa Liliana, que logo de seguida perguntou à empresa de pneus belga Englebert, se queria ocupar o lugar que a Pirelli deixou vago. A empresa aceitou e prontamente enviou os pneus para a Ferrari, naquela mesmo dia.

 

Em 1957, a Princesa Liliana encomendou um Ferrari 250 GT, com o chassis número 0751 GT, e como recompensa, Enzo Ferrari tratou desta encomenda de uma forma muito especial. Além deste, mais dois automóveis especiais foram encomendados pela Princesa à Ferrari. Por isso, em vez deste 250 GT ser construído na Carrozzeria Boano, a carroceira que construía os 250 GT “normais”, foi desenhado e construído na Carrozzeria Pinin Farina (à época ainda com o nome separado), tornando este Ferrari um automóvel completamente diferente dos demais.

 

O que mais salta à vista são os faróis “embutidos” nos guarda-lamas com uma protecção em vidro, os muitos cromados aplicados na carroçaria, a entrada de ar no capot e as saídas de ar laterais, recebendo a cor Grigio Fumo Max Meyer e o interior forrado a pele Connolly Vaumol. O motor V12, Tipo 128B, com 2953 cc foi equipado com três carburadores Weber 36 DCL/3, desenvolvendo 240 cv às 7000 rpm e 265 Nm de binário às 5000 rpm. Foi entregue à princesa, em Setembro de 1958 e foi registado com matrículas diplomatas da Bélgica. Muitas destas soluções de design usadas neste automóvel seriam posteriormente aplicadas nos 250 GT produzidos pela Pininfarina no final de 1957, mas este 250 GT permaneceu único.

 

A princesa manteve este automóvel na sua colecção privada por cerca de dez anos, quando encomendou outro Ferrari especial, um 330 GTC, e ofereceu o 250 GT ao seu médico. Posteriormente passou por várias mãos, sendo submetido a um restauro em 1997, onde voltou à sua cor original, estando na posse do actual proprietário há cerca de 20 anos.

 

O 250 GT vai a leilão no dia 18 de Janeiro, em Arizona, acompanhado pela caixa de ferramentas originais e várias fotografias. A RM Sotheby’s estima que o valor da venda se fixe entre os 11 e os 13 milhões de dólares.

 

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