Clássicos • 05 Mai 2023

Em Novembro de 2012, na edição do Jornal dos Clássicos foi apresentado formalmente o pequeno endiabrado A112, com direito à árvore genealógica da família Autobianchi A112, tornando-se por isso desnecessário repetir tudo o que já foi escrito sobre o mini italiano.
Por curiosidade, no mesmo artigo foi feita uma pequena análise dos preços de mercado de usados na altura. Recuperando o essencial desse trabalho, efetuámos o mesmo exercício comparativo.
Em 2012, nos sites OLX, Custo Justo e Stand Virtual, os preços variavam entre os €900 para projetos de restauro até a uns puxadores €10.499 pedidos por um Abarth 70 HP de 1985.
Seis anos depois, utilizando as mesmas bases de consulta, temos cerca de €1.700 euros para um projeto de restauro e €12.500 para um Abarth 70 HP de 1977.
Como conclusão deste pequeno exercício, além da diferença quase do dobro em termos de projeto de restauro, deste comparativo resulta uma diferença de valores que traduzida percentualmente revela um acréscimo de 19,06%. Visto assim, bom investimento.
O A112 Abarth na década de 70 e início dos anos 80 foi muito popular nas competições de velocidade portuguesas. Nesse tempo o Campeonato Nacional de Velocidade era uma mistura de circuitos e rampas (Estoril, Vila do Conde e Vila Real e Estrela, Portalegre, Pena e outras).
Recordamos os pilotos dos pequenos A112 nessa época, Armando Santos, Vítor Seixas e Aurélio Santos Almeida, protagonistas de corridas fantásticas.
Actualmente ainda competem alguns A112 Abarth em velocidade, em especial na disciplina de Montanha. Entre eles, o A112 pilotado pelo Domingos Fernandes, um cavalheiro da montanha com quem tivemos oportunidade de conversar sobre a sua carreira de piloto e o seu A112.
Envolveu-se na competição automóvel por pura paixão, iniciando-se nas perícias, já lá vão cerca de trinta anos. Depois passou para a velocidade com um Datsun 1200 e um pouco depois um Fiat 127.
Após um pequeno interregno passou para o A112 atual, que tem uma história engraçada.
O Domingos confessou que sempre teve uma grande paixão pelo A112, via-os correr em Vila Real e em Vila do Conde, até que encontrou o seu A112 numa sucata. Demorou cerca de 2 anos a preparar o carro, nos tempos livres, conjugando a vida profissional e a sua vida pessoal com a preparação do seu bólide.
Quisemos saber o que destaca de melhor e pior no Autobiachi, ao que nos respondeu que “No Autobianchi, não lhe posso dizer o melhor ou pior, pois é o meu encanto, a menina dos meus olhos”.
Sobre a preparação do pequeno endiabrado, apostou na eficácia e simplicidade, uma solução que resulta sempre, em especial para quem procura divertir-se, “É um carro normal com 982 CC, o que tem a mais é um carburador webber 40, uma árvore cames Abarth e colectores 4-2-1 e um autoblocante”. O suficiente para dar uma alma nova. Já que falávamos de preparação, a curiosidade levou-nos a questionar como se sente enquanto piloto?
A resposta foi muito simples: ”O piloto é a peça atrás do volante, sem vaidades e que faz o que mais gosta, honrando os compromissos que assume com os seus parceiros”.
Assume que continuará neste desporto, Velocidade de Montanha enquanto se sentir bem consigo próprio, respeitado e respeitando os outros, sendo tal como é, pois é pura paixão.
Para cruzarmos a linha de meta nesta pequena troca de impressões, colocámos uma questão um pouco mais atrevida, considerando os tempos atuais em que todos gostam de ter um carro moderno e potente, o que poderia transmitir aos mais jovens que pretendam entrar no mundo da competição? O Domingos, igual a si próprio respondeu “O alerta que devo deixar aos mais novos, é que entrem neste desporto com desportivismo e seriedade, independentemente do veículo que escolherem”. É este o espírito.
Apesar de tudo o Homem, comanda a máquina. E sobre a máquina, o Autobiachi A112 Abarth em 2018 concluímos:
A favor: É tão giro!
Contra: Rápido… para a época. Poucos exemplares disponíveis.
Balanço final: Prático, simples, interessante, acessível. Vale a pena.
Grande máquina ! Tive 3 de versões diferentes, incluindo um Abarth, entre os meus 18 e 26 anos. Ainda hoje sinto uma enorme paixão por essa pequena máquina italiana. Conheci pessoalmente, enquanto adolescente, o Armando Santos, o Aurélio Santos Almeida ou o Arecio Cardoso, todos liga dos ao Team Auto Grande Prémio que corriam no ca,pro ato de velocidade Grupo 1 classe < 1300 cc. Gostaria Ainda de poder adquorir um exemplar clássico destes se algum dia se proporcionar.