Mercado • 06 Fev 2017
A Jaguar construiu apenas uma dúzia dos famosos E-Type ultra-leves em alumínio para competição. Destes, a fábrica modificou apenas um para Peter Lindner, o importador alemão da Jaguar. Depois de ter recebido o automóvel em 1963, Peter Lindner e o co-piloto Peter Nöcker entraram nos 1000 Km do Nürburgring e lideraram durante a maior parte da corrida, mesmo tendo por adversário a famosa equipa Ferrari.
No ano seguinte, o automóvel retornou a Browns Lane, onde o designer-chefe Malcolm Sayer redesenhou a carroçaria e realizou sessões de teste no túnel de vento da MIRA, a Motor Industry Research Association. Isso resultou num coupé exclusivo, estilo fastback, com uma aerodinâmica quase perfeita. Outras modificações foram feitas no motor e no sistema mecânico, resultando numa então espantosa potência de 340 cavalos e velocidades que alcançaram 280 km/h nas 24 Horas de Le Mans de 1964. Infelizmente, a busca de Lindner por maior velocidade terminou em tragédia em Montlhéry, quando ele colidiu com um automóvel mais lento, causando a sua morte e a de vários outros.
Os destroços permaneceram armazenados por mais de 20 anos, até que o proprietário Peter Kaus, da famosa Colecção
Rosso Bianco, solicitou ao especialista da Jaguar, Lynx, que o restaurasse. Depois de ser exibido cerca de 25 anos como um roadster leve, foi então adquirido em 2008 por Peter Neumark, que encomendou uma restauração de 7.000 horas para ressuscitar o icónico Coupé. Depois de algum tempo, a Lynx produziu um pequeno punhado de recriações Lindner / Nöcker de baixo coeficiente de penetração, totalmente em alumínio, baseadas em desenhos originais fornecidos por Peter Nöcker.
Além do chassis de alumínio, utilizaram todos os componentes correctos, incluindo bloco de motor em aço, uma cabeça grande-angular, cárter seco, injecção de combustível Lucas, rodas de magnésio Dunlop e carroçaria em alumínio. O resultado captura o sabor do período e incorpora várias modificações para melhorar o seu desempenho, segurança, conforto e usabilidade.
A carroçaria é construída com a aparência original Low Drag, incorporando um novo monocoque de aço e tubos de chassis actualizados. O capot, as portas, a tampa da bagageira, as asas traseiras e o tecto foram todos soldados à mão em alumínio de grau 16 segundo a especificação original, incluindo rebitagem externa. O friso de aço do pára-brisas com design original envolvia o vidro de segurança laminado de baixo atrito e inclinado do original. As ópticas embutidas no capot, uma abertura de arejamento no tecto accionada por mola, um painel de ventilação sobre a bomba de combustível e luzes de boxe apenas aumentam a sensação autêntica do conjunto.
O motor foi construído à mão pela Lynx para uso em estradas. A potência foi optimizada para fornecer uma ampla curva de binário, com 320 cavalos às 5.800 rpm e 506 Kgm de binário às 3.800 rpm. Outros destaques do motor incluem culassa em alumínio rectificada e com fluxo de gases optimizado, 3 carburadores Weber duplos, um volante motor leve e equilibrado, uma embraiagem semi-competição e escapes laterais Lynx.
As suspensões dianteira e traseira são totalmente ajustáveis, enquanto a célula de combustível ATL aprovada pela FIA em carcaça de alumínio, o reabastecedor de combustível estilo Monza, as linhas de combustível soldadas a bronze e os discos de travão dianteiros e traseiros de grande diâmetro com pinças multi-êmbolo tornam este E-Type muito eficiente em pista. Como se poderia esperar deste veículo restaurado sem olhar a custos, o interior também foi finalizado segundo os mais altos padrões, e inclui manómetros Smiths, um volante Moto-Lita, assentos semi-reclinados que foram modelados pelo ao automóvel original, estofos em cabedal Connolly e cintos de quatro pontos com abertura rápida.
O automóvel, vendido há dias pela Sotheby’s por cerca de 235.000 Euros, tem em dia os Historical Technical Papers da FIA, que garante a sua entrada em muitos dos prestigiados eventos de clássicos de automobilismo do mundo.