Eventos • 21 Set 2017
Realizou-se ente 17 e 21 deste mês em Mira o 40º aniversário do IMM – International Mini Meeting, um tradicional encontro dos amantes do icónico modelo idealizado e criado por Sir Alec Issigonis em Agosto de 1959.
O Mini é o automóvel que, mais do que qualquer outro, mudou a forma de viajar para sempre. Não se pode imaginar um veículo de citadino sem olhar ou recordar o Mini, e é impossível olhar hoje para um automóvel pequeno de hoje sem ver a evidência da da influência que o Mini teve em todos os pequenos modelos.
Antes de 1990, uma equipa de 100 peritos da indústria e os comentadores votaram no Mini como o automóvel o mais significativo do século, o que espelha a racionalidade do mesmo, pois também foram nomeados o VW Carocha, o Ford T e o Citroën DS.
Mas qual foi o raciocínio que levou a BMC a produzir o Mini? A BMC e o bem conhecido conservadorismo inglês aliado a alguma frieza de análise não aplicável a todas as marcas deu a resposta com o conceito do Mini criado no meio da crise do Médio Oriente, quando os árabes descobriram que poderiam paralisar o mundo, usando o seu controle sobre as fontes de petróleo que abasteciam e abastecem o globo. A situação agudizou-se em 1956, quando o Coronel Nasser decidiu nacionalizar o canal de Suez, o que desagradou toda a comunidade internacional e teve repercussões negativas na sociedade Inglesa com os ingleses a tentarem impedi-lo sem sucesso uma vez que, sem o apoio americano, os árabes conseguiram impedir o transporte de petróleo através do Mediterrâneo.
Na guerra a Síria actualmente devastada forneceu 20% do Petróleo à Grâ-Bretanha. O grande problema era que todas as fontes de petróleo do médio oriente necessitavam de transporte em tanques gigantes, por mar, com rota em torno de Cape Town na África do Sul, devido ao fecho do Canal do Suez. A consequência foi a dramática falta de gasolina o que levou à expansão da popularidade de carros pequenos na Europa com racionamento de combustível no Reino Unido a partir de 1956. Os povo britânico e a europa ocidental na generalidade, começaram a exigir meios de locomoção económicos. Assim, as vendas de automóveis de cilindrada 900-1000cc quadruplicou no período compreendido entre 1956 a 1957, com grande aumento de vendas.
Um dos esboços que estavam mais adiantados para o projecto Mini era o idealizado por Alec Issigonis. Nota-se como o automóvel pouco mudou entre o conceito desenhado por Issigonis e o que veio a ser produzido dada a urgência da BMC, a crise de Suez influenciou de forma fundamental a história da BMC, que se reinventou e o convite de Sir Leonard no fim de 1955 a Alec Issigonis para integrar a BMC não poderia ter vindo em melhor altura. Para Issigonis, o automóvel deveria bater o tamanho do Fiat 600 de Dante Giacosa E ao contrário, com motor frontal a bagagem atrás.
Na primeira noite onde foram testados, os minis foram levados, durante 500 horas, no aeródromo local desactivado em Chalgrove, onde os fizeram 50.000 km identificando os principais defeitos do projecto. Com humor britânico Sir Leonard disse a Sir Issigonis, que tinha ordem “para construir o raio da coisa”. Desde o primeiro protótipo, até ao lançamento do automóvel em Agosto 1959, sofreu apenas algumas mudanças mecânicas com redução no tamanho do motor de 948cc para 848cc. Os protótipos testados tinham atingido 130 km/h e a Dunlop produziu um pneu específico para o modelo para optimizar os espaços interiores dos passageiros. Em abril 1959, os primeiros modelos da produção saíram da fábrica de Longbridge e no mês seguinte também produzidos em Cowley, com 100 unidades por dia a sair da fábrica com grandes elogios da imprensa relativa à personalidade, ao aproveitamento eficiência excepcional do espaço, ao desempenho e à sua tenacidade.
Fotos: Jornal dos Clássicos
Passaram 59 anos desde que saiu o primeiro Mini de Longbridge e alguns desse primeiros Mini rumaram a Mira onde naquele fantástico ambiente se recuou no tempo com os primeiros modelos de direcção à direita e matrícula britânica a dominarem as atenções sobre os cerca de oito centenas de Minis, Mokes e Marcos que rumaram a Mira durante o evento.
Fotos: Mike Guido
Ao chegar ao local a excelente organização do evento era facilmente constatada pois com a dimensão do evento o ambiente salutar dos participantes de toda a europa e de outros continentes era visível e sentia-se a emoção do amor ao modelo, com o parque de campismo completamente cheio podia-se identificar pelas bandeiras hasteadas as nacionalidades de cada participante. Participantes de Espanha, França, Irlanda, Inglaterra, Holanda, Polónia, Sérvia, Suiça, Suécia, Itália, Hungria, Malta, Noruega, Finlândia, entre outros, encheram as estradas portuguesas e Mira com desfile impressionante na marginal da Praia de Mira onde a multidão tomou conta literalmente as ruas num contacto entusiástico com os participantes demonstrativa do carinho das pessoas para com os Minis.
Fotos: Fernando Madeira
Sou suspeito pois revi muitos amigos de longa data com o gosto comum mas afirmo sem hesitações que foi evento a todos os títulos excepcional cuja dimensão e ambiente de confraternização ficará na memória dos participantes para sempre.
Sem duvida. Eu testemunho. O Francisco, que eu tive o prazer de acompanhar, no seu fabuloso Moke, já disse tudo. Bem hajas meu amigo pelo excelente fim de semana