Eventos • 05 Jan 2017

Este ano, decidimos sortear entre os nossos leitores o lugar de pendura num Caterham Seven 275 S no Passeio dos Ingleses, organizado pelo ACP Clássicos, na sequência de um desafio na nossa página do Facebook.
Foi a primeira vez que o fizemos e o resultado não podia ter ser melhor.
O vencedor foi o Adriano Cunha Pinto, um entusiasta de clássicos (e dos Alfa Romeo em particular).
O Caterham Seven em questão é uma amizade já consolidada, porque foi o meu companheiro de aventura na viagem madrugadora que realizei em Dezembro a Gouveia.
Avisei logo que a viagem seria sem capota e o Adriano preparou-se bem, com um casaco quente e um belíssimo gorro.
Encontrámo-nos na Praça de Londres, por volta das 9h00 e procurei instalar o Adriano confortavelmente no Caterham. Este exemplar tem a carroçaria SV, que é mais larga e comprida, o que o torna bastante mais confortável.
Decidimos que faríamos o percurso desportivo, com uma prova de regularidade no kartódromo de Palmela, sem qualquer preocupação de resultados. Pareceu-nos boa ideia porque, num automóvel como este, seria um momento divertido.
Fomos em conjunto com o Rui Catalão, no Morgan Plus 8 e o Ricardo Santos, num Mini Cooper S MkI, que levavam os filhos Eduardo e Guilherme.
Recebemos a bandeirada de partida pouco antes das 10h00 e lá saímos do centro de Lisboa, rumo à Ponte Vasco da Gama.
O ritmo era despachado, mas dentro dos limites legais. A 100 à hora, o Caterham já é bastante emocionante. Estava um dia bonito, com uma paisagem deslumbrante e sem frio.
Chegámos ao kartódromo e só então pensámos como iríamos fazer a prova, que era muito simples, consistindo em duas voltas à pista, sendo que a segunda teria que ser mais rápida cinco segundos do que a primeira.
Tínhamos o iPhone do Adriano, que nunca tinha usado a função de cronómetro e, para simplificar a estratégia, optámos por estabelecer um tempo-alvo para a primeira volta e, sem necessidade de parar a contagem, outro tempo-alvo para o total.
Nestas provas há sempre um tempo mínimo e máximo e nós, confiantes na competência do Caterham, apontámos para valores próximos do mínimo, com uma margem de dois segundos.
Pensei que, se não fizéssemos disparates, uma classificação honesta, nos dez primeiros, devia ser possível.
O Caterham é ideal para este tipo de provas, com um equilíbrio fantástico e acelerações e recuperações de referência.
Acho que ainda estava com a pressão dos pneus como a deixei após a viagem a Gouveia, com a traseira mais macia, porque achei que era a frente que saía primeiro, antes de fazer rodar a traseira com a aceleração.
Ainda assim, não tivemos qualquer problema em cumprir o objetivo inicial, salvaguardando as variáveis de termos apenas um cronómetro e não conseguirmos controlar totalmente o momento em que o transponder confirma a nossa passagem. Mas o importante é que tinha sido muito divertido.
Seguimos depois para Arraiolos, mais concretamente para a lindíssima Quinta da Ravasqueira, onde se realizaria o almoço.
A quinta tem também uma magnífica colecção de carros de cavalos e pudemos apreciar a beleza de alguns exemplares da colecção, em particular uma Diligência que pertenceu à colecção de Ettore Bugatti.
Durante o almoço foram afixados os resultados e foi com grande surpresa e até algum embaraço (sobretudo meu, porque o Adriano estava felicíssimo) que constatámos ter vencido a nossa classe, além de termos feito a melhor prova do dia.
Na verdade, bem vistas as coisas, não foi feito por aí além, já que dispúnhamos certamente do melhor automóvel para fazer a prova. E o Adriano foi-me mantendo informado da contagem, permitindo um total controlo do andamento. Mas, dada a ligeireza com que a encarámos, ficámos realmente surpreendidos.
Recebemos das mãos de Luis Miguel Costa, da Bentley Lisboa e de Carlos Barbosa, presidente do ACP, duas bonitas canecas da Bentley. Ainda bem que o troféu era de dimensões comedidas. Caso contrário, não as podíamos levar no nosso Caterham…
Gostámos tanto da Quinta da Ravasqueira que fomos dos últimos a sair. Para que a experiência de participação do Adriano fosse completa, faltava apenas mostrar que o mundo aventureiro dos clássicos também tem as suas contrariedades.
A nossa foi ligeira, porque apenas ficámos sem gasolina, situação motivada pelo facto de o indicador de combustível nos ter pregado uma bela partida.
Acabámos prontamente socorridos pela nossa Assistência Morgan Motors Portugal, que providenciou alguns litros de gasolina, o suficiente para podermos ir até à estação de serviço mais próxima.
Chegámos a Lisboa já de noite, mas devolvi o Adriano em pelo menos tão bom estado como o recebi de manhã. Excepto o sorriso, que me pareceu ainda maior…
Agradecemos a colaboração da Caterham Cars Portugal para a realização deste artigo.
Parabéns pelo texto e pelas fotos! Para quando a próxima prova da dupla campeã ? Um abraço aos dois e Parabéns mais uma vez !