Reavaliar o MG B GT

Clássicos 10 Mar 2017

Reavaliar o MG B GT

Por Hélio Valente De Oliveira

Esta pequena experiência foi uma estreia absoluta. Nunca tinha conduzido um GT, apesar de ter perdido a conta aos exemplares do B que experimentei e que me passaram pelas mãos. O que dizer então desta variante? É em tudo igual ao irmão, com o handicap de ser fechado, ou é em tudo igual com a vantagem de ser fechado? Será uma escolha e opinião muito pessoal, mas tendo a inclinar-me para a ultima hipótese. O facto de ser fechado confere ao GT uma rigidez estrutural, logo uma condução algo diferente, que o B aberto não permite. Notam-se de imediato as diferenças nos primeiros metros. O piso empedrado encarregou-se de solicitar a estrutura nesse sentido e o comportamento revela-se mais coeso… direi mesmo, mais actual!

 

Quando se fala em primeiro clássico, muita gente, e bem, posso acrescentar, pensa em MGB. A robustez mecânica e estrutural (sim, mesmo do B aberto) foram referências na época, e ainda hoje prevalecem no panorama dos clássicos. Uma estrutura, em aço, feita com a durabilidade em mente, e um motor muito simples, que trabalha quase por simpatia, fazem deste MG um automóvel que, se bem tratado, durará uma vida. Não sei se foi este o caderno de encargos dos engenheiros da marca mas o resultado final está à vista… um sucesso de vendas e uma procura sólida e constante, leia-se preços de venda que não dão sinais de baixar, pelo contrário, e que quase envergonham maquinaria mais sofisticada e originalmente muito mais cara.

 

Outro ponto forte é o budget limitado que estes automóveis requerem. Não tanto na aquisição mas mais na utilização. São baratos de manter e qualquer mecânico consegue resolver os poucos problemas que possam surgir. Problemas de peças são inexistentes, até com a vantagem de haver concorrência entre vendedores. A internet foi uma bênção para estes clássicos. Está tudo à distância de um click. Soa a cliché mas é verdade.

 

Com um comportamento mais para o competente do que para o entusiasmante, o MGB aberto ou fechado, é um automóvel para ser desfrutado naquelas tardes de Sábado, numa marginal à escolha, a um ritmo… pronto, civilizado! Sem exageros e sem pressas. A grande diferença do GT prende-se com o lado prático… o facto de ter bancos atrás e uma mala com mais espaço do que alguma vez será necessário, dão-lhe uma versatilidade pouco comum neste tipo de automóveis. O tecto rígido, esse é um bónus e sempre não se chega a qualquer lado com alguma peça de roupa mais húmida, pelas razões erradas.

 

Quanto a mim será a diferença para uma utilização mais frequente e até, porque não, quotidiana, que qualquer entusiasta compreenderá. Perderá talvez algum do encanto que uma certa inacessibilidade proporciona, mas partindo do princípio que estes automóveis foram feitos para serem conduzidos e usados até ao tutano…porque não? Concordo plenamente com o Jay Leno, quando diz que usa indiscriminadamente os automóveis. Quando ficam gastos… restaura-os outra vez!

 

Viatura cedida por Lotus Emblematic (917 266 269)

 

1 Comentário
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Rui
Rui
8 anos atrás

Foi pena não ter sido contada a história dos 5 MGB GT de matrícula consecutiva, todos vendidos novos em Portugal e todos ainda existentes, o que diz muito sobre o modelo! Este é um deles e eu sou proprietário de outro.

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