Clássicos • 10 Out 2022

Clássicos • 02 Nov 2016
Dentro do maior restaurador de automóveis clássicos do mundo
Em que local do mundo poderiamos encontrar mais de 200 pessoas a trabalhar num complexo de restauro de automóveis clássicos – com um vasto espaço- com salas para a carroçaria, para marcas como Jaguar, Rolls-Royce ou Mercedes, para projectos futuros e muito mais?
Surpreendentemente, a resposta não é “os Estados Unidos”, “o Reino Unido”, “a Austrália” ou qualquer outro lugar da Europa. Acontece mesmo nas Filipinas, na antiga base aérea norte-americana que agora é Clark Freeport Zone.
Numa ideia do empresário australiano Jim Byrnes, a instalação para realização de restauros ‘Byrnes Motor Trust’ foi criada há seis anos.
Escolher um local onde os trabalhadores fossem qualificados e dedicados significou para a Byrnes a possibilidade de obter a sua crescente colecção com restauros de qualidade, mas a custos mais baixos custos, consessionando lotes para economias de escala.
Para Byrnes estão ligado ao mundo automobilístico não é novidade nenhuma. “O meu primeiro emprego foi na indústria automobilística em 1976. Tenho o cheiro de óleo e trapos no meu sangue há 40 anos”, refere.
“Os colecionadores de automóveis são viciados – o som, a sensação, o vento nos cabelos – eu gosto de carros que foram capacitados pela engenharia. Amo coisas feitas com sangue, suor e lágrimas. Jaguar E-types, os primeiros Porsches, Rolls-Royce, é muito importante preservá-los.”
“Sou um colecionador há 40 anos, mas há seis anos vendi uma empresa por 100 milhões de dólares e foi aí que comecei a investir seriamente. Se comprar os carros certos, eles irão combrir o investimento. Se a moeda é baixo num determinado país, eu vou comprar lá. Se for forte noutro, eu vou vender lá.”
Byrnes explica que há cerca de sete/ dez anos atrás não era economicamente viável restaurar a maioria dos E-types devido ao custo das peças e à pequena quantidade de 3.000 horas de trabalho.
“Com taxas de mão-de-obra até 100 libras por hora no Reino Unido e na maior parte da Europa, e não muito menos nos Estados Unidos, há cinco anos um carro comprado por 25.000 libras custaria cerca de 225.000 libras para restaurar, refere – mas só o conseguiria vender por 125.000 libras.
“Clark é uma zona livre de impostos, aqui posso importar carros, restaurá-los e exportá-los sem pagar impostos – apenas pago imposto sobre o lucro adquirido ao restaurá-los. A economia e as vantagens fiscais nas Filipinas permitem-me transformar projectos comercialmente inviáveis em projectos bastantes lucrativos”.
Byrnes explica que o negócio começou com 35 projectos de carros, mas rapidamente cresceu para 400 no periodo de dois anos. Para acompanhar a taxa de trabalho ele recrutou trabalhadores de “empresas que produziram restauros de qualidade superior”.
Entre os que se juntaram à BMT estão pintores, panelbeaters e muitos estagiários – ‘trainees’. “Os dois primeiros anos completamente improdutivos”, afirma. “Terminámos alguns carros, mas nada de especial.”
Byrnes queria que a empresa crescesse até ser capaz de produzir carros de classe mundial, e por isso não trabalhou para clientes externos durante quatro anos: em vez disso, focou-se no seu próprio stock. Só agora é que considera estar pronto para começar a assumir o trabalho. “Não para qualquer um, mas sim para os grandes coleccionadores em quem podemos confiar o julgamento final do trabalho efectuado”.
Entre esses clientes, recentemente comprou um raro Jaguar XK120 com volante à direita um E-type 16 (também com volante à direita). Até o final deste ano, 50% do trabalho do BMT será para clientes externos.
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