Beleza Americana Made in Japan

Com o aparecimento do motor a jacto, a indústria automóvel americana, começou a fabricar modelos que iam buscar esteticamente inspiração à aeronáutica. Daí, quando falamos em termos automobilísticos num “espada”, por as suas “asas” pontiagudas e imponência, estamos sem dúvida, a referir a época dourada dos carros americanos dos anos 50 e 60.
 
Quando a Segunda Guerra Mundial terminou, as fábricas de brinquedos que existiam na Europa e que tinham sido requisitadas pelos seus respectivos governos a favor do esforço de guerra, voltaram à sua normal laboração. É o caso de Nuremberga, centro industrial no fabrico de brinquedos, cujas fábricas das marcas Schucco, Gama, Marklin, Tipp & Co entre outras, reaparecem agora na zona controlada pelos americanos. Daí, o aparecimento em muitos brinquedos com a inscrição “Made in Germany U.S. Zone”.
 
A indústria japonesa, sem grande tradição no fabrico de brinquedos, aparece por volta de 1947. Algumas fábricas de material de guerra são “recicladas” para esse efeito e assim surgem nomes tão estranhos como Bandai, Yonezawa, Tayo, Asahi ou Marusan, entre outros. O sucesso dos seus brinquedos dá-se rapidamente o que faz com que das trinta fábricas iniciais se passe na década de sessenta para cerca de trezentas (contando com as subsidiárias), sendo maior importador os Estados Unidos com cerca de 55% do fabrico.
 
A que se deve o sucesso destes carros em lata, que hoje em dia chegam a atingir um valor superior a um milhar de euros? Provavelmente o seu realismo! Um Cadillac de 1951 da Marusan, por exemplo, era uma réplica exacta do modelo real, assim como um Ford, ou um Chevy. Este factor aliado à escala que variava entre: 1/24 e 1/12 faziam com que se tornassem objectos de desejo. A morte destes “espadas” foi ditada por alteração das normas de segurança infantil nos finais da década de sessenta.
 
Será que quando foram criados, foram só pensados para alegria das crianças? Provavelmente não! O que era suposto ser só um brinquedo, ao ser fabricado com o pormenor que é utilizado nos ateliers de design das fábricas de automóveis, passou também para o imaginário dos adultos.
 
Texto: Álvaro Silva