Lendas da Competição: Simca 1000 Rallye 2 (1973)

Arquivos 04 Set 2014

Lendas da Competição: Simca 1000 Rallye 2 (1973)

Como tantos outros modelos adaptados a desportivos de pequenos utilitários, a história do Simca 1000 Rallye 2 começou com o singelo Simca 1000, e mais tarde o Simca 1000 Spécial, de 1969. Bastante populares, estes modelos franceses começaram a ser cobiçados para competir nas classes reservadas às cilindradas mais baixas. Em 1970, respondendo ao mercado, o construtor apresentou o Simca 1000 Rallye, equipado com um pequeno motor de 1.118 c.c. e 53 CV. Em Setembro de 1972 a Simca voltava à carga, apresentando o 1000 Rallye 2. O quatro cilindros via a cilindrada aumentar para os 1.294 c.c., passando a debitar 82 CV de potência, graças à utilização de dois carburadores duplos. Pesando apenas 860 quilogramas, o Rally 2 alcançava 162 km/h de velocidade máxima.

 

Com um invejável palmarés conquistado no panorama da velocidade nacional, o Simca 1000 Rallye 2 do Museu do Caramulo iniciou a sua carreira desportiva em 1975, pelas mãos de Santinho Mendes, na Rampa da Pena onde conquistou um terceiro lugar à classe, e no Estoril, com um primeiro lugar à classe. Nesse ano, o automóvel passou a ser pilotado por Jerónimo de Lacerda, tendo este competido a 27 de Julho de 1975 no Estoril, onde desistiu com um furo, e um mês depois, a 31 de Agosto de 1975, no circuito de Vila do Conde, onde conquistou o primeiro lugar na classe, um dos seus maiores feitos.

 

Entusiasmado com as capacidades do pequeno Simca, o piloto do Caramulo enviou-o para França para ser preparado nas instalações da Simca Racing Team, em Lille. Ainda fresco da viagem, e já com 86 CV no motor, o Simca foi inscrito na prova do Estoril, mas Lacerda seria substituído por questões de saúde ao volante por João Nabais. O resultado da preparação foi a conquista de um terceiro lugar na classe.

 

Após a morte de Jerónimo de Lacerda, o seu amigo e conhecido piloto dos anos 70, Edgar Fortes, pede o Simca 1000 Rallye 2 emprestado ao novo proprietário, António Adão, e conquista dois primeiros lugares nas rampas da Pena e da Foia, em 1978. A época de 1978 terminaria com António Adão ao volante do Rallye 2 nas provas do Circuito do Estoril, 500 Km do Estoril, Rampa da Falperra e Prémio da Serra da Estrela, nas quais conquistou dois quartos lugares, na primeira e terceira provas, tendo desistido nas restantes. Já sem a competitividade que havia gozado anteriormente, o automóvel passou pelas mãos de Veloso Amaral, que com ele fez as épocas de 1982 e 1983, disputando provas como o Circuito de Vila do Conde, Rally de Portugal, Circuito Grão-Pará Estoril, e Rampa da Pena (conquistando inclusivamente o primeiro lugar à classe na VI Rampa de Portalegre disputada em Junho de 1983), e de Alberto Gonçalves, que com ele disputou duas provas em 1985.

 

Após muitos anos afastado da competição, o Simca 1000 Rallye 2 regressou ao Caramulo, onde foi totalmente restaurado por João de Lacerda, filho de Jerónimo de Lacerda, que devolveu ao pequeno Simca a sua forma original, incluindo a decoração que havia sido utilizada no vitória conquistada pelo seu pai no Circuito de Vila do Conde, em 1975.

 

Este automóvel faz parte da exposição temporária “Lendas da Competição”, patente no Museu do Caramulo até ao dia 18 de Outubro.

 

Ficha técnica

1973

França

86 CV

4 cilindros

1.294 c.c.

4 velocidades

860 Kg

162 Km/h

Chassis #JC158482 K

Motor #0007471800

Classificados
veloso amaral
Visitante
veloso amaral

Sinto uma imensa satisfação, pelo regresso do HN-23-60 à CASA. Muito semelhante, aliás, às imensas alegrias que o mesmo me proporcionou ao longo de quase duas dezenas de provas. Abraço forte, de parabéns, para o meu Amigo João Lacerda.

José Eduardo Oliveira
Visitante
José Eduardo Oliveira

Tive um em 75/76 e era um carrinho fabuloso.
No autódromo do Estoril era um encanto nos duelos com os Datsun 1200 GX.

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