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O Lotus 61 foi apresentado ao público no início de 1969, no Racing Car Show em Londres, uma feira onde habitualmente os construtores de viaturas de competição lançavam os seus novos modelos. A empresa de Colin Chapman pretendia com o 61 dar a conhecer o seu novo moledo para a Fórmula Ford, na altura uma competição em franca expansão e com um enorme mercado comercial.
A Lotus tinha começado a sua participação na Fórmula Ford com o Type 51 em 1967, que foi aliás o percursor da competição. Este 51 deu-lhe a fama e o retorno financeiro suficiente para dois anos depois apresentar um novo automóvel de Fórmula Ford. Mesmo com a concorrência de outros fabricantes, como a Merlyn ou a Royale, era a Lotus a marca mais bem sucedida em termos de resultados.
Na altura a Lotus era um dos maiores construtores de automóveis de competição e queria produzir um monolugar adaptado à filosofia low cost associada à Fórmula Ford, que fossem fáceis de manter. Daí que não fosse de estranhar que, tal como a maioria dos monolugares seus concorrentes à época, o Lotus 61 apresentava um chassis tubular e uma suspensão independente às quatro rodas. Claro que em termos de motorização podia receber qualquer dos motores e caixas de velocidades disponíveis para a Fórmula Ford, no entanto a Lotus Components (assim se chamava oficialmente o departamento de competição cliente da marca) aconselhava o motor Lotus Holbay LH/105, derivado do Ford Cortina 1600E, associado a uma caixa Hewland Mark VI de quatro velocidades. As suas linhas inspiravam-se nos automóveis que a Lotus tinha produzido para as corridas de Indianapolis.
Uma das forças comerciais da Lotus eram as suas parcerias com fabricantes de componentes e para além da ligação à Holbay, que como já vimos preparava os motores Ford Kent, também a Armstrong, uma marca de amortecedores, equipava como opção estes Lotus 61.
A ambição de Colin Chapman em termos de vendas era enorme e logo no primeiro ano de fabrico as expectativas eram de vender mais de 400 automóveis em mais de 15 países diferentes. Os mercados Norte-americano e Canadiano eram muito importantes, em paralelo com o Britânico, mas a proliferação de Campeonatos de Fórmula Ford pela Europa fora fazia com que Chapman visse o Lotus 61 como um verdadeiro sucesso global. Na verdade, e apesar de não haverem números definitivos, presume-se que a Lotus terá construído no máximo cerca de 250 chassis Type 61, mesmo assim um número impressionante para a época, apesar de algo longe das melhores expectativas de Chapman.
As prestações do 61 não tardaram a fazer história nos mais diversos campeonatos de Fórmula Ford e logo em 1968 Dave Walker dominava a seu belo prazer o Britânico da modalidade, onde venceu nove corridas e não tardou a tornar-se piloto oficial da marca na Fórmula 1.
O Lotus 61 foi produzido até finais de 1971, não sem que para a temporada de 1970 fossem introduzidas algumas alterações no pequeno Fórmula, que deram origem ao Type 61M. Para além do abaixamento do nariz frontal a Lotus procedeu a alguns arranjos aerodinâmicos nas laterais do automóvel e aumentou a capacidade do depósito de combustível. Esta evolução foi mostrada em primeira mão nos Estados Unidos em finais de 1969 e um dos primeiros pilotos a ter acesso ao automóvel foi precisamente Ernesto Neves, que na sua temporada de 1970 em Portugal, enquanto integrante do Team Palma, utilizou um 61M.
Mas Ernesto Neves não foi o único piloto a tripular o 61 em competições em Portugal. Nomes como Luís Fernandes, Mané Nogueira Pinto, Luís Madeira Rodrigues, António Barros, Robert Giannone e até mesmo Álvaro Lamy Viçoso (Pai de Pedro Lamy) também tiveram os seus momentos de gloria ao volante dos Lotus 61, que mesmo após o final da Fórmula Ford em Portugal continuaram a ser regulares participantes em circuitos e rampas na categoria Fórmula Livre até aos finais dos anos 70.
Este automóvel faz parte da exposição temporária “Lendas da Competição”, patente no Museu do Caramulo até ao dia 18 de Outubro.
Ficha técnica
1971
Inglaterra
105 CV
4 cilindros
1.599 c.c.
4 velocidades
420 Kg
190 Km/h
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