Arquivos • 28 Ago 2012
“História da Volta à Ilha”, de João Mendes de Almeida, apresentado a 27 de Setembro
Esta foto poderia ser um prenúncio de coisas grandes. À época poderia ser claramente interpretada assim mas a história viria a provar que também se sentia ali uma aura trágica. Isto porque os dois carros que vão à frente eram pilotados, respectivamente, pelos americanos Tim Mayer e Peter Revson.
Comecemos por Mayer. Estudante de literatura na prestigiada Universidade de Yale, assim que teve idade para obter uma licença de competição, aos 21 anos, começou a competir com um Austin-Healey em provas de velocidade da costa leste. Pouco tempo depois é chamado para o serviço militar obrigatório que acabou por não lhe prejudicar muito a carreira, pois estava destacado em Porto Rico e conseguiu organizar as folgas e licenças de forma a poder competir o mais possível! As corridas eram na maior parte pontuáveis para o campeonato americano de Formula Junior, com Mayer a conduzir um Cooper inscrito pela equipa entretanto montado pelo irmão Teddy, a Rev-Em (tradução livre: acelera-os!) Racing, onde também alinhava Peter Revson. Timmy Mayer sagrar-se-á campeão em 1962, decidindo os irmãos dar o salto para o Reino Unido de forma a prosseguir a carreira na equipa de Ken Tyrrell, a responsável pela inscrição oficial da Cooper no campeonato europeu de Formula Junior (e nos entretantos também tinha feito sensação nas provas de sport da costa leste ao volante de um Lotus). Este estado de graça é assinalado pela condução de um Cooper oficial no GP dos EUA de 1962, naquele que viria a ser a sua única corrida disputada no Mundial, pois viria a morrer no início de 1964 na última ronda das Tasman Series, quando estava tudo encaminhado para conduzir para a Cooper nessa época.
Quanto a Revson, para além da boa educação da “Ivy League” tinha atrás de si a fortuna familiar, a criadora da empresa de cosméticos Revlon. Estudante em Cornell (onde foi contemporâneo de Teddy Mayer), quando acabou o curso Revson foi para o Hawaii em 1961,onde começou a competir ao volante de um Morgan. Bem mordido pelo bichinho dos automóveis, no ano seguinte faz um curso de pilotagem em Monza e junta-se aos irmãos Mayer na Rev-Em Racing, disputando o campeonato de Formula Junior americano, ficando atrás de Timmy Mayer na classificação final. Juntamente com os irmãos Mayer, segue para o Reino Unido em 1963, onde ficará a disputar o campeonato europeu de Formula Junior com um Cooper inscrito por si. Ou os resultados ou a sua carteia chamaram a atenção de Reg Parnell que o inscreveu para a Gold Cup de 1963, dando-lhe assim o primeiro sabor de F1, que viria a conhecer em formato mundialista no GP do Mónaco do ano seguinte ao volante de um Lotus 24 inscrito em nome próprio, ao que se seguiriam participações sob a alçada de Reg Parnell. Mas o material fornecido pela pequena equipa inglesa não era competitivo e o próprio Revson não tinha ainda uma atitude de entrega como a que viria a mostrar na sua segunda “encarnação” na F1, já que o apartamento que dividia neste tempo com Chris Amon e Mike Hailwood era conhecido sobretudo pelas inúmeras festas que lá se sucediam…
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Revson,Amon e Hailwood curtiam uma cachaçada é?rsrsrs,vai ver por isso eram tipos tão pitorescos naquela época…grandes pilotos e figuras.