Clássicos • 24 Jun 2019
Clássicos • 12 Ago 2014
Novo E-Type Lightweight
A Jaguar apresentou o protótipo do novo E-Type Lightweight, do qual serão produzidas e comercializadas seis unidades adicionais.
“A missão da Special Operations consiste em satisfazer a paixão dos nossos clientes mais exigentes e entusiastas pelos veículos, incluindo também os do passado. Isto explica a existência de nossa divisão Jaguar Heritage e por que o novo E-Type Lightweight é um projecto tão emocionante”.
“O E-Type é um veículo icónico, e o E-Type Lightweight é o mais atraente de todos. Poder completar a produção inicial de 18 unidades, quando passaram cinquenta anos desde a produção do último «Lightweight» era uma oportunidade imperdível.”Declarou John Edwards, Managing Director da Special Operations da Jaguar Land Rover.
A Jaguar anunciou em maio de 2014 que irá construir seis novas réplicas do Jaguar E-Type Lightweight original, todas realizadas pela Jaguar Heritage, que integra a nova divisão Special Operations da Jaguar Land Rover.
Cada um destes será construído respeitando as especificações exactas do último E-Type Lightweight produzido em 1964 e será produzido artesanalmente nas mesmas instalações da Jaguar onde o E-Type foi construído pela primeira vez: a fábrica de Browns Lane, em Coventry, Inglaterra. Os veículos serão vendidos como veículos de competição históricos e todos poderão ser homologados pela FIA para competição.
Os novos veículos são os seis restantes do projeto Special GT E-Type, que foi iniciado em fevereiro 1963 com o objectivo de construir 18 unidades e acabaram por ser construídos apenas 12 unidades. Os seis números de chassis restantes permaneceram em estado latente até agora, dado que os seis novos veículos com carroçaria em alumínio, irão incorporar os números de chassis históricos originais dos E-Type dos anos sessenta 60.
Vencedor de diversas competições nas mãos de pilotos reconhecidos no seu breve percurso desportivo, este veículo atingiu fama à escala internacional e, actualmente, os exemplares originais encontram-se avaliados em vários milhões de euros. Para a recriação do E-Type Lightweight a Jaguar Heritage beneficiou dos extraordinários conhecimentos e experiência de numerosos engenheiros e técnicos de grande talento que já trabalhavam em diversos departamentos da Jaguar.
Quando lhes foi proporcionada a oportunidade de participar neste emocionante projecto, não puderam recusar a oferta. Alguns têm inclusivamente um vínculo indirecto desde o lançamento do E-Type: um técnico com vasta experiência calculou que a sua família, incluindo os seus avôs, o seu pai e o seu tio, trabalhou um total de 170 anos para a Jaguar, em períodos que remontam até ao início da década de 1960.
Este projecto exige uma experiência e nível de atenção ao detalhe excepcionais, pelo que a Jaguar está a utilizar todos os seus recursos Jaguar para assegurar que os seis novos Lightweight não serão apenas autênticos, mas também, em complemento, construídos com uma atenção extrema aos mais elevados níveis de qualidade.
Por esta razão, cada um dos seis clientes seleccionados irá receber algo verdadeiramente excepcional: um E-Type Lightweight construído artesanalmente em Browns Lane e tão atraente como um dos originais.
“A construção a cargo dos novos seis veículos de competição clássicos E-Type Lightweight da Jaguar Heritage, será realizada de forma meticulosa e artesanal nas novas instalações de Browns Lane, que agora disponibilizam também serviços de restauração e manutenção a veículos de clientes, atesta o nível exclusivo de conhecimentos especializados desta equipa. Saber que esses mesmos conhecimentos podem também ser utilizados em benefício dos proprietários de automóveis clássicos da Jaguar significa que este é um momento verdadeiramente emocionante para Jaguar Heritage”, declarou Derek Weale, Jaguar Heritage Bussines Director.
O PROJECTO E-TYPE LIGHTWEIGHT EM DETALHE
Carroçaria
O componente central do E-Type Lightweight é a sua carroçaria em alumínio. Este material substituiu o aço da produção do E-Type para redução do seu peso, conseguindo uma redução de cerca de 114 kg em relação ao modelo de série.
Apesar dos 50 anos de diferença, a construção em alumínio dos seis novos E-Type proporciona-lhes uma afinidade imediata com os modelos F-TYPE e XJ da gama atual da Jaguar, que são construídos com carroçarias em alumínio respeitando os requisitos exigentes exactamente pela mesma razão. Efectivamente, actualmente a Jaguar é o principal fabricante à escala internacional de veículos com carroçaria em alumínio e a companhia desfruta de uma experiência inigualável no campo de aplicação da tecnologia de alumínio na produção automóvel em grande escala.
Por esta razão, quando a tarefa de construir uma réplica da carroçaria do E-Type Lightweight em alumínio foi atribuída aos engenheiros da Jaguar, estes puderam estabelecer de imediato uma relação com o que os seus antecessores tinham conseguido há 50 anos atrás. Não obstante, apesar das enormes evoluções em tecnologia desde o início da década de sessenta, decidiram não incorporar materiais nem métodos de montagem e fixação modernos. Apesar das estruturas sem soldadura de ligas de alumínio de alta resistência tivessem ficado invisíveis, não teriam sido fiéis ao design original nem teriam cumprido os requisitos de homologação exigidos pela FIA para a competição de veículos clássicos.
Desta forma, a tecnologia actual avançada destinou-se, em vez disso, a assegurar a mais elevada qualidade e uma reprodução fiel e exata dos componentes que integram a carroçaria do dois lugares E-Type Lightweight. Utilizando as tecnologias mais avançadas de digitalização foram criados modelos digitais das superfícies exteriores e interiores da carroçaria de um Lightweight.
Posteriormente, os técnicos da Jaguar analisaram os resultados desta digitalização extremamente detalhada, que permitiu registar dimensões e formas com a precisão de uma fracção de milímetro, para determinar de que forma foi montada a estrutura na década de sessenta, a resistência e como se poderia desenhar actualmente para conseguir um resultado da mais elevada qualidade no projecto E-Type Lightweight.
Graças a este processo de captura digital, que proporcionou aos engenheiros da Jaguar um controlo absoluto sobre os 230 componentes individuais que integram a carroçaria do E-Type Lightweight, foi possível optimizar as suas formas antes de enviar os dados para a oficina do centro de engenharia da Jaguar em Whitley. Até os painéis que permanecem ocultos dentro da estrutura foram reproduzidos fielmente. Para assegurar uma simetria absoluta, foi utilizado um lado da carroçaria digitalizada como ponto de referência que, de seguida, foi invertido para conseguir os resultados exactos no lado oposto.
Em complemento, antes da aprovação final, a digitalização em CAD da superfície exterior foi transferida para o departamento de design da Jaguar, onde foram ultimados os detalhes da geometria da superfície. Todo este trabalho assegurou que as ferramentas com as quais são produzidos a maior parte dos componentes da nova carroçaria são o mais precisas possível.
Cerca de 75 porcento dos painéis são produzidos internamente em Whitley e apenas poucos componentes estampados de grandes dimensões são fornecidos por especialistas externos que utilizam ferramentas desenhadas pela Jaguar. Os tipos de alumínio utilizados nos painéis, tanto da estrutura inferior como da superfície, apresentam propriedades mecânicas praticamente idênticas às utilizadas em 1963 na construção dos E-Type Lightweight originais. A carroçaria foi produzida em conformidade com o E-Type Lightweight com o número de chassis 12; que a Jaguar já tinha reforçado adicionalmente em áreas chave da carroçaria.
Posteriormente, a carroçaria em alumínio é completada com a incorporação do capot, das portas e da tampa da bagageira, também em alumínio. Como no caso dos veículos originais, o tejadilho rígido em alumínio integra o equipamento de série.
O desenvolvimento das ferramentas para produção da carroçaria foi realizado pelo mesmo departamento que constrói todos os protótipos da Jaguar Land Rover, pelo que o projecto contou com experiência e conhecimentos de excelência. No início, o processo de construção e os procedimentos de montagem foram testados no primeiro protótipo, dado que se trata de um protótipo de engenharia, não incorpora nenhum dos seis números de chassis do Lightweight.
Para o projecto E-Type Lightweight os engenheiros da Jaguar criaram uma base de dados específica como as utilizadas durante o desenvolvimento de novos veículos Jaguar de produção. Este documento interno regista as normas de qualidade necessárias em termos de ajustes e acabamentos da carroçaria e assegura uma qualidade de construção uniforme nos seis novos E-Type «Lightweight».
Foi incluído um roll bar como equipamento de série e a carroçaria dispõe de pontos de montagem para uma extensão dianteira desmontável, que é disponibilizada como equipamento opcional. O nível de construção dos veículos é tão elevado que poderão ser homologados pela FIA para competição de veículos históricos.
Motor e transmissão
O E-Type Lightweight estava equipado com uma versão muito avançada do motor de seis cilindros em linha XK da Jaguar, o qual, graças às duas árvores de cames à cabeça com accionamento por corrente e à sua cabeça em alumínio com câmaras de combustão hemisféricas, continuava a ser considerado avançado em 1963, apesar de ter sido utilizado no XK 120 em 1948.
Este motor foi o responsável pelas 5 vitórias dos C-Type e D-Type em Le Mans durante a década de cinquenta e a unidade desenvolvida para o E-Type Lightweight baseia-se no motor de 3.868 cc com o qual o D-Type venceu em Le Mans em 1957. Apesar de utilizar uma cabeça em alumínio muito semelhante, de ângulo aberto e com válvulas de grandes dimensões, em vez do bloco em ferro fundido do D-Type, a Jaguar introduziu um bloco em alumínio para o E-Type Lightweight, o que permitiu reduzir substancialmente o peso suportado pelas rodas dianteiras, que é utilizado da mesma forma nos veículos atuais, com camisas de cilindros em aço.
Outra característica fundamental herdada do D-Type é o sistema de lubrificação por cárter seco, que consiste de uma bomba que se encarrega de aspirar o óleo do cárter e direccioná-lo para um depósito de óleo separado, posicionado sob o capot. Desta forma é evitada a flutuação no nível de óleo durante a condução em curva e o consequente risco de danos nos apoios da cambota e cabeças das bielas, além de permitir utilizar uma maior quantidade de óleo.
A relação de compressão é de 10:1 e o veículo actual incorpora três carburadores Weber 45DCO3, que foram homologados pela Jaguar para o E-Type Lightweight, em complemento a um sistema de injecção mecânica de combustível Lucas, que é disponibilizado aos clientes como opção com custo (e que o primeiro protótipo incorpora). O colector de escape é em aço e direcciona os gases até dois tubos paralelos que os conduzem através de um silenciador central até à traseira do veículo, onde o sistema termina numa ponteira de escape polida.
Tanto no caso da alimentação através de carburadores como de injecção de combustível, a potência supera largamente os 300 CV e, com um binário de cerca de 380 Nm às 4.500 rpm, o motor do Lightweight disponibiliza uma elasticidade elevada, uma característica tradicional dos motores de competição da Jaguar.
É utilizado um sistema eléctrico de 12 volts com negativo à massa e o motor beneficia de um motor de arranque moderno por inércia. Os radiadores de água e óleo foram produzidos em liga de alumínio. Existe também um depósito de expansão em alumínio para o líquido refrigerante e o depósito de combustível incorpora uma malha por razões de segurança.
A potência é transferida através de um volante leve de inércia reduzida, uma embraiagem monodisco e uma caixa de velocidades manual de relações próximas, com quatro velocidades sincronizadas, da mesma forma que o E-Type Lightweight da época. Encontram-se disponíveis várias relações de transmissão final, todas com o diferencial autoblocante Powr-Lok, mas a de 3,31:1 é disponibilizada como equipamento de série.
Suspensão, direção e travões
A suspensão dianteira com triângulos duplos e a suspensão traseira independente encontram-se configuradas em conformidade com a prática nos veículos de competição da época, com amortecedores melhorados que controlam a barra de torção do eixo dianteiro e as quatro molas helicoidais do eixo traseiro.
A direcção é assegurada pelo excelente sistema de pinhão e cremalheira de série do E-Type, com um volante tradicional com aro em madeira para o condutor. Os discos de travão dianteiros são maiores, com 318 mm de diâmetro, enquanto que os traseiros são os de série do E-Type. Não foram incluídos mecanismos de servo-assistência.
As jantes, com 15 polegadas de diâmetro, correspondem às da época, com o estilo «perfurado» correcto e, da mesma forma que as originais, são produzidas numa liga de magnésio; as dianteiras têm 7 polegadas de largura e as traseiras 8. Foram incorporados pneus Dunlop Racing: secção 6.00 no eixo dianteiro e 6,5 no eixo traseiro, ambas em composto CR65.
Montagem final
A carroçaria monobloco é construída em Whitley, onde é fixada a um chassis auxiliar tubular, reforçado através de chapas de fixação, como no Lightweight original, e é enviada para as instalações da Jaguar em Gaydon para o processo de pintura. De seguida, é transportada para a Jaguar Heritage, em Browns Lane, onde se procederá à montagem do veículo: motor, suspensão, travões, direcção, componentes eléctricos, tablier e revestimentos suaves.
Este processo será realizado numa área exclusiva, próxima de onde foram montados os E-Type Lightweight originais em 1963/1964, e todo o trabalho é realizado por técnicos altamente especializados com experiência na montagem de protótipos extremamente complexos da Jaguar Land Rover.
É nesta etapa que um contacto pessoal com o cliente dita as especificações finais para cada um dos veículos, e não deverão haver dois idênticos.
O primeiro protótipo foi submetido a um período de 15 dias de ensaios nas instalações de testes da Jaguar Land Rover em Gaydon, com o objectivo de verificar a dinâmica do veículo e estabelecer algumas configurações de suspensão ideais. Para tal contou com Mike Cross, Vehicle Integrity Chief Engineer da Jaguar. Os engenheiros da Jaguar estabeleceram inclusivamente um plano de verificação do design para o Lightweight, da mesma forma que para um modelo totalmente novo. Cada um dos novos seis Lightweight será submetido a testes de verificação para termos a certeza de que cumprem com os requisitos em termos de travagem, condução e direcção.
“Nos nossos veículos desportivos Jaguar modernos, o nosso objectivo consiste sempre em conseguir proporcionar uma resposta imediata às solicitações do condutor, e o objectivo com o E-Type Lightweight era o mesmo. Na minha opinião, a sua resposta à direcção, travagem e solicitações no pedal do acelerador, em conjunto com a sonoridade notável criada, é o que o torna numa máquina tão atraente a partir do lugar do condutor”, declarou Mike Cross, Vehicle Integrity Chief Engineer da Jaguar.
Design
O Advanced Design Studio da Jaguar participou no projecto desde o início e teve a missão de conseguir o nível de revestimento apropriado para o novo veículo, em complemento a seleccionar os materiais utilizados e o tipo e cor dos acabamentos.
“Com o E-Type Lightweight, o nosso objectivo como equipa de design era fazer justiça ao trabalho original de Sir William Lyons e Malcolm Sayer. No momento de construir uma réplica deste veículo, foi essencial prestar uma atenção meticulosa aos detalhes, da mesma forma que na produção dos nossos Jaguar contemporâneos. Creio que o resultado é um novo E-Type Lightweight tão impressionante agora como o foram os originais quando eram novos”, declara Ian Callum, Director of Design da Jaguar.
É utilizado couro Connolly, fornecido por Jonathan Connolly, com peles produzidas respeitando as especificações utilizadas pela Jaguar na década de sessenta. Este couro é utilizado para revestir a base dos bancos desportivos em alumínio. O revestimento da consola central é também realizado em couro e são disponibilizadas sete cores distintas.
Conforme seria de esperar de um GT puro sangue, que exige peso reduzido em todas as áreas, o revestimento interior é mínimo. O cliente pode optar por um veículo com um revestimento completo e a equipa da Jaguar pode desenhar conjuntos de conjuntos personalizados de revestimentos, que podem incluir os painéis das portas, o revestimento para o tejadilho rígido, tapetes amovíveis personalizados em couro de sela e uma cobertura para o túnel de transmissão.
Grande parte do interior do primeiro protótipo, foi deixado propositadamente sem pintura para realçar a carroçaria em alumínio do veículo.
O Studio selecionou também uma paleta de seis cores heritage recomendadas para o exterior: Carmin Red, Opalescent Grey Metallic, Silver Metallic, Opalescent Blue Metallic, British Racing Green e Old English White. No entanto, encontram-se disponíveis diversas alternativas de cores e revestimentos, dado que cada veículo é construído em conformidade com as especificações pessoais de cada cliente, que pode conversar sobre as diversas opções com Ian Callum, Director of Design, em pessoa.
Em honra aos E-Type Lightweight, a Jaguar cimentou também a sua relação com a Bremont Watch Company, que irá criar seis relógios de pulso E-Type personalizados, que serão oferecidos aos clientes dos seis novos E-Type Lightweight.