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Lendas da Competição: Alba (1952)
A fábrica metalúrgica Alba em Albergaria-a-Velha era, no início dos anos 50, uma grande unidade industrial, pertencente ao Comendador Martins Pereira. O filho, António Augusto Martins Pereira, era um grande entusiasta do desporto automóvel e resolveu criar a marca Alba vocacionada para a competição. O primeiro Alba foi desenhado e construído em 1952 e equipado – como era normal na época, não só em Portugal como na Itália e em França – com o infatigável motor Fiat ou Simca de 1.089 c.c. e representou um notável progresso estilístico quando comparado com os DM ou os FAP da época, que tinham uma estética mais arcaica.
Na equipa Alba, para além de Martins Pereira, deve ser destacado Francisco Corte Real Pereira, piloto e mecânico de bom nível. Vencedor em 1951 e 1952 da classe 1.100 c.c. no Circuito da Boavista, ajudou a desenvolver o Alba e a torná-lo num carro ganhador. Com três automóveis produzidos, a Alba tinha então uma estratégia clara de abordagem às provas nacionais: Corte Real tinha a seu cargo os circuitos e Martins Pereira dedicava-se às provas de regularidade, mas nos ralis.
As alterações regulamentares impostas pelo ACP, a partir de 1954 – com a passagem do limite superior de 1.100 para 1.500 c.c. – impuseram aos pequenos construtores portugueses a procura de novas soluções. A Alba desenvolveu vários motores. Para além do original 1.1 litros, com a mesma base e por aumento do diâmetro, preparou um 1.325 c.c. e a partir de um bloco Peugeot, obteve um 1.360 c.c.. Corte Real Pereira teve ainda uma ideia mais ousada e na procura incessante de soluções para contrariar a ascendência do motor Porsche – que se revelava imbatível quer nos Denzel quer nos 550 Spyder – recorreu a um velho motor Alfa Romeo 6C 1.750, diminuiu-lhe o diâmetro e desenvolveu, assim, um curioso motor de 1.5 litros de seis cilindros com que participou na Boavista, em 1955 e 56, e em Vila Real, em 1958, embora sem grande sucesso. A “jóia da coroa” dos motores Alba, porém, seria o projecto próprio, elaborado na metalurgia Alba, todo em alumínio, com duas árvores de cames à cabeça e duas velas por cilindro.
A carreira da Alba prolongou-se durante bastante tempo e em 1961 Corte Real Pereira ainda participou no Rali Nocturno de Salgueiros, onde obteve a 3ª posição absoluta.
Este automóvel faz parte da exposição temporária “Lendas da Competição”, patente no Museu do Caramulo até ao dia 18 de Outubro.
Ficha técnica
1952
Portugal
90 CV
4 cilindros
1.500 c.c.
4 velocidades
200 Km/h
Chassis #508-C-229808