Arquivos • 13 Abr 2012
A foto que encabeça este artigo mostra Paul Pietsch no grande momento da sua carreira. Mas antes vejamos como chegou até lá.
Os pais detinham uma cervejeira, mas o que lhe interessava mesmo eram os automóveis. Assim que juntou os marcos necessários, comprou um velhinho Bugatti 35 aos 20 anos! No ano seguinte, 1933, já o tinha trocado por um Alfa Romeo Monza, sendo que alcançou alguns êxitos em rampas e em corridas de gelo na Escandinávia. As boas prestações chamaram a atenção dos potentados Mercedes e Auto Union que o chamaram para testes. Acabou por assinar com a Auto Union, tendo feito um tempo mais rápido que a outra promessa que dava pelo nome de Bernd Rosemeyer, mas nunca se adaptaria ao comportamento quer do Typ B, quer do director da equipa, Willy Walb. E ainda, viu Ilse, a sua esposa, apaixonar-se pelo colega de equipa Achille Varzi, o que não deve ter ajudado em nada as prestações do entristecido marido (Varzi não se ficaria a rir, pois ficou viciado em morfina graças à influência da sua conquista amorosa).
Tendo um ano sabático em 1936, regressa em 1937 para correr como piloto oficial da Maserati, agora detida pela família Orsi. Começando nas “voiturettes”, Pietsch volta à ribalta dos GPs, quando os italianos, aproveitando a mudança das regras, regressam ao convívio dos “grandes” e lançam o 8CTF. Apesar do bom trabalho (uma das características principais era a leveza e velocidade), ainda não era carro para derrubar a “armada” alemão, pois a fiabilidade era muito fraca. Mas foi carro suficiente para Pietsch provocar um calafrio nos mais de 250.000 espectadores que acorreram ao Nürburgring para assistir ao GP alemão de 1939. Aí, aproveitando um grande ritmo inicial de corrida e uma série de vicissitudes por parte de Mercedes-Benz e Auto Union, Pietsch chegou ao 3º lugar final, com o destaque a ir para a sua liderança da prova, o que deve ter provocado um calafrio nos alemães, recordados ainda do triunfo de Nuvolari em 1935 com o Alfa Romeo.
A Guerra acabaria por terminar a ascensão de Paul Pietsch mas este não se demoveu e quando terminaram as hostilidades, não só voltou a correr, quase tão mais importante, viria a fundar o jornal Das Auto, que se viria a transformar na Auto Motor und Sport, hoje uma das grandes referências mundiais da imprensa automobilística.
Estrear-se-ia no Mundial de F1 no GP de Itália de 1950 ao volante de um Maserati 4CLT/48 privado.