Automobilia • 03 Jun 2015
Automobilia • 20 Fev 2014
Mercedes-Benz 600: A nobreza em miniatura
Esteticamente belo, não é. Mas continua a ser, seguramente, imponente e majestoso, apesar dos seus cinquenta anos. Obviamente que estamos a falar dessa obra de arte que é o Mercedes-Benz 600.
Relembrando o sucesso obtido antes da guerra com o “grande” Mercedes 770 e considerando que o 300 (Adenauer), apesar do seu luxo e qualidades, deveria ser substituído por um modelo mais emblemático, os dirigentes da firma de Estugarda decidiram, em meados dos anos cinquenta, partir à reconquista do top de carros de “sangue azul”. Segmento monopolizado pela dupla Rolls-Royce, Bentley e nos Estados Unidos pela Cadillac.
Os estudos começam em 1956 e em 1963 é apresentado como “o melhor carro do mundo”. Enorme, potente e luxuoso, com uma lista de inovações longa, fora do esquema do automóvel clássico, o MB 600 afirmou o seu sucesso entre 1963 e 1981 com 2677 modelos vendidos. Dois tipos de chassis são propostos, a Berlina com 3,20mt
e o Pullman com 3,90mt. Este último estava disponível como Limousine ou Landaulet (semi descapotável) e com quatro ou seis portas.
O Estado Português sempre teve ao longo do tempo, uma forte ligação com a marca, tanto a nível de representação, como a nível militar. É de salientar os dois modelos 770 (blindados) encomendados pela PIDE após o atentado a Salazar em 1937, e praticamente nunca utilizados pelo Presidente do Conselho, talvez por conotação com os países do Eixo. Prova disso é o baixíssimo número de quilómetros do modelo que está exposto no Museu do Caramulo.
No período colonial, os Governadores Gerais de Angola e Moçambique, faziam-se deslocar em Mercedes 300 (Adenaur) abertos, dos quais poucas centenas foram produzidos. Estes carros foram utilizados pelo Presidente Américo Tomás nas suas deslocações nas províncias ultramarinas, com a curiosidade das motas dos “batedores” da polícia se deslocarem atrás do carro presidencial em virtude das estradas serem em terra batida. Neste caso, eram os polícias que levavam com o pó todo…
Contam-se pelos dedos das mãos os Mercedes 600 que vieram para Portugal, alguns dos quais saíram pouco tempo depois para nunca mais voltar, fruto de tempos conturbados. Contudo há dois modelos que resistem por cá e que se podem considerar emblemáticos. Um foi pertença do filho de Calouste Gulbenkian, modelo carroçado por Chapron, um especialista em modelos Citroen e com uma série de gadgets originais. O outro é a incontornável Limousine adquirida por Salazar, que após ouvir comentários que era considerado “o carro mais caro mundo” o quis devolver ao representante, continuando espartanamente a utilizar o seu velho Cadillac.
No campo das miniaturas, Portugal teve um papel preponderante nos anos 90 na dignificação deste modelo, Estamos a referir-nos à portuguesa Vitesse, que foi líder mundial nesta área e que criou os mais perfeitos e diversificados modelos à escala 1/43 do Mercedes 600 de seis portas que ainda hoje são uma referência. Basta lembrar o Landaulet do Papa Paulo VI e o do chefe de estado africano, só ultrapassados pelos modelos à escala 1/18 da Sun Star.
À época, foram os fabricantes de brinquedos ingleses que tomaram a dianteira na produção do MB 600. Em 1964 já o catálogo da Dinky Toys anunciava este modelo, que surgiu em duas versões. Uma em vermelho, com um motorista e dois passageiros e outra em azul desprovida de passageiros. O modelo era pouco interessante, em virtude de ter maus acabamentos, sendo de salientar a má pintura. Mas a grande novidade desse ano foi o modelo da Corgi Toys, que apesar de pequeno (escala 1/52), trazia consigo um engenhoso mecanismo para fazer funcionar os limpa-vidros, em cujo pára-brisas estavam gravadas as gotas da chuva. Para além do modelo estar bem concebido, – apesar da reduzida mala, devido à diminuta escala -, esta original inovação marcou uma geração de crianças ansiosas por “testar” este modelo que custava a exorbitância de 47$00, quase o dobro do Mini Cooper S de 1966.
Contrariamente aos fabricantes ingleses, os alemães não se concentraram unicamente na versão longa, Limousine, e marcas como a Ziss e Gama complementaram este modelo com versões curtas e generosamente ornamentadas de cromados.
Contrariando o ditado de que, nem tudo o que é grande, é grande coisa… o Mercedes 600 faz jus ao seu tamanho, continuando a aguardar uma reprodução aos mais altos standards actuais.
Texto: Álvaro Silva
Tenho uma Mercedes Limousine branca da Vitesse com a Rainha Elizabeth creio eu.Voces tem alguma informação sobre esta miniatura específica????
Tenho um 600 pullman da Corgi Toys escala 1/43 igual ao que apresentam em cima na mesma côr (grenat) e com o tal limpa-vidros e as gotas de chuva gravadas.
Tenho em minha coleção o modelo Vitesse com cor ouro.E verdade que é a melhora miniatura.
Altaya fez um ensaio,mais quase bonito,a qualidade não pode empatar o modelo Portugues!
Gostava que me dissessem onde eu posso adquirir o Mercedes 600 preto com as bandeiras nas pontas do para choque da frente.