Arquivos • 01 Fev 2013
Arquivos • 21 Jun 2013
Miguel Correia: Alfa Romeo Giulia Super
Não é fácil encontrar uma carreira de piloto como a de Miguel Correia, na qual depois de fazermos um balanço dos 12 anos em que participou em competições, vemos que teve o condão de saber conjugar o desportivismo com os bons resultados e mostrar uma bela escolha entre os automóveis que utilizou, granjeando sempre uma grande simpatia junto a adeptos e a companheiros de competição.
Durante algumas semanas iremos falar da carreira do Gentleman driver nortenho e dos carros que o acompanharam numa carreira de 12 anos.
Miguel Correia nasceu em 1931 e desde muito jovem aprendeu a gostar de provas de automobilismo, em parte graças à influência do Pai, Miguel dos Santos Correia, segundo dizem um excelente condutor e que participou em várias competições ao volante de um imponente Chevrolet Fleetline. No entanto a verdade é que o Pai, embora gostasse de automobilismo nunca ajudou o filho a iniciar a sua carreira de piloto.
Miguel Correia Lembra-se de ir com o Pai assistir ao “Circuito do Porto” e dizer-lhe que também gostaria de alinhar em provas, mas ele sempre lhe disse: “nem penses nisso, primeiro estuda, depois compras o que quiseres com o teu dinheiro…”
E assim fez Miguel Correia (MC). Tirou o curso de técnico de termodinâmica, muito novo se estabeleceu com a empresa Frilândia (que ainda hoje possui) e o primeiro carro “a sério” que teve foi um Alfa Romeo Giulia Super (# MR-76-98), que logo serviu para a estreia em competições, e começando pela prova mais difícil do calendário, o Circuito de Vila Real.
O carro, de cor verde, foi comprado no stand de João Gaspar (o Pai de Carlos Gaspar), na altura o agente em Portugal de várias marcas de renome internacional. Para situarmos as coisas, segundo MC, em Portugal dos anos 60 possuir um carro destes, era como actualmente ter “um Ferrari”…
Como era comum na época, o Alfa Romeo foi inscrito na prova exactamente como veio do stand, incluindo os estreitos pneus Pirelli de origem. O problema é que a competição, disputada no dia 10 de Julho, decorreu debaixo de um calor abrasador que levou mesmo a organização a realizar uma reunião com os pilotos e a ponderar a sua não realização tal o estado do asfalto, que, com o calor que estava, e segundo Miguel Correia, parecia “ter derretido e estar quase em estado de um líquido negro”!
Apenas alinharam 12 concorrentes na prova de Turismo, a primeira das disputadas no Domingo e os principais favoritos eram o inglês John Miles, um piloto já com grande renome internacional e que alinhava num Lotus Cortina preparado pela Willment Racing, um carro que estava destinado a António Peixinho, Carlos Gaspar que corria no Alfa Romeo GTA estreado pouco tempo antes na Rampa de Santa Luzia e Ernesto Neves no famoso Morris Cooper S preparado na Broadspeed.
O piloto do Alfa Romeo, que era bastante inexperiente, partiu mal (tinha o 9º tempo nos treinos), mas, embora correndo com extremas cautelas devido aos desapropriados pneumáticos de que dispunha e ao estado “líquido” da pista, andou sem medo e foi gradualmente ultrapassando alguns dos seus adversários, terminando no 9º posto, à frente do NSU de Leonel Monteiro, mas a quatro voltas do vencedor, John Miles.
Esta foi a única prova que Miguel Correia realizou ao volante do Alfa, já que em 1967 passou para um mais competitivo Austin Cooper S, carro que lhe permitiu alinhar também nas provas de Rali de que tanto gostava, embora sendo aí penalizado pela sua dificuldade de visão (miopia e astigmatismo) que lhe dificultava a vida nas provas nocturnas, tão em voga na época…
Texto: José Mota Freitas
Imagens: Miguel Correia
Olá meus amigos, parabéns pelo excelente trabalho de profissionais em relação a todo o trabalho realizado neste jornal.
Obrigado por me possibilitarem estar sempre informado.
Cumprimentos
Jorge Paulo