Motorclássico voltou a brilhar

Eventos 08 Abr 2013

Motorclássico voltou a brilhar

Depois de um ano em que as críticas foram bastantes, parece que o Museu do Caramulo voltou a encontrar a fórmula certa para o sucesso do Motorclássico, o salão de veículos clássicos e antigos que se realiza anualmente em Lisboa. A prova disso está no número de visitantes registados que, por exemplo só no sábado superou os três dias do evento de 2012.
Mas vamos à análise do Motorclássico e começamos com as exposições anunciadas pela organização. Uma delas tinha como base o Rallye de Portugal e estava bastante composta e rica. Afinal de contas não é todos os dias que se tem a oportunidade de se ver lado a lado, máquinas como o Renault 8 Gordini 1300 ou o Peugeot 207 S2000 com que Bruno Magalhães se sagrou campeão nacional de ralis nos anos de 2007 a 2009. Esta exposição contava ainda com a presença de um Audi quattro, Lancia HF Fanalone, Fiat 124 Abarth, Renault 5 Turbo e o Ford Escort RS1800 com as cores da Diabolique. Mais civilizados, mas ainda sob o mesmo tema, as versões de estrada do Alpine A110 1600S, do Ford RS200, Lancia 037 Rallye Stradale, Subaru Impreza e do Lancia Stratos.
Outra exposição temática passava pelos 50 anos do Porsche 911, com um 901 a suscitar as maiores atenções por entre as evoluções do carro mais famoso do construtor. Assim, o público pode ver o 930, 964, 993, 996, 997 e 991. A ideia desta mostra era não só homenagear o mítico carro alemão, como apresentar publicamente a Porsche Parade que terá lugar em Cascais nos dias 8 e 9 de Junho e que certamente irá atrair atenções várias.
As exposições temáticas no Motorclássico continuaram a bom ritmo, com uma mostra de bicicletas antigas (todas elas anteriores a 1895) a despertar a atenção para esta vertente do coleccionismo. Claro que a atracção maior era a Michaux e Cª de França com um modelo fabricado em 1865, a mais antiga.
Ainda no plano das duas rodas, nota bastante positiva para a exibição de 15 modelos de motorizadas fabricadas em território nacional, todas com motor Sachs. Desde a EFS, passando pelas V4, V5 nas mais variadas versões e evoluções, continuando na Confersil, de tudo um pouco o visitante pode ver no Motorclássico.

Mercado às avessas

Nem só de exposições viveu a edição de 2013 do Motorclássico. A Leilocar animou bastante o sábado passado o pavilhão da FIL com a realização de um leilão de veículos antigos e clássicos, bem como inúmeros lotes sob o tema da automobilia. Em termos de números de catálogo, contava-se um total de 250 lotes, sendo que 220 deles eram objectos de automobilia e os restantes 30 de veículos, por entre carros e motos. Segundo Bernardo Gusmão, responsável pelo evento da Leilocar, “foram vendidos seis automóveis”. Os valores anunciados pela mesma fonte foram de €1.200 por um Fiat Topolino por restaurar, €400 por um Lancia Fulvia de quatro portas, €1.700 por um Honda N600, €19.000 por um Porsche 911T e ainda €20.000 por um Ford T.
Já que estamos numa de números e abandonando o tema do leilão, registe-se a venda de vários veículos durante o salão. Os painéis de “vendido” surgiram em carros como um Daimler Sovereign, Ford 15M RS Coupé, Austin Healey 3000, VW 1302, Fiat 110, entre muitos outros. Numa opinião geral que recolhemos perante vários visitantes, os preços praticados na maior parte dos veículos expostos eram excessivos e nada adequado à realidade portuguesa, não só devido à crise nacional, mas também quando confrontados os preços exigidos em mercados externos.

MClubes ajudaram à festa

Uma vez mais foram os clubes dedicados ao movimento dos clássicos que geraram maior movimento e possivelmente a maior receita de bilheteira no Motorclássico. A ideia de divulgarem as suas actividades, de manter viva a chama do coleccionismo e de difundir o associativismo continua presente e quanto a nós, é isso que salva o meio dos veículos clássicos em Portugal. Não querendo deixar de mencionar um ou outro clube, destacamos a presença do Clube Português de Automóveis Antigos que uma vez mais dotou o seu espaço com um extremo bom gosto ao recriar uma praia com alguns carros alusivos ao bom tempo. Um Peugeot 403 descapotável, um Vespa 400, um Renault 4CV e ainda um Fiat 600 Multipla deram um alegria e um agradável impacto à entrada do recinto. O ACP também respondeu à chamada do Museu do Caramulo e mostrou excelentes peças, sendo aquelas que suscitaram maior curiosidade as motos presentes. Tratava-se de duas Norton 650SS, uma de série, do ano de 1962 e a outra utilizada intensamente por Angêlo Dinis em 1964 e que o levou a ser campeão nacional de velocidade nesse mesmo ano. Curioso o contraste entre a primeira totalmente restaurada e a outra ainda por receber o mesmo tratamento.
Quem realizou um excelente trabalho de decoração foram os Amigos da Heinkel, ao mostrarem uma Tourist 175 com sidecar e ainda um microcarro Kabine. Realce igualmente para a presença da Associação Portuguesa de Motociclismo de Época que esteve presente em Lisboa para apresentar os seus objectivos de preservação das motos e motorizadas antigas.
Em termos de automobilia verificámos a ausência de caras conhecidas neste tipo de eventos, o que é de lamentar. Uma vez mais, o custo excessivo das entradas afastou muito boa gente do salão. Pagar €9 para ver um salão parece-nos exagerado, não só para os dias de hoje, mas especialmente se o visitante quiser levar a família consigo.

Texto e fotos: Classic Press Center

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