Novo Range Rover

Modernos 03 Abr 2013

Novo Range Rover

Ralph Speth, o alemão que preside à Jaguar Land Rover não se fez rogado, apresentando o L405 como “um veículo especial, para clientes especiais”. Um veículo que custou um bilião de libras estrelinas, dos quais 370 milhões foram aplicados na nova linha de produção em Solihull, o berço dos Land Rover. “É, de longe, o melhor veículo que a Land Rover já fez!” — vincou Speth, antes de acrescentar que isso se aplica a todos os aspetos, “incluindo o desempenho em todo-o-terreno, pois o novo sistema Terrain Response2, que este modelo estreia, faz do carro o próprio especialista a bordo, já que tem um modo de funcionamento automático, que permite dispensar a intervenção do condutor na seleção do programa mais adequado para enfrentar cada tipo de terreno e de situação” — estava assim dado o sinal para o L405 ser revelado diante dos privilegiados que receberam convite para esta exclusiva festa: ouviu-se o roncar de um V8 5.0 Supercharged e o clarão de uns faróis romperam a escuridão dos fundos do jardim. O primeiro dos novos Range Rover a ser visto em público surgiu diante de nós depois de atravessar um lago artificial instalado de propósito para esta noite, onde começou por só molhar a base das rodas, para de repente mergulhar até ao capot e terminar evidenciando o enorme curso das suspensões, transpondo um conjunto de obstáculos que submergiram da água à medida que o veículo avançava. Uma introdução espetacular e bem elucidativa das elevadas capacidades do novo Range Rover fora da estrada…

Inovar sem descaracterizar

Absolutamente novo, desde o desenho às soluções técnicas, entre as quais se destaca a estrutura monobloco totalmente construída em alumínio — que só por si reduz 180 kg ao peso, que no total baixa 420 kg. — o L405 é, inequivocamente, um Range Rover. Gerry McGovern, o diretor de design da Land Rover, explicou-nos que a primeira preocupação foi o desenho, numa atitude radicalmente contrária à que levou à nascença do modelo original, de 1970, em que todo o processo foi liderado por engenheiros, secundarizando o trabalho dos desenhadores.

“Este tinha de ser um Range Rover diferente e o desafio foi conseguirmos inovar sem descaracterizar” — afirmou McGovern. Mais comprido e largo, mas ligeiramente mais baixo, com 4999 mm de comprimento, 2073 mm de largura (1983 mm com os espelhos recolhidos) e 1835 mm de altura, o L405 exibe os traços essenciais de todos os Range Rover, como as nervuras laterais no capot, o efeito de teto flutuando que é conseguido pelos pilares pintados em negro mate, assim como o portão traseiro dividido em duas secções de abertura vertical em sentidos opostos — operação que agora é facilitada por um comando elétrico. Esta herança concilia-se com novos traços, entre os quais se evidencia o para-brisas com uma inclinação mais acentuada, e resultam num desenho bastante moderno, sofisticado e único, que não esconde a preocupação com a eficiência: com um coeficiente de 0,34, este é o Range Rover mais aerodinâmico!

O interior, integralmente revestido a couro, com detalhes em alumínio e madeira genuína na consola central, tablier e nas portas, oferece mais espaço, particularmente para os ocupantes dos lugares traseiros; embora a distância entre eixos tenha crescido apenas 42 mm e os lugares dianteiros mantenham o espaço generoso que caracterizava o modelo anterior, no novo quem viajar atrás conta com mais 118 mm de espaço à altura dos joelhos e mais 50 mm para a cabeça. Os mais exigentes podem optar pela configuração limusina, que monta atrás dois bancos individuais, com múltiplas regulações, incluindo massagens. Do ponto de vista da funcionalidade, a equipa de Gerry McGovern conseguiu reduzir em cerca de 50 por cento os interruptores e comandos, de modo a aumentar a elegância do interior. Os comandos retirados passaram a ser virtuais, por toque, através do enorme painel central de comando, que permite dupla visualização: o condutor vê as indicações do sistema de navegação ou das funções do veículo, enquanto o passageiro do lado pode estar a ver, no mesmo ecrã, um filme. E o som, de alta fidelidade, tem no topo da lista de opções um sistema criado pela Meridian, com 29 altifalantes e 1700W de potência…

Três motores V8 e um V6

Tecnicamente, a Land Rover também nunca tinha ido tão longe quanto foi com este modelo, que estreia um conjunto de soluções inéditas, em que somente as motorizações já eram conhecidas, ainda que se apresentem renovadas e otimizadas, para maior eficiência. Realce para a estrutura monobloco totalmente construída em alumínio, bastante mais leve e mais rígida, que recebe novas suspensões independentes das quatro rodas, que além de uma geometria desenvolvida para assegurar um comportamento superior, asseguram ainda maior conforto e um desempenho mais alargado em todo-o-terreno, nomeadamente graças aos novos cilindros pneumáticos, que permitem aumentar a distância mínima ao solo e regular a dureza, numa ação combinada com a regulação das barras estabilizadoras. Conforme a versão, o novo Range Rover recebe jantes em liga leve com 19, 20, 21 ou 22 polegadas de diâmetro, mas todas montam o mesmo sistema de travagem, com múltiplos assistentes e discos ventilados à frente [380 mm] e atrás [365 mm]. A direção, de pinhão e cremalheira com assistência elétrica é mais direta, enquanto que a transmissão tem tração integral permanente, como sucede desde 1970, com três diferenciais e uma repartição 50/50 entre os eixos; todas as versões montam a nova caixa automática ZF 8HP70 de oito velocidades e uma caixa de transferências com relações longas e curtas — as redutoras são mais curtas do que as do Defender!

Quanto às motorizações, por um lado temos duas unidades a gasolina, assentes no V8 de 5,0 litros a gasolina, que na versão de aspiração normal rende 375 cv de potência e desenvolve 510 N.m de binário máximo, contra 510 cv e 625 N.m na versão Supercharged, a mais cara de toda a gama. Por outro, temos dois turbodiesel: o TDV8 de 4,4 litros, que transita da geração anterior, mas que viu a potência aumentada para 339 cv, desenvolvendo 700 N.m de binário, assim como o TDV6 de 3,0 litros, montado no Range Rover Sport e Discovery 4, com 258 cv e 600 N.m. Com emissões de CO2 reduzidas a uma média de 196 g/km, este V6 é o modelo mais acessível da gama e o único disponível com o nível de equipamento HSE — todos os outros modelos dividem-se entre as versões Vogue e Autobiography —, que em Portugal custa €119 542; a opção pela versão Vogue implica acrescentar cerca de mais €10 000.

Motores turbodiesel 6 cilindros em linha de 2993 cm3 (TDV6) e V8 de 4367 cm3 (TDV8) e V8 a gasolina de 4999 cm3 (5.0 V8 E 5.0 V8 Supercharged) Potências 258 a 510 cv Binário 510 a 700 N.m Transmissão Tração integral, caixa automática de 8 velocidades e caixa de transferências com redutoras Peso 2160 a 2360 kg Mala 550 litros Depósito 85/105 litros Velocidade máxima 209 a 225 km/h (250 km/h, Supercharged) Consumo médio anunciado 7,4 a 13,5 l/100 km Emissões CO2 196 a 322 g/km

Preços a partir de €119 542 (TDV6)

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