Clássicos • 21 Jun 2015

Clássicos • 28 Mar 2013
Lancia Delta Integrale Martini 6
Há coisas que ficam na memória de todos aqueles que gostam de rallyes e as cores dos carros da Martini Racing a passar rapidamente na zona da Lagoa Azul são apenas memórias disso mesmo. Quer fosse com os pilotos oficiais da Lancia – Allen, Bettega, Rohl, Vudafieri – quando estes ainda estavam aos comandos dos Lancia 037 Rallye, ou um pouco (de nada, é certo), mais recente os Delta S4, com Toivonen e Allen, tudo faz parte de um imaginário. No entanto, devido ao acidente de Sintra, a FIA decidiu no final de 1986 banir os carros de Grupo B das competições internacionais e a equipa transalpina voltou a apostar no Delta, que tanto podia correr em Grupo N – Produção, ou em Grupo A – Produção melhorada.
Em 1992, a Lancia começa a produzir edições especiais do Delta de estrada e a proposta que mostramos nesta páginas refere-se ao HF Integrale 6, mostrado pela primeira vez nesse ano, conjuntamente com o Delta HF Integrale 5. Este último foi apresentado por ocasião do Salão de Genebra e é uma série limitada a 400 exemplares. O seu lançamento teve como objectivo comemorar a conquista do quinto título da equipa italiana no Mundial de Ralis – conquistados entre 1987 e 1991. E claro que a versão 6 surge no final desta temporada com o intuito de comemorar mais um título. Produzido somente em 310 exemplares, esta versão aproxima-se bastante da anterior, mas existem de facto algumas diferenças entre ambos. Uma delas remete para a designação “World Rally Champion” integrada de forma perfeita no pára-choques da frente, mesmo por baixo da grelha. Além disso, esta mesma designação surge em ambas as portas da frente, enquanto que o emblema Lancia surge em proporções generosas no tejadilho do carro branco que ostenta orgulhosamente as cores da Martini Racing. E já que se fala aqui numa das mais célebres conjugações entre o vermelho e o azul, é bom referir que as listas laterais existentes no HF Integrale 6 são ligeiramente diferenciadas da versão anterior, uma vez que as primeiras apresentam um ligeiro cunho por cima da cava das rodas, o que dá ao conjunto um aspecto visual ainda mais desportivo. Mas há mais itens a realçar nesta proposta. O aileron traseiro inclui a referência à equipa italiana, a Martini Racing.
A nível de interiores, continua a aposta nos estofos da Recaro, com o volante Momo de três braços, sarapintado com as listas da Martini Racing a ser um verdadeiro convite a experimentar esta máquina.
Ao volante do Martini 6
Bastante confortável nas bacquets Recaro de tonalidade azul clara, é ao volante que se apresenta como o local indicado para viver emoções plenas. Por debaixo do capot dianteiro esconde-se o motor com 215 cv que responde prontamente sempre que solicitado, especialmente depois da “patada” que o turbocompressor oferece. E se o binário é excelente em alta, a verdade é que a utilização do Delta em baixo regime também é bastante agradável, o que reporta à base bastante civilizada do Delta. Impressionante também é a direcção, bastante directa e precisa, o que acelera ainda mais o ritmo cardíaco.
Se na Exponor o carro cativou as mais diversas atenções, apesar de estar no parque de estacionamento, imagine se tivesse estado presente quando Markku Allen passou pelo Porto, há poucos anos atrás. E já aqui se refere o piloto finlandês – um verdadeiro embaixador da Lancia, sempre aos comandos de inúmeros carros do Grupo Fiat, como os Lancia ou mesmo os Fiat – refira-se que o carro de Hernâni está assinado pelo piloto que venceu a Taça FIA em 1978. Mas também Carlos Sainz e Miki Biasion, assinaram a tampa do porta-luvas, o que aumenta a estima que o proprietário deste exemplar possui pelo carro. No entanto, não se pense que Hernâni Silva possui o carro como se uma peça de museu se tratasse. O andamento que lhe dá demonstra bem que este é um carro com garra e que hoje é já um excelente item colecionável, cujo valor em Itália, aquando da sua apresentação era de 56.000.000 de Liras italianas.
Características técnicas
Lancia Delta Integrale Martini 6
Motor: dianteiro, transversal; 4 cilindros em linha;
Comando/ nº de válvulas: duplo no cabeçote/ 4 por cilindro;
Capacidade: 1995cc;
Diâmetro: 84mm;
Curso: 90mm;
Potência máxima: 210 bhp às 5.500 rpm;
Alimentação: injecção electrónica Magnetti Marelli, turbo-compressor Garret T3;
Tracção: integral (dianteira 62,4%; traseira 37,6%);
Transmissão: cinco relações, mais marcha-atrás;
Suspensão dianteira: Independente MacPherson, amortecedores telescópicos, molas helicoidais, barra estabilizadora;
Suspensão traseira: Independente MacPherson, amortecedores telescópicos, ponto de apoio duplo transversal, barra stabilizadora;
Travões: de disco à frente e atrás;
Pneus: 215/55;
Jantes: 16”;
Comprimento: 3,90m;
Largura: 1,69m;
Altura: 1,37m;
Distância entre eixos: 2,48m;
Peso: 1250 Kg;
Porta-malas: 200 litros;
Capacidade do depósito de combustível: 57 litros;
Velocidade máxima: 220 km/h;
Aceleração dos 0 aos 100Km/h: 5,7 segundos;