BMW Motos celebra 90 anos

Arquivos 25 Mar 2013

BMW Motos celebra 90 anos

É uma das mais respeitadas marcas de motos do mundo. Quem nunca sonhou fazer uma viagem de longa distância numa BMW, seja através da Europa, fora de estrada ou procurar emoções várias aos comandos das máquinas produzidas em Munique? Adjectivos como a robustez, fraca manutenção são apenas alguns mencionados sempre que se fala das motos alemãs. Numa altura em que a BMW celebra os 90 anos de vida e da apresentação da R32, em 1923, traçamos uma breve história, cheia de altos e altos, mas ao mesmo tempo cheio de carisma.
Passaram-se já 90 anos desde que a BMW apresentou a sua primeira moto, iniciando-se assim uma nova fase do construtor germânico. Na altura a área da produção de aeronaves era a única preocupação da marca e se por um lado o fim da Primeira Grande Guerra foi decisiva para a marca se iniciar num novo projecto, a verdade é que a proximidade do designer Max Friz ao universo da aviação era um facto confirmado. Foi Friz o responsável pela concepção da BMW R32 em apenas cinco semanas. Foi a primeira vez que um motor boxer com os cilindros montados transversalmente e uma transmissão feita por cardan foi realizada numa moto, uma técnica utilizada até aos dias de hoje pelo construtor germânico.

O início na competição

Claro que nesta altura a competição não é o que era hoje, mas mesmo assim a BMW achava por bem testar os seus produtos sob as mais severas condições de forma a poder publicitar os feitos conquistados. Foi com ideal em mente que a marca se lançou na competição motorizada com a R37, que não era mais do que uma versão melhorada do modelo R32. As transformações residiam essencialmente ao nível da cabeça do motor que era agora feita de uma liga leve. A partir de então, a casa germânica passou a estar presente nas mais importantes competições de motos. Um dos grandes pilotos da marca das décadas d e20 e 30 era Ernest Henne que com uma R37 carenada bateu o recorde do mundo de velocidade no dia 28 de Novembro de 1937. O marco dos 279.5 km/h manteve-se inquebrável durante os 14 anos seguintes. Em 1938 foi a vez de Schorsch Meier inscrever o seu nome na história da BMW, ao ser o primeiro piloto estrangeiro a vencer o “Senior Tourist Trophy” inglês.
Nesta altura, para além de continuar a fabricar motores destinados à aviação, a BMW mantinha uma excelente cifra quanto à produção de motos. Segundo os registos oficiais da marca, só no ano de 1939, foram vendidas mais de 20.000 unidades de BMW’s.

Altos e baixos

Se durante a Segunda Grande Guerra a BMW apenas se centrou na concepção e fabrico da R75 militar, o certo é que essa imposição veio a trazer-lhe frutos. Ao mesmo tempo, a marca ocupava-se no fabrico de motores para a aviação, o que lhe deu um certo desafogo financeiro em tempo de guerra. Foi somente passados três anos após o fim da guerra que a BMW apresentou um novo modelo. Tratava-se da R24, que era no fundo uma evolução melhorada da R23 anterior à guerra. A principal diferença residia no novo motor moncilindrico e na nova caixa de quatro velocidades. O sucesso foi de tal forma visível que foi o departamento dedicado às duas rodas que suportou financeiramente a marca.
Quando a BMW apresentou a R 51/3 em 1950, as vendas continuaram a revelar excelentes indices de sucesso, desta vez graças ao novo modelo de dois cilindros que permitiu atingir um volume de vendas da ordem das 30.000 unidades em 1954. Porém, a situação do universo das motos estava revelar-se aos poucos com uma tendência negativa na Alemanha, isto porque o automóvel vinha desde então a apresentar-se como uma alternativa válida em termos familiares. Sendo assim, a BMW resolveu apostar pouco no departamento das motos, remetendo-se para o desenvolvimento de concepts que tinham sido iniciados na década de 50. A 13 de Maio de 1969, a última moto saia de produção da linha de montagem de Munique para a partir de então todas as máquinas de duas rodas passarem a ser fabricadas na unidade de Berlim.

Renascer em Berlim

A aposta de mudar a produção das motos para Berlim veio a revelar-se uma excelente aposta, quanto mais não fosse porque foi em 1969 que a primeira unidade da Série 5 saiu daquela unidade. Com capacidades que iam desde os 500cc até aos 750cc, a R 50\5, a R 60\5 e a R75\5 iniciaram a marca no segmento das motos desportivas de turismo. Com uma gama variada, cujo lema era o conforto em viagem, aliado a excelentes prestações, a BMW soube aproveitar esta série para voltar a dar cartas no panorama mundial das motos em particular na década de 70, quando as marcas se apressaram a ingressar no segmento das motos desportivas e de lazer. A topo de gama, a BMW R 75\5, vendeu qualquer coisa como 37.000 unidades, o que a catapultou como a melhor moto do seu segmento desde o final da Guerra. Estava assim ultrapassado um período de crise interna na marca. Quando se realizou a edição de 1976 da International Bicycle and Motorcycle Exhibition (IFMA), a BMW apresentou a R 100 RS, que foi a primeira moto com um motor de 1.000 de cilindrada. Com a introdução da R 100 RS, a BMW passou a preocupar-se ainda mais com o conforto da condução e a aerodinâmica foi um dos pontos melhor conseguidos com este modelo. A 1 de Janeiro de 1976, o Grupo BMW agrupou todas as atividades relativas a motos sob a designação de BMW Motorrad GmbH. A partir de 1979, a BMW introduziu um novo segmento no Mercado das duas rodas, através do Enduro, o que representou ao mesmo tempo o regress da casa de Munique às competições de motos. O francês Hubert Auriol alinhou com a BMW R 80 G/S à partida da edição de 1981 do Rallye Paris-Dakar. A marca venceu aquela prova em 1983, 1984 e 1985.

Tecnologia para o novo século

Apesar da BMW ter conquistador resultados avassaladores com as suas motos durante a década de 70, a verdade é que o motor boxer tinha atingido o seu limiar de desenvolvimento técnico. A crescente demanda pela redulção da emissão de gases e de ruidos tornava-se uma questão cada vez mais presente, algo a que a BMW não se podia alhear. Assim sendo, a BMW apresentou em 1983 a K 100, com motor de quarto cilindros. A principal novidade passava pela posição do bloco, que estava montado agora longitudalmente, ao invés da posição transversal anteriormente utilziada. Mais tarde, em 1988, foi apresentada a K1, uma moto esteicamente bastante bem conseguida ainda para os padrões de hoje. Um ano depois a marca de munique inovou ao apresentar o sistema ABS numa moto, um feito onde foi pioneira.
Quando a BMW apresentou o novo motor Boxer de 4-válvulas, instalado no quadro da BMW R 1100 RS durante a primavera de 1993, a marca entrou numa nova dimensão, já que passou igualmente a ser lider no capítulo de itens alusivos à segurança e ambiente. Uma nova série foi apresentada em 1993, com o motor de dois cilindros Boxer na Série K. Mas a BMW foi muito mais além ao renovar a série F (Funduro), com o motor monocilindrico. Hoje em dia, a BMW tem motos nas categorias de “Enduro”, “Turismo”, “Roadster”, “Sport” e mesmo “Mobilidade urbana”.

Texto: Redação
Imagens: BMW e Arquivo Classic Press Center/ TCA



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