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Clássicos • 15 Fev 2013
Porsche 911: 50 anos a criar sensações – Parte 2
Nova geração do 911 em 69
A Porsche reconhecia que o seu produto não era isento de falhas e assim sendo, quando apresentou a Série B em 1969, houve vários pontos melhorados. Um dos primeiros trabalhos realizados foi mover as rodas traseiras 57mm mais para trás, melhorando desta forma a distribuição de massas. Isto tornou o 911 num carro mais estável, que era um dos seus pontos críticos. O chassis também foi alargado em algumas versões, o que permitia maior espaço interior. Com o passar dos anos, a marca foi evoluindo o 911 e desde 1969 e 71, a capacidade evoluiu de 2.2 litros até aos 2.4. Claro que o 911 Carrera RS com o motor de 2.7 com 210 cv e com um peso inferior a 1000 Kg foi uma tremenda sensação no plano desportivo, o que levou muito boa gente a optar por este carro para alinhar nas mais diversas provas de competição.
Dez anos após a apresentação da versão original do 911, os engenheiros da casa alemã investem os seus esforços para revelar a versão G. Produzido entre os anos de 1973 e 1989, esta série foi aquela que permaneceu durante mais tempo na gama da Porsche. As melhorias eram evidentes, como a introdução de para-choques reforçados, um item imposto para que o carro passasse nos testes de colisão nos Estados Unidos. Ainda no capítulo da segurança, os técnicos dotaram o 911 com cintos de três apoios como equipamento de série, o mesmo sucedendo com os encostos de cabeça integrados.
Entretanto, em 1974 surge o 911 Turbo que foi um verdadeiro marco na história da marca de Estugarda. Com um motor de três litros com 260 cv e um enorme spoiler traseiro, esta foi uma excelente comunhão entre o luxo e a performance. O passo seguinte foi a apresentação da versão com 3.3 litros de capacidade com turbo e intercooler. Com os seus 300 cv era a referência na sua classe. Em 1983 o 911 Carrera com motor aspirado é substituído pelo SC que com o seu motor de 3.2 e 231 cv veio a tornar-se um dos carros mais desejados pelos atuais colecionadores. Os adeptos dos carros refrigerados a ar podiam escolher também uma versão cabriolet do 911 nesta versão. Mais recentemente, o 911 Carrera Speedster surgiu em 1989 e era uma evocação do 356.
O radical 964
Quando os especialistas julgavam que a Porsche ia anunciar o fim do 911 em 1988, a marca de Estugarda surpreendeu com o 911 Carrera 4, conhecido pelos peritos como 964. Após 15 anos de produção sob a mesma plataforma, a Porsche dotou a base com 85% de novos componentes, conferindo ao novo projeto um carro moderno. Com o seu motor boxer de 3.6 litros arrefecido a ar, o carro tinha uma potência da ordem dos 250 cv. Em termos estéticos e quando analisado exteriormente, o Carrera 4 divergia dos seus antecessores apenas em pequenos detalhes, como por exemplo os para-choques feitos em poliuretano e um spoiler que subia automaticamente a partir de uma certa rotação do motor. Concebido para agradar aos mais puristas da marca alemã, o 964 era igualmente provido de um conforto extremo, algo a que a Porsche nunca tinha habituado totalmente os seus clientes. Além do mais, tinha ABS, uma caixa de velocidades Tiptronic, direção assistida e airbags e era concebido a partir de um chassis completamente redesenhado com braços de liga leve e molas em espiral, ao invés das anteriores barras de torção ao nível das suspensões. Um elemento revolucionário na gama do 911 foi o Carrera 4 com tração total. Para além do Carrera Coupé, Cabriolet e Targa, o cliente podia ainda optar pela proposta musculada do 964 Turbo, a partir de 1990. Inicialmente esta última versão tinha um bloco boxer de 3.3 litros, passando a versão Turbo a disponibilizar a partir de 1992 de uns apetecíveis 360 bhp com o motor de 3.600 cc. Nos dias de hoje, tanto o 964 Carrera RS, como o 911 Turbo S e mesmo o 911 Carrera 2 Speedster são bastante apreciados por colecionadores.
O último refrigerado a ar
O 911 designado internamente como 993 continua ainda hoje a ter um lugar muito especial no coração dos Porschistas, isto apesar de ter sido apresentado em 1993. Uma das razões para que tal suceda prende-se com o prazer de condução, associado à elegância conseguida no plano geral do carro. Os para-choques elegantemente integrados no conjunto conferem à secção frontal um aspeto visual bastante apelativo, que surge agora com uma frente mais descendente nas primeiras versões. Naturalmente que as prestações desta nova aposta comercial da marca de Estugarda tinham que ser validadas e assim sendo, os técnicos da Porsche não se furtaram a efetuar esforços para oferecer ao 993 uma agilidade e desempenho superiores, muito devido ao uso do novo chassis produzido em alumínio. A versão Turbo foi a primeira a receber o motor bi-turbo. Enquanto isso, o 911 GT2 afirmava-se no plano desportivo, agradando desta forma a uma clientela bastante apta a emoções mais fortes ao volante. Quanto ao Targa, destaque para o tejadilho elétrico transparente que era o ex-libris desta versão. Produzido entre os anos de 93 a 98, esta foi a última geração do 911 refrigerado a ar.
Nova geração a partir de 1997
Quando a Porsche mostrou à imprensa o 996, a imprensa especializada mostrou-se bastante agradada com as alterações registadas no mais recente 911. E não era para menos, uma vez que mesmo sob a designação de 911, esta nova aposta era bastante radical face ao que a marca tinha produzido até então. Comecemos pelo motor boxer que passa a partir de agora a ser refrigerado a água. Graças ao bloco de quatro válvulas por cilindro chegava aos 300 bhp e atingia um novo patamar na redução de emissões de gases, de ruído, sendo ainda de registar um menor gasto de carburante. Em termos estéticos, nota de destaque para a reinterpretação das linhas clássicas do 911, só que com um menor índice aerodinâmico. As linhas do 996 eram igualmente o resultado dos estudos realizados no Boxster, que tão boa conta de si tinha vinda a revelar no mercado internacional. Quanto à estética, foram seguramente os faróis com os piscas integrados que saltavam à vista. Este item, bastante criticado na altura, foi mais tarde seguido por muitos outros construtores. No interior, o condutor era rodeado de melhorias várias ao nível do cockpit, realçando-se o casamento quase perfeito entre o conforto e a vertente desportiva. Com o 996, marca alemã apresentou uma enorme gama. O 911 GT3 revelou-se um dos mais desportivos representantes da Porsche no ano de 1999, mantendo-se assim viva a chama existente no Carrera RS. O 911 GT2 por seu turno foi o primeiro carro equipado de origem com travões de cerâmica, iniciando a sua produção no outono de 2000.
Do 997 ao 991
Foi em julho de 2004 que a Porsche revelou ao mundo mais uma geração do seu 911, nas versões Carrera e Carrera S. Com uma frente a recordar bastante as primeiras versões do 911, o 997 oferecia aos seus utilizadores muito mais do que simplesmente estilo. O seu motor era um boxer de 3.8 litros na versão Carrera S, onde se podia retirar uns salutares 355 bhp. O chassis sofreu melhorias significativas, com a introdução do sistema de suspensão ativa da Porsche como equipamento standard. Em 2006 surge na gama da marca de Estugarda o 911 Turbo, o primeiro veículo turbo alimentado com uma geometria variável do turbo. Graças a melhorias ao nível do sistema de injeção e embraiagem dupla, o 997 ficou ainda mais eficaz a partir do outono de 2008. Nesta altura, nunca a gama 911 tinha sido tão completa e tão ao encontro das exigências dos clientes Porsche, com as versões Carrera, Targa, Cabriolet, com tração atrás ou às quatro rodas, Turbo, GTS, versões especiais, propostas para competição em GT, num total de 24 versões.
991 prima pela experiência
O 911 mostrado ao mundo no ano de 2011 ficou conhecido como 991 e representa o maior achado tecnológico da marca fundada por Ferdinand Porsche. Com uma suspensão completamente nova com um chassis mais longo, vias mais largas, pneus de maior dimensões e um interior ergonomicamente conseguido, a Porsche elevou a sua própria fasquia para um patamar superior de exigências.
Em termos tecnológicos, destaque para a redução de consumos de combustível, em contraposição com uma melhor performance. Com o recurso a uma motorização de menor capacidade, 3.4 litros, proveniente da versão base do Carrera, a marca conseguiu graças ao recurso de uma combinação entre o alumínio e um compósito de aço, reduzir substancialmente o peso total do carro. Outras inovações passaram pela inclusão do Porsche Dynamic Chassis Control (PDCC) e da primeira caixa manual de sete velocidades. Com uma silhueta bastante agradável à vista, a sétima geração do 911 Carrera continuou a ser um dos melhores design conseguidos no mundo automóvel.
Texto: Redação
Imagens: Porsche AG