Opel Kadett Citty

Clássicos 28 Dez 2012

Opel Kadett Citty

É um dos “pouco-amados” modelos da casa germânica da Opel, apesar de ter vendido milhares de unidades na sua época. Apresentado em Agosto de 1973, o Kadett C conheceu várias variações. Mostramos-lhe algumas propostas deste polivalente veículo.

A gama Kadett teve várias vertentes: desde ser um carro familiar, um segundo carro chique, ou até um coupé desportivo com pintura de guerra, de tudo serviu para a Opel se lançar na concepção e venda de mais um modelo. No total, foram produzidos cerca de 1,7 milhões de unidades entre os anos de 1973 e 1979. A unidade de tracção traseira, com motor dianteiro, Kadett C fez a sua estreia em Agosto de 1973 com um design de linhas simples. As características mais notórias do design incluiam uma grade de radiador plana, um capot do motor com assinatura da marca em relevo e um avental da frente em forma de spoiler. No lançamento foram disponibilizados 18 modelos diferentes de carroçarias e de variantes de motor, incluindo um sedan, uma “station wagon” e um coupé com árvore de cames à cabeça.

“O Kadett não só é extremamente fácil de conduzir como foi conscientemente desenhado e muito bem feito. Tem pouca manutenção, com reparações baratas e é um carro económico” – escreveram os jornalistas alemães na revista “auto motor und sport” na sua edição nº 20 do ano de 1973 – para citar apenas um dos muitos elogios que foram feitos na imprensa contemporânea sobre o novo Kadett C. A funcionalidade era a palavra-chave, não só no que se referia à carroçaria do carro como ao seu interior. “Quando se entra num novo Kadett, fica-se impressionado, não só pela forma, como também os instrumentos circulares foram tão simples e claramente desenhados, mas também pela presença de luzes de aviso, as quais, estão de acordo com os padrões internacionais,” referiu Werner Müller na edição e 22 de 1973 da “Autozeitung.”

Kadett City

Por entre a vasta gama Kadett, o “City” foi o nome dado à nova unidade lançada em Maio de 1975. Este modelo de 3 portas com um grande aileron traseiro era particularmente prático. Mas havia outras coisas a acontecerem no outro lado da gama de modelos. O mais desportivo Kadett GT/E passava dos 0 aos 100 km/h em 9.8 segundos, o que era impressionante para um carro da sua classe. O poderoso GT/E iniciou-se no IAA de 1975. O seu motor de 1,9-litros, com injecção Bosch L-Jetronic alcançava 105 bhp e lançava no espaço os poucos 900 kgs do Kadett a uma velocidade máxima de 184 km/h, o que era extraordinário para a sua época. Para além disso, causou grande sensação com a sua pintura: por cima da linha de cintura, o GT/E era amarelo brilhante e para baixo, negro, o que resultava numa combinação mágica de contrastes.

Não eram só os jovens condutores a sonhar com o GT/E: desde 1976, que um número considerável de trabalhadores de renome se sentaram atrás de um volante de um modelo de elevada performance. Enquanto isso, Walter Röhrl e Rauno Aaltonen foram bem sucedidos nos Ralis de Monte Carlo Rally e de Portugal, com o GT/Es que atingia os 225 bhp. Nesse ano, a Opel ficou com o segundo lugar na geral do Campeonato de Equipas de Ralis.

As inovações mais importantes

Com a sua vasta gama de modelos, que incluíam o City e o Aero, e o seu moderno eixo traseiro, o Kadett C elevou a fasquia face aos seus rivais. Quando o Kadett C saiu pela primeira vez da linha de montagem em 1973, era o primeiro Kadett com cintos de três pontos de apoio no banco da frente, ligados ao pilar B em cima e em baixo para além do fecho do cinto. Era uma particularidade que salvava vidas e, em 1985, o Registo de Patentes Alemão seleccionou o cinto de três apoios como sendo um dos oito inventos que mais contribuíram para o bem-estar da humanidade nos últimos 100 anos.

A partir de 1975, em vez do carburador mecânico, a injecção Bosch L-Jetronic tinha a função de preparar a mistura de combustível no GT. Mas também a nível de chassis houve melhorias, sendo a maior inovação técnica o eixo de dupla forquilha com molas helicoidais à frente. Todas as versões apresentavam um estabilizador bem como pneus cardados. A largura de eixo era 20 mm mais largo do que o modelo anterior, melhorando assim a maneabilidade da viatura.

Kadett no desporto

O Kadett C foi produzido não só em Bochum, na Alemanha pela Opel, mas também na Vauxhall no Reino Unido com o nome de Chevette. Foi também construído nos Estados Unidos, Canadá, Austrália, Argentina e Brasil com um corpo e motor ligeiramente modificado de forma a se adaptar às exigências locais. Em 1980, o Kadett C regressou ao mercado alemão com uma nova versão – o Vauxhall Chevette – e aí permaneceu até Abril de 1982.

No IAA de 1975, foi apresentado um modelo desportivo com pistões lisos forjados, injecção de gasolina e dois veios de excêntricos. O motor tinha uma potência máxima de cerca de 200 bhp e foi instalado pela primeira vez num Kadett de 4 válvulas à cabeça no Rally de Portugal em 1976. Em 1978, apareceram novas regulamentações sobre o uso de cabeças de cilindro especiais para o Grupo 2, o que, à partida, significavam o fim deste tipo de motor. Um ano mais tarde, em 1979, muitos dos pormenores desenhados para este motor de 4 válvulas ressurgiram no Ascona 400.

O “nosso” Kadett City

O modelo que apresentamos hoje é um City, de 1973, apesar de estar registado quatro anos mais tarde no livrete. É propriedade de Pedro Santos, um apaixonado pela marca Opel (e Vauxhall, é claro…), sendo o segundo proprietário deste carro único. Tal como o mesmo referiu à T&C “este não é um carro 100% de origem, já que queria dar-lhe um cunho pessoal”. Deste modo, elementos como o capot (que surge em preto mate), aproximam estes veículos dos utilizados na época em competição. O mesmo sucede com a secção traseira, onde o tom laranja de origem contrasta bem com a barra preta colocada na zona onde se situam os farolins de forma rectangular. Mas os detalhes deste City personalizado vão mais além, uma vez que a designação SR que consta na secção traseira, não corresponde a esta versão.

E depressa entramos no interior deste carro, de carácter popular e infelizmente um pouco esquecido no universo dos clássicos. Os bancos com um design tão peculiar da década de 70, são capazes de albergar comodamente cinco passageiros, sendo ainda possível rebater os bancos traseiros, para transportar algum material que seja necessário. Atrás do volante – neste exemplar trata-se de um que já esteve na versão SR – podem-se ver o painel de instrumentos, com o conta-quilómetros e o mostrador que inclui a temperatura do motor, bem como a quantidade de combustível disponível.

A caixa é manual de quatro relações e se ao rodarmos a chave nos apercebemos de um ruído diferente do aguardado, então é porque a panela de escape não é a de origem. Mas isso é coisa que gostámos, não só porque o Kadett possui uma imensa história desportiva, como a versão City foi o patamar de lançamento de muito boa gente em provas mais rotativas.

Texto: Redação

Imagens: Arquivo e General Motors

Características técnicas

Opel Kadett C

Anos de produção: entre 1973 e 1979;

Motor: quatro cilindros;

Capacidade: 1.196cc;

Transmissão: quatro velocidades, mais marcha-atrás;

Dimensões

Comprimento: 3.893mm;

Largura: 1.570mm;

Altura: 1.380mm;

Chassis: 2.395mm;

Eixo dianteiro x traseiro: 1300/1301mm;

Peso a seco: 795Kg;

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Bom dia. Desde já os meus parabéns pelo artigo e tambem ao dono do city pelo estado do carro. Tenho uma pergunta a fazer, qual a velocidade maxima do carro?

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