Algarve Classic Festival: corridas de Clássicos entre o sol e a chuva

Eventos 23 Out 2012

Algarve Classic Festival: corridas de Clássicos entre o sol e a chuva

Apesar do tempo instável, foram mais de os 300 pilotos que, em cerca de 180 carros, abrilhantaram as 14 corridas do Algarve Classic Festival, num fim-de-semana que oscilou entre o Sol no Sábado e a chuva no Domingo. Apesar do escasso público nas bancadas, foram nove as categorias que animaram um fim-de-semana que remeteu os presentes, entusiastas dos desportos motorizados, para um passado em que as corridas eram vividas de uma forma ímpar.

A corrida de resistência de 2 horas denominada “Algarve 1000Km”, com 20 carros inscritos, foi dominada pelos Lola T70 Mk3B, com 3 carros semelhantes a encher os 3 lugares do pódium: Leo Voyazides e Simon Hadfield em primeiro, Andy Wolfe e Martin Stretton em segundo e o piloto Português Carlos Barbot, em parceria com Jonathan Baker a fechar o pódium, na 3ª posição. Para Barbot “o fim de semana foi positivo. A nossa participação foi muito mais conseguida nos treinos do que na corrida. Apesar de ter sido mais rápido que o Jonathan em tempo seco, no molhado é notória a minha falta de kilometros à chuva.”

O quarto e último Lola T70 Mk3 inscrito, de Miguel Paes do Amaral e Manuel Mello Breyner acabou por cortar a meta apenas em 18º lugar.

Nos “JD Classic Challenge” (competição de 5 corridas patrocinada pelo especialista britânico em restauro e preparação JD Classics), a vitória de Domingo foi para Sean Brown e Ford Escort MkI, enquanto que o segundo lugar era ocupado por João Macedo Silva em Porsche 911 RSR. Na terceira posição ficou Paul Pochciol em Jaguar XJ12, nesta grelha com 14 inscritos. Quanto às prestações dos outros pilotos nacionais nesta categoria, Joaquim Jorge ficou em 4º com o seu Ford Escort MkI, Rui Macedo Silva em 5º com o Porsche 911 RSR, Francisco Pinto em BMW 2002 ocupou a 7ª posição e Alexandre Guimarães terminou a prova em 12º lugar da tabela com o seu Lotus Elan 1600.

Na prova U2TC (para carros de turismo com motores de capacidade inferior a 2 litros) realizada no Sábado, a vitória foi para a experiente dupla britânica Leo Voyazides/Simon Hadfield enquanto na segunda posição ficava o BMW 1800 Ti de Richard Shaw e “Sir”Jackie Oliver – o piloto de F1 e Sport-Protótipos que na década de 60 e 70 venceu provas como as 12 Horas de Sebring, 24 Horas de Le Mans e os 1000 km de Monza. Na 3ª posição ficava Marcus Mahy e George Haynes em BMW 1800 Ti. O único representante português nesta categoria, Fernando Soares, levou o seu Austin Mini Cooper S à 9ª posição da tabela que contava com 20 inscritos. Para Fernando Soares “a prova correu bem, fiquei na primeira metade da tabela, com apenas três Minis na frente, de um total de nove. Foi pena é que houvesse menos menos carros do que em anos anteriores.”

Quanto ao Campeonato Nacional de Clássicos 1300, com apenas 8 inscritos,

Miguel Ferreira venceu pela margem mínima, em Ford Escort 1,3 GT, numa corrida espectacular a todos os níveis, provando mais uma vez o seu excelente momento de forma, na frente de um não menos impressionante Alexandre Beirão, em Alfa Romeo Alfasud Sprint Pedro Alves, depois de ter conquistado a pole ao volante do seu Toyota Starlet terminou a prova em 3º lugar. De acordo com a informação da ANPAC, hoje, Terça-feira, até à hora da publicação desta notícia não foram ainda divulgados pelo AIA os resultados da segunda corrida, realizada Domingo no final do dia.

Para além das grelhas do Stirling Moss Trophy, GT & Sport Car Cup, Pre-War Sport Cars, Formula Junior e Iberian Gentlemen Drivers, neste Algarve Classic Festival houve ainda tempo para um desfile de Clássicos e espaço para uma exposição de pintura de D’Assis Cordeiro que levou ao AIA as suas telas de carros históricos.

Pistas compostas, bancadas vazias

A falta de público nos eventos automobilisticos em circuito é uma preocupação de todos os entusiastas do automobilismo em Portugal. Enquanto no Facebook, muitos apontam o dedo à fraca divulgação publicitária dos eventos, outros acusam os preços elevados das entradas.

Como forma de combater esta apatia, a Associação Nacional de Pilotos de Automóveis Clássicos tem feito um enorme esforço de dinamização dos seus eventos, por exemplo através da organização de desfiles a preços simbólicos, procurando levar o público aos circuitos por onde as provas dos Campeonatos de Clássicos se desenrolam.

Para melhor compreensão de problema que aflige a todos, tentámos saber junto de alguns pilotos participantes no Algarve Historic Festival a sua opinião. Embora reconheça que “este ano não tem sido fácil aos organizadores terem pilotos nos circuitos”, para Carlos Barbot, “é confrangedor ver corridas com um público tão reduzido. As provas em Portugal são normalmente pouco divulgadas e limitam-se às corridas. É preciso arranjar outros pólos de interesse. No ultimo fim-de-semana que estive em Braga isso aconteceu e havia público”. Para o piloto do Porto existe, apesar de tudo, um maior entusiasmo com as provas motorizados no norte do país: “as corridas no norte de Portugal têm muito mais gente que no sul. Veja-se o exemplo de Vila do Conde e das corridas do Porto”. Como solução Barbot aponta: “talvez valesse a pena, fazer na véspera, as verificações na cidade mais próxima e depois os carros irem a rolar para o circuito. Isso seria uma forma barata de publicitar as provas. Sei que não é um problema fácil resolver, mas valeria a pena tentar.”

Para Fernando Soares é igualmente desanimador ver a redução do número de carros e das grelhas em pista. Além disso “faz falta animação para o público. Não existe a presença dos Clubes, não há divulgação, não há publicidade”. Para aquele piloto, “infelizmente os autódromos são espaços áridos, desertos. Há pouca motivação para levar as pessoas a um circuito, ao contrário do que acontece em eventos como Le Mans ou Spa. Nem sequer há bancas de comida!” Para Soares, abrir as bancadas ao público de forma gratuita poderia ser uma das formas de atrair o público a este tipo de eventos.

Refira-se que tentámos igualmente escutar a opinião do Eng. Paulo Pinheiro – responsável pelo Autódromo Internacional do Algarve e promotor do Algarve Classic Festival – sobre a matéria em questão, bem como sobre o balanço do evento, não tendo no entanto recebido ainda a resposta à hora da publicação deste artigo.

Mais informações em www.algarveclassicfestival.com/results.html

Texto: Jornal dos Clássicos

Imagens: Manuel de Oliveira – www.manueldoliveira.net

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