Eventos • 01 Mar 2013
Eventos • 17 Out 2012
O balanço do Jerez Historic Festival
Realizada no passado fim-de-semana no circuito de Jerez de La Frontera, em Espanha, a primeira edição do Jerez Historic Festival teve a particularidade de juntar corridas de automóveis modernos e Clássicos, ao reunir a penúltima prova do Campeonato de Espanha de GT deste ano, à última etapa do Campeonato FIA de Fórmula 1 Históricos. Na grelha de turismos designada “Gentlemen Drivers & Guests”, os pilotos portugueses Jorge Corrêa e Aníbal Rolo brilharam no Sábado, levando à vitória o seu Datsun 240Z de 1970, à frente de Karen Campagne, da Holanda, em Ford Mustang e do Espanhol Antonio Escalante, em Mini Cooper. No Domingo, com a pista a ser partilhada com os GT, foi a vez de Michiel Campagne e Max Boody cruzarem a meta em primeiro lugar com o seu Ford Falcon Sprint, enquanto Antonio Escalante, em Mini Cooper, se ficava pela segunda posição, seguido de Karen Campagne em Ford Mustang.
Os cerca de 7000 espetadores que acorreram às bancadas e ao paddock de Jerez puderam também ver, no final de Domingo, um desfile com mais de 350 carros em pista.
A organização tem já em estudo a realização do próximo Jerez Historic Festival, para o final de Outubro de 2013, mas sem a inclusão do Campeonato Espanhol de GT.
“A crise económica já começa a ‘morder’ os clássicos” – Francisco Santos
Em jeito de balanço, Francisco Santos, co-organizador do evento, refere que “ter uma prova da HFO é sempre prestigioso, pelo que ter tido a oportunidade – a convite da GT Sport, para levar duas grelhas de partida de Clássicos – de ter comigo a F1 Histórica pela sexta vez (depois do Estoril em 2003, 2004 e 2005, Madrid em 2004, e do Algarve em 2011) foi excelente. Infelizmente, a crise económica já começa a ‘morder’ os clássicos, mesmo os de topo.” Segundo aquele responsável terá sido essa a razão para uma grelha de partida em Jerez com a presença de apenas oito carros de F1. “Mesmo assim foi bem melhor que na prova do Patrick Peter (Dix Mille Tours du Castellet) no fim de semana anterior, em que para a 1ª corrida largaram 6 e para a 2ª corrida apenas 4 carros. Esta é não só uma consequência da crise, como dos problemas que a FIA está a enfrentar com a HFO”.
Em relação à grelha “Gentlemen Drivers & Guests”, Francisco Santos refere que ”foram cinco os fatores que levaram apenas oito carros a Jerez: a) A crise; b) Termos começado a trabalhar apenas em Julho, quando – um mês depois de termos sido convidados – nos reunimos com o circuito e tivemos as informações necessárias para passar aos concorrentes. Claro que para o mundo dos históricos é demasiado tardio este início de trabalhos; c) A data que nos foi proporcionada não foi a melhor; d) Os Iberian Gentleman Drivers tinham já feito dois eventos em Espanha (Jerez e Madrid) e não desejaram, por motivos económicos, voltar a Espanha, pelo que optaram, por ir este próximo fim de semana ao Algarve. Isto fez com que perdêssemos cerca de 15 concorrentes. e) Quatro concorrentes – incluindo António Nogueira – tiveram problemas de saúde (seus ou de familiares) à ultima hora e não puderam ir a Jerez. Assim, tivemos apenas 8 carros. De qualquer modo é de salientar o comportamento da dupla Jorge Corrêa/Anibal Rolo no Datsun 240Z que ganharam a primeira corrida. Creio mesmo que terá sido a primeira vitória de Um Datsun 240Z em provas de pista para Clássicos!”
Desta forma, com apenas 16 carros em duas grelhas, a participação dos Clássicos esteve abaixo do previsto e desejado pelo organizador, mas, para Francisco Santos, “à semelhança do que acontece por toda a Europa, com muitos promotores, esta é uma situação a que a competição – histórica e não só – vai ter de se confrontar nos próximos anos. Prova deste panorama cinzento foi o Campeonato Espanhol de GT ter tido apenas sete carros para a corrida. Por isso, os Comissários Desportivos decidiram juntar as duas grelhas para a corrida de Domingo, apesar do diferencial de andamento das duas categorias. No entanto, a corrida decorreu sem o menor problema, oferecendo ao público melhor espetáculo do que apenas sete carros poderiam proporcionar”.
A realidade Espanhola
Em relação ao cenário Espanhol, Francisco Santos refere “como já tinha notado em 2004, aquando da nossa realização do primeiro Madrid Historic Festival, a realidade Espanhola da competição de Clássicos em pista é bem diferente da Portuguesa: enquanto existe um razoável parque de carros de rallye e um entusiasmo maior por provas de estrada para Clássicos, começa a sentir-se um crescendo de interesse pela competição de pista. Na Andaluzia, em particular, a ação da Federação Andaluza – Presidida por Francisco Melero – e da Associação Andaluza de Clássicos Deportivos – impulsionada por Adolfo Sánchez –, tem produzido frutos que não têm, no entanto, maturado o suficiente este ano, em pista, devido à crise económica que assola Espanha. Para se ter uma ideia, até à data, a FAA não conseguiu ainda fazer uma corrida este ano”.
Texto: Jornal dos Clássicos
Imagens: Francisco Santos Eventos
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