Valor dos Clássicos com subida acentuada

Mercado 10 Set 2012

Valor dos Clássicos com subida acentuada

Ter um Clássico na garagem e poder conduzi-lo é muitas vezes um sonho acalentado desde criança. Seja o “Corgi” ou “Matchbox” com que brincámos com os nosso amigos, o “kit” daquela moto que pacientemente construímos, aquele desportivo cujo poster decorava as paredes do nosso quarto e que era a última coisa em que pensávamos antes de adormecer. Ou simplesmente poder ter o carro dos nossos pais, aquele modelo familiar que nos levou naquela viagem tão especial e cujo odor nos desperta memórias que julgávamos perdidas. É essa verdadeira a magia dos Clássicos, que tem progressivamente atraído os filhos da chamada Geração X, nascida entre as décadas de 60 e 80 do século XX. Mas nos últimos tempos, os Clássicos têm também sido encarados como uma forma alternativa de investimento, dada a volatilidade do mercado de ações e a queda no setor imobiliário a que temos assistido nos anos mais recentes. Numa época de incerteza económica, abalada pelas flutuações no mercado cambial, são habitualmente os bens físicos – com valor intrínseco e em quantidades limitadas –, que acabam por atrair as atenções dos investidores, como obviamente o ouro, mas também a arte, os selos, as antiguidades, os vinhos – e agora os veículos Clássicos.

Mas serão os Clássicos um investimento viável? Os números falam por si. Nos últimos meses temos assistido à quebra de recordes mundiais no valor de venda em leilão, tanto na Europa como nos Estados Unidos. Segundo os índices publicados no site do Historic Automobile Group International, em Agosto assistimos a subidas bastante significativas, com alguns dos maiores ganhos desde a criação dos índices HAGI, em 2008. O valor de referência de HAGI Top 50 (relativo ao mercado global de marcas) valorizou 12,29%, com os índices F (relativo aos modelos Ferrari mais raros) a atingir um recorde de 14,91%. Claro que estes valores são claramente influenciados pelos leilões realizados no último mês em Monterey, mas já em Julho, o HAGI Top 50 tinha valorizado 8,2%.

Refira-se que o HAGI possui uma base de dados proprietária que abrange mais de 100 000 transações reais. As entradas começam na data de fabrico dos carros e são actualizadas diariamente. Os dados são recolhidos a partir de quatro fontes principais: contactos privados, especialistas nas marcas, concessionários e os resultados de leilões. Esses dados permitiram ao HAGI a criação de “benchmarks” que monitorizam com precisão a evolução do mercado dos clássicos, utilizando a metodologia financeira rigorosa geralmente associada a investimentos mais tradicionais e que são publicados sob a forma de quatro índices mensais.

Mas o mercado dos Clássicos não deve ser visto apenas como um investimento, para além de que, tal como acontece noutros mercados, o seu valor tanto pode subir como descer.

De qualquer modo, antes de comprar o seu Clássico, deverá manter-se informado acerca do mercado e das suas tendências, tanto em Portugal como no estrangeiro, acompanhando por exemplo os resultados dos leilões, tendo em consideração que na maior parte das vezes se trata de veículos em condições excepcionais, com um historial muito bem documentado e comprovado. Mas independentemente de ser um Clássico de topo ou um modelo mais acessível, a originalidade bem como toda documentação sobre a proveniência, história e manutenção de um carro deverão ser um factor decisivo na escolha. Afinal poderão ditar a diferença entre a satisfação do pleno uso-fruto e o amargo arrependimento que acompanha as constantes avarias e idas à oficina…

Texto: Jornal dos Clássicos

Imagem: Jornal dos Clássicos

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