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Dez anos depois de, em 1947, ter apresentado o seu primeiro modelo de turismo, o 3500 GT foi o modelo que completou de forma efetiva, a transição da Maserati, de fabricante de carros de competição para um fabricante de automóveis para a estrada. Embora anteriormente a marca italiana tivesse apresentado e produzido modelos de turismo, em pequenas quantidades, estes eram na verdade modelos de competição adaptados a um público mais alargado e à condução em estrada.
Foram dois os protótipos exibidos, lado a lado, no Salão Automóvel de Genebra, a 20 de Março de 1957, com carrocerias desenhadas por Touring e Allemano, embora tenha sido o primeiro a chegar à produção, com muito poucas modificações.
O conceito original do carro – um rápido GT, mas igualmente confortável e prático para uso diário, com capacidade para dois adultos e duas crianças – foi concebido pelo designer Giulio Alfieri e pelo proprietário da Maserati, Adolfo Orsi. Muito embora a carroceria fosse fabricada em Milão, segundo o método de construção leve “Superleggera” da Touring, seria a primeira vez que a Maserati seria responsável por todas as fases do projecto, pelo que Alfieri procurou estudar e compreender os métodos de produção britânicos.
O novo motor de seis cilíndros em linha de 3485 cc, com dupla árvores de cames e dupla ignição, foi o primeiro motor projetado pela Maserati, especifica e exclusivamente, para a produção de veículos em série, fora da competição. Com três carburadores duplos desenvolvia 220 hp às 5500 e 345 Nm de binário máximo. Acoplado a uma transmissão ZF de quatro velocidades (cinco velocidades a partir de 1960 ou automática de três velocidades em opção) o Maserati 3500 GT atingia uma velocidade máxima superior a 210 km/h. Um diferencial auto-blocante e travões de disco dianteiros ficariam disponíveis como opção a partir de 1959 e de série no ano seguinte, enquanto a injeção direta surge dois anos mais tarde na versão 3500 GTi, tornando-se este no primeiro modelo italiano a utilizar aquele sistema de alimentação. Em 1960 é apresentada a versão descapotável, oficialmente designada por 3500 GTs, mas habitualmente conhecida como “Vignale spider”.
O resultado final acabou por compensar os esforços da marca no fabrico e concepção deste modelo, uma vez que o 3500 GT se revelou um sucesso comercial, com um total de 2226 unidades a ser produzidas entre 1957 e 1964, entre coupés e descapotáveis.
Muitas celebridades da época conduziam o 3500 GT, incluindo o Príncipe Rainier III do Mónaco, o tenor Giuseppe di Stefano e atores como Alberto Sordi, Tony Curtis, Stewart Granger, Rock Hudson e Anthony Quinn. Segundo a Maserati, o “gentleman driver” Franco Cornacchia – que mais tarde se tornou representante da marca em Milão –, conduzia regularmente o seu 3500 GT entre as cidades de Milão e Modena, pela Autostrada del Sole, estabelecendo um recorde entre portagens de 39 minutos, para um percurso de cerca de 160 km.
Este Maserati 3500 GT AM 101.1954 , fabricado em Fevereiro de 1962, foi encomendado pelo antigo piloto e concessionário Maserati em Bologna, Cesare Perdisa, no mês Novembro de 1961, com carroceria cinzenta e interior azul. Do seu historial de proprietários fazem parte Peter Revson, em 1964, que inciava então a sua carreira na Formula Junior e Chris Amon, que para além de obter pódiuns na Formula 1, venceu também provas como as 24 Horas de Daytona e de Le Mans.
Pintado na cor Maserati “Blu Antile” mas com o interior em pele, na cor original “Scuro Blu”, este 3500 GT foi recentemente vendido em leilão, pela RM Auctions, por 137 500 Dólares, com toda a documentação que comprova a sua proveniência. Pelo meio ficou um processo de restauro que durou 12 anos.
Mais informações em www.rmauctions.com
Texto: Jornal dos Clássicos
Imagens: RM Auctions
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