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Plymouth XNR de 1960
Verdadeiramente único, o Plymouth XNR foi concebido em 1960 por Virgil Exner, um vanguardista designer americano conhecido pelo seu trabalhos para a Chrysler, em que explorava conceitos de aerodinâmica inspirados na aviação. Mais do que transportar para os automóveis, a cauda dos aviões – ou “barbatanas”, como ficaram conhecidas –, a missão de Exner era a de conferir à Chrysler um design mais futurista e menos “quadrado”, na América do pós-guerra, profundamente influenciada pelos temas da aviação a jacto e aeronáutica.
Ao contrário da maioria dos “dream-cars” da época, o protótipo do desportivo XNR (cuja designação se refere directamente ao próprio apelido de Exner) não foi fabricado em fibra, mas sim em aço, pela Carrozzeria Ghia, em Turim, baseado nos projectos de Exner. A base utilizada foi um chassis modificado do modelo Valiant, com um motor de 6 cilindros em linha e 2787 c.c., de configuração assimétrica, a combinar com todo o “tema” assimétrico do carro, concebido à volta do condutor. A “barbatana” vertical é uma clara homenagem ao Jaguar D, do qual Exner era um admirador. Mas se a história do projecto é por si só interessante, também a história deste carro, como objecto, está recheada de aspectos curiosos.
Embora Virgil Exner tivesse inicialmente a intenção de ficar com o protótipo em sua posse, após a sua apresentação em 1960, o carro acabou por ser devolvido à Ghia. Depois de vendido a um empresário suíço, passou a fazer parte da coleção de automóveis de Reza Pahlevi, o antigo Xá do Irão, tendo entretanto passado para as mão de um empresário do Kuwait, com o qual foi fotografado pela revista do National Geographic. O carro foi então vendido para o Líbano, no período que antecedeu a guerra civil naquele país, tendo sido escondido quando começaram os combates. O actual proprietário libanês Karim Edde, descobriu o carro quando procurava automóveis desportivos para a sua coleção – iniciada em 1977, com apenas 15 anos – pelos destroços de Beirute. Já na sua posse, em 1989, o Plymouth XNR foi deslocado de camião entre vários armazéns, para escapar aos bombardeamentos, um objectivo atingido com sucesso. Depois da guerra terminar, em 1991, o carro ficou então a aguardar por uma oportunidade de restauro que surgiu apenas em 2008, quando Edde visitou o departamento de restauro da RM, no Canadá. Com os trabalho iniciados em 2009, o carro acabou por participar no Pebble Beach Concours d’Elegance de 2011, onde venceu o troféu Gran Turismo, fruto da precisão e qualidade do trabalho de recuperação. É este mesmo carro que vai ser levado a leilão pela RM Auctions, este fim de semana em Monterey, sem que tenha sido avançado um valor estimado de venda.
Mais informações em www.rmauctions.com
Texto: Jornal dos Clássicos
Imagens: RM Auctions