Alfa Romeo Giulietta Sprint Speciale, de 1961

Clássicos 03 Ago 2012

Alfa Romeo Giulietta Sprint Speciale, de 1961

Antes da Segunda Guerra Mundial, a Alfa Romeo gozava de uma mística claramente associada ao seu envolvimento com o desporto automóvel e tal como a Ferrari no pós-guerra, também a Alfa Romeu construiu a sua reputação baseada nas vitórias nas pistas. Desde 1911, quando participaram pela primeira vez dois modelos 24 HP na Targa Florio, passando pelas décadas de 20 e 30 com vitórias nas mais prestigiadas provas de automobilismo – como as Mille Miglia, Targa Florio e Le Mans – que a Alfa Romeo construía automóveis para ganhar corridas, reunindo nas suas fileiras alguns dos melhores, engenheiros e condutores do seu tempo – como Enzo Ferrari.

Criada em 1909, a A.L.F.A. (Anonima Lombarda Fabbrica Automobili) agregou em 1915 o nome do seu director de então, Nicola Romeo, apresentando em 1920 o seu primeiro automóvel sob a nova designação: o Alfa Romeo Torpedo 20-30 HP.

Entre 1928 e 1938, a Alfa Romeo venceu todas as Mille Miglia, excepto a de 1931, ganha por um Mercedes-Benz SSK, mesmo depois passar para a posse do estado italiano em 1932 (na qual se manteve até 1986 quando passou a fazer parte do Grupo Fiat) vencendo também em Le Mans em 1931, 1932, 1933 e 1934. Só quando a Alemanha nazi começou a financiar directamente a Auto Union e a Mercedes-Benz – não apenas para fomentar o orgulho nacional como também para desenvolver tecnologia a utilizar mais tarde em aplicações militares – é que a Alfa começou a perder o seu já habitual portagonismo.

Foi no entanto apenas após a Segunda Guerra Mundial, que Alfa Romeo entrou no mercado relativamente novo da produção em série, com o modelo 1900 e mais tarde com as várias versões do Giulietta.

O Giulietta SS

Apresentado no Salão Automóvel de Turim, em 1957, o Alfa Romeo Giulietta Sprint Speciale – ou SS, como também é conhecido – era, a par com o Sprint Zagato, uma das duas mais exclusivas versões do Giulietta. O seu deslumbrante design era claramente derivado do programa B.A.T. (Berlina Aerodinamica Tecnica) desenvolvido pela Alfa em colaboração com Giuseppe “Nuccio” Bertone, em meados da década de 50, para desenvolver três protótipos cuja forma aerodinâmica produzisse mínima resistência ao ar possível. Embora esses estudos conduzissem ao que parecia uma solução perfeita para a versão de competição do Giulietta Sprint Veloce, este Sprint Speciale provou ser no entanto demasiado pesado para a tarefa, tornando-se num elegante carro de estrada, num projecto assinado por Franco Scaglione.

O seu motor de 4 cilindros e 1290 c.c. estava equipado duas árvores de cames e dois carburadores Weber, debitando 116 cv. Aliado a uma caixa manual de quatro velocidades, este motor propulsionava o Giulietta SS a uma velocidade máxima superior a 160 km/h, possível também graças ao seu reduzido coeficiente aerodinâmico de apenas 0,28.

Quando em 1963, o modelo foi substituído pelo Giulia SS – com um interior mais luxuoso e com um motor 1570 c.c., capaz de atingir os 200 km/h –, tinham já sido construídos 1366 Giulietta SS.

De acordo com os arquivos de fábrica da Alfa Romeo, este Giulietta Sprint Speciale saiu da fábrica de Arese em 27 de Novembro de 1961. O primeiro proprietário foi a Régie Nationale Usines, em Billancourt, França, o que é, na verdade, a fábrica da Renault. O carro passou entretanto pela Holanda – onde beneficiou de um profundo restauro, que abrangeu não só a carroceria como orgãos mecânicos –, tendo então sido vendido para Espanha e posteriormente levado para os Estados Unidos, onde se encontra.

Depois de terem sido algo negligenciados pelos colecionadores durante décadas, o interesse (e consequentemente o valor) dos Giulietta Sprint Speciale tem crescido exponencialmente nos últimos anos. Se em 2008 foi vendido pela Coys, um exemplar de 1961 por mais de 49 mil Dólares, já em 2011 foram vendidos dois exemplares igualmente de 1961, por 154 e 209 mil Dólares americanos, pela leiloeira Gooding & Company.

Este Alfa Romeo Giulietta Sprint Speciale de 1961 será levado a leilão pela RM Auctions, em Monterey, a 17 e 18 de Agosto, com um valor estimado de venda situado entre os 175 e os 225 mil Dólares americanos, ou o equivalente a cerca de 183 mil Euros ao câmbio de hoje.

Mais informações em www.rmauctions.com

Texto: Jornal dos Clássicos

Imagens: RM Auctions – Gabor Mayer

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