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Foi em meados do passado mês de Junho que a Porsche convidou cerca de quarenta membros da imprensa mundial a visitar as instalações do seu novo armazém de 9905 m2, onde pretende reunir todos os cerca de 500 automóveis do seu museu, que não se encontrem em exposição – quer no seu museu em Zuffenhausen, que habitualmente expõe cerca de 80 carros nos seus 5600 m2, quer nos cerca de 350 eventos e actividades nos quais participa por todo o mundo, no âmbito do seu programa “Museu-sobre-rodas”. O Jornal dos Clássicos foi um dos dois meios nacionais convidado a estar presente na ocasião. Fomos recebidos por Achim Stejskal, director do Museu, Dieter Landenberger, responsável pelo arquivo histórico da Porsche, e Alexander Klein do departamento de Clássicos, que nos acompanharam numa visita pormenorizada a alguns dos modelos acabados de chegar. Da extensa lista de “belas adormecidas” (como foram designados internamente) destacamos um 906 que esteve guardado desde a última vez que correu na Bélgica, em 1966; um 910 que correu na Targa Florio de 1967, igualmente preservado tal como terminou a prova; o primeiro 930 Turbo a ser produzido, em 1974, com uma carroceria estreita, propriedade de Luise Piëch – irmã de Ferry Porsche (casada com Anton Piëch e mãe de Ferdinand Piëch, o actual “patrão “ do grupo VW); o único 968 Clubsport Cabrio no mundo; e um raríssimo 944 “double-Targa” a marcar apenas 300 km percorridos.
340 automóveis e 208 motores
Com cerca de 10 automóveis adicionados anualmente à sua coleção, os responsáveis do Museu Porsche procuravam já algum tempo um local que reunisse as condições necessárias para este armazenamento – nomeadamente que fosse localizado perto do Museu e da fábrica de Zuffenhausen e com uma área suficientemente grande para guardar a colecção de automóveis e motores, como também onde pudessem ser realizadas pequenas exposições. Após a conclusão das obras neste edifício em Kallenberg, teve início a mudança dos 340 automóveis, sendo que 40 se deslocaram pelos seus próprios meios (como foi o caso do 550 Spyder de 1956, conduzido por Achim Stejskal e do 356 Speedster de 1954 conduzido por Alexander Klein e do Carrera RS de 1973 que foi recentemente adquirido), enquanto os restantes 300 – bem como os 208 motores – foram transportados por camião. Um desses camiões chegou exactamente na nossa presença e tivemos oportunidade de ver descarregado um raríssimo 908 de chassis curto e carroceria fechada, que correu entre 1968 e 1975. Para além dos modelos que ostentam o brasão Porsche, fazem também parte da coleção, automóveis desenvolvidos para outros construtores, em regime de “outsourcing” ou co-fabricação, como é o caso do Mercedes-Benz 500E de 1991.
Ao todo, foi deslocado o equivalente a 100 000 cv no conjunto de modelos, que abrangem uma extensa faixa temporal, entre 1900 e 2012, entre modelos de estrada, competição, protótipos e “muletos” para carros de produção.
Por óbvias razões de segurança a Porsche prefere não divulgar a localização exacta do novo espaço, pelo que fomos aconselhados a não fotografar o exterior do edifício.
Manter e restaurar
A missão principal do Museu Porsche é hoje a de preservar, expandir e completar a sua coleção de automóveis, documentando o desenvolvimento de todos os produtos Porsche, preservando ao máximo as condições de originalidade, mesmo quando há que proceder a um restauro. Há também um objectivo de colocar em condições de normal funcionamento as chamadas “belas adormecidas” – os automóveis que se encontram parados há anos – bem como modelos mais recentes, como os 936/81, 962 C e GT1 vencedores de Le Mans.
Achim Stejskal e Alexander Klein chamaram a atenção para uma “nova dimensão de trabalho de relações públicas” no que respeita aos veículos históricos desde a inauguração do novo Museu na Porscheplatz, a 31 de Janeiro de 2009, com uma “intensificação da apresentação do ADN Porsche em todo o mundo”. Segundo os seus responsáveis, o conceito do Museu Porsche baseia-se em dois princípios fundamentais: variedade e vitalidade. Esses atributos estão particularmente em evidência na oficina com fachada de vidro do próprio Museu e no “Museu-sobre-rodas”: em vez de exposições estáticas convencionais, o Museu Porsche opta por apresentar uma “imagem em constante mutação” uma vez que os objetos em exposição são regularmente inseridos em eventos e corridas históricas, cumprindo assim este “Museu-sobre-rodas” a finalidade para a qual os automóveis foram originalmente construídos.
Mais informações em www.porsche.com/portugal/aboutporsche/porschemuseum
Texto: Vasco Ricardo
Imagens: Porsche/Jornal dos Clássicos-Vasco Ricardo
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