Sérgio Pininfarina - uma vida cheia com belas formas

Arquivos 12 Jul 2012

Sérgio Pininfarina – uma vida cheia com belas formas

Pininfarina é um nome que imediatamente associamos a automóveis italianos, de belas e voluptuosas formas, como por exemplo o Ferrari 212 Inter, o Lancia Aurélia ou o Alfa Romeo Spider. Mas, mais do que uma casa de carroçarias e design italiana, Pininfarina é também o nome de um dos mais proeminentes designers da segunda metade do século XX.

Nascido Sergio Farina, em Turin em Setembro de 1926, adoptou mais tarde a alcunha “Pinin” do pai Battista Farina (que significa “pequeno” ou “o mais novo da família”, na região de Piedmont) e que é imediatamente reconhecida e relacionada com a empresa fundada em 1930: Carrozzeria Pinin Farina. Depois de concluir uma licenciatura em engenharia mecânica na Universidade Politécnica de Turim, em 1950, é com 20 anos que ingressa na empresa da família, da qual se tornou director executivo em 1961 e presidente em 1966, após a morte do pai.

Ao longo dos anos em que trabalhou como designer, influenciou de forma indelével o mundo dos automóveis, com as suas formas e soluções inovadoras. O seu túnel de vento construído em 1972, foi o primeiro em Itália e um dos primeiros no mundo a ser utilizado como ferramenta habitual para o desenvolvimento de um automóvel. Intimamente associado à Ferrari – empresa da qual foi membro do conselho de administração durante 42 anos – Pininfarina concebeu alguns dos mais emblemáticos automóveis da marca do “cavallino”, como o 250 GT Coupé de 1958, o Dino de 1965, o Daytona de 1968, Testarossa de 1984, o F40 de 1987 e o Enzo de 2002 que se tornou instantaneamente num modelo de colecção. É também da sua responsabilidade a concepção do modelo único P4/5, baseado num Enzo, para o colecionador James Glickenhaus.

Mas a cooperação da empresa com os construtores estendeu-se a outras marcas, não apenas na Europa mas também no resto do mundo, como Alfa Romeo, Bentley, Cadillac, Hyundai, Maserati, Peugeot, Rolls-Royce ou Volvo, para nomear apenas alguns. A marca das suas formas é reconhecida em modelos tão insuspeitos como o MGB de 1962, o Corvette Rondine de 1963, Fiat 124 Spider de 1986 e Peugeot 406 Coupé de 1997, considerado unânimemente como um pequeno Ferrari. Mas o nome do homem confunde-se com o nome da própria empresa, com as suas ligações políticas a possibilitarem-lhe a alteração formal do seu nome, em 1961, por decreto presidencial. Obteve também um assento no Parlamento Europeu pelo Partido Liberal italiano, entre 1979 e 1988, acabando por ser nomeado senador vitalício em 2005, pelo presidente italiano.

Luca di Montezemolo, o actual presidente da Ferrari, disse a propósito de Pininfarina: “intitular como lendária a sua relação com a Ferrari será insuficiente. Primeiro com Enzo e depois comigo, Sergio projetou alguns dos nossos modelos mais emblemáticos, ligando o seu nome de forma indissolúvel à nossa história e ao nosso sucesso. Foi um dos mais importantes defensores do conceito ‘Made in Italy’ em todo o mundo, um homem que deu credibilidade e esplendor a Itália”.

Sergio Pininfarina, o homem que desenhou alguns dos carros mais belos do mundo, morreu no início de Julho, na cidade onde nasceu, aos 85 anos.

Texto: Jornal dos Clássicos

Imagens: Pininfarina

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