Mercedes-Benz 280 SE  3,5 descapotável, de 1970

Mercado 22 Jun 2012

Mercedes-Benz 280 SE 3,5 descapotável, de 1970

Foi em 1957 que a Mercedes-Benz iniciou a concepção dos novos modelos de duas portas, para substituir a curvilinea geração de automóveis do pós-guerra, conhecidos como “pontoon” devido à forma curva dos seus guarda lamas proeminentes – como o 190 SL de 1955. Um dos modelos a surgir das pranchas de desenho foi o 220 SE, fruto do trabalho do engenheiro Paul Bracq, num estilo de carroceria misto, apresentando uma traseira marcada pelas chamadas “barbatanas” verticais – ou “heckflosse” – tanto na moda, claramente influenciado (mas nunca de forma assumida) pelo design automóvel de Detroit.

Com a maior parte do chassis e conjunto de motor e caixa a ser partilhado com o modelo de 4 portas, a produção teve início no final de 1960, com o 220 SE coupé a ser estreado em Estugarda durante o 75º aniversário da inaguração do Museu Mercedes-Benz. A versão descapotável surge alguns meses mais tarde, por ocasião do Salão Automóvel de Frankfurt.

Ao contrário da geração “pontoon” anterior, nessa altura estava apenas disponível um nível de motorização, para o coupé e o descapotável: o motor de 2195 c.c. M127. No entanto em Março de 1962, a Mercedes-Benz lançou a versão 300 SE, com frisos cromados, suspensão a ar e o motor de 2996 c.c. M189B. Em 1965 foi a vez da versão 500 E, equipada com o novo motor de 2496 c.c. M129 e 150 cv, substituir o 220 SE, seguindo-se-lhe o 280 SE em Novembro de 1967, com o motor de 2778 c.c. M130 e 160 cv. Estas alterações mecânicas viriam a permitir ao moderno 280 SE superar o 300 SE em aceleração, apesar do seu motor de menor capacidade.

Em Agosto de 1969, surge a versão 3,5 litros do 280 SE, num regresso às altas cilindradas da Mercedes-Benz, iniciado no final da década de 60 e início de 70, após uma flexibilização progressiva das restrições fiscais, que anteriormente dissuadira os clientes de comprar carros com motores de grande capacidade. Assim surge o 280 SE 3,5 equipado com o novíssimo motor M116, em configuração V8, com 3499 c.c. e 200 cv. Com um bloco em ferro fundido, cabeças de cilindro em liga de alumínio e árvore de cames à cabeça, ignição e injeção eletrónica de combustível Bosch, o Mercedes-Benz 280 SE 3,5 era capaz de atingir uma velocidade máxima de 210 km/h e uma aceleração dos 0 aos 100 em apenas 9,5 segundos (ou 11,5 em com caixa automática). Refira-se que, com um preço aproximado de 10 500 Euros em 1970, a versão descapotável era mais cara cerca de 2500 Euros do que o coupé.

Embora o SEL de 4 portas da mesma época, apresentasse já uma carroceria da “nova geração”, tanto o coupé como o descapotável manteveram as elegantes linhas que o 220SE tinha estreado em 1959, tornando-o num modelos clássicos mais procurados actualmente pelos colecionadores mais exigentes.

Este Mercedes-Benz 280 SE 3,5 de 1970, com chassis nº 11102722001799 foi um dos 1232 exemplares produzidos e vai ser levado a leilão pela Bonhams, no próximo dia 29 de Junho, a propósito do Goodwood Festival of Speed. De cor azul-prata, com interior e capota de lona em preto, veio equipado de fábrica com transmissão automática, ar condicionado, vidros elétricos e sistema de som estéreo Becker, como aliás era habitual nos modelos de luxo.

Descrito como estando em bom estado geral, é fornecido com manual do proprietário e certificação de originalidade Mercedes-Benz. Tem um valor estimado de venda entre 110 e 160 mil Euros.

Mais informações em www.bonhams.com

Texto: Jornal dos Clássicos

Imagens: Bonhams

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