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Clássicos • 11 Jun 2012
Fiat 500 Nuova de 1958, um utilitário económico do pós-guerra
Concebido pelo designer romano Dante Giacosa, para atender à enorme procura de automóveis económicos, na Europa do pós-guerra, o Fiat 500 revelou-se um veículo extremamente prático e popular. Inicialmente introduzido com um motor bi-cilindrico de 479 c.c. e apenas 13 cv, montado na rectaguarda, o “Cinquecento” (designação com clara referência à diminuta cilindrada) possuia no entanto um coeficiente de resistência aerodinâmica de 0,38, proporcionando-lhe um desempenho muito bom para a época.
Com a sua produção iniciada em 1957, o “Nuova”, apresentava um característico tecto de abrir em tela que se estendia a todo o comprimento do carro e que dobrava sobre a traseira. Embora o seu estilo se tenha mantido practicamente inalterado ao longo do seu ciclo de produção de 18 anos, durante o qual sofreu várias modificações técnicas, o tecto foi no entanto uma característica alterada, passando a dobrar apenas a meio, ao longo do topo do carro, logo com a substituição pela versão 500D, em 1960. A principal diferença entre os dois modelos residia no entanto na adopção de um motor de maior dimensão, agora com 499 c.c., – anteriormente utilizado nos modelos Sport, com a sua distinta faixa encarnada –, e que produzia mais 4 cavalos para um total de 17.
Foram produzidas versões desportivas do 500 em Itália, tanto por Abarth como por Giannini, como também na Áustria, pela Steyr-Puch, com recurso aos seus motores de moto.
Além da versão de duas portas, que abriam ao contrário, o Fiat 500 também estava disponível, a partir de 1960, em versão carrinha, denominada “Giardiniera”. Com uma distância entre eixos mais longa em cerca de 10 cm, esta versão 500K estava equipada com os travões de maiores dimensões do Fiat 600 e tinha o motor colocado sob o piso da traseira, de modo a criar uma superfície de carga plana. O K também apresentava portas de abertura para a frente, e foi o único modelo a manté-las até 1970.
A produção do 500 terminou em 1975, com o seu substituto 126 a nunca atingir o mesmo nível de popularidade em Itália.
Este Fiat 500 Nuova de 1958, aqui apresentado, foi há cerca de um mês vendido em leilão, por 33 600 e provém de uma das mais importantes coleções italianas de modelos Fiat.
Foi recentemente submetido a uma uma restauração completa, de carroceria, motor e interiores, apresentado estofos em tecido verda da época. Segundo a prestigiada leiloeira canadiana RM Auctions, este 500 Nuova foi fornecido ao seu novo proprietário com documentos de registo originais, manuais, macaco de roda, bem como um conjunto completo de ferramentas na sua bolsa original. O carro era também acompanhado por um certificado de acreditação da ASI, bem como uma placa de ouro da Fiat, confirmando a originalidade do veículo.
Texto: Jornal dos Clássicos
Imagens: RM Auctions