Ford GT de 2005 avaliado em 375 mil dólares

Mercado 28 Mai 2012

Ford GT de 2005 avaliado em 375 mil dólares

Ford GT é a primeira designação do automóvel que veio a ser conhecido como Ford GT40, depois de vencer a mítica corrida das 24 Horas de Le Mans quatro vezes seguidas, entre 1966 e 1969. Concebido em 1960, o projecto GT40 – como era internamente designado pela Ford – surge como resposta à quebra unilateral, por parte da Ferrari, das negociações para a sua aquisição pelo construtor americano. Esta quebra, teria sido originada por dois factores: por um lado a FIAT, ao tomar conhecimento de que a Ferari seria vendida, queria manter a marca Ferrari sob domínio italiano; por outro lado discrepâncias acerca da participação da Ferrari na prova das 500 Milhas de Indianápolis, na qual a Ford desejava manter o domínio do fornecimento de motores. Seja como for, a partir dessa ocasião, Henry Ford II concentra os esforços da sua empresa para criar um automóvel capaz quebrar o domínio da Ferrari em Le Mans, baseado no Lola MkVI, um automóvel avançado para o seu tempo que apresentou bons resultados em 1963. Para além do designer-chefe da Lola Cars, Eric Broadley, foram também contratados pela recém criada Ford Advanced Vehicles Ltd, o engenheiro Roy Lunn (o responsável pelo Ford Mustang I) e com John Wyer, o ex-director de equipa da Aston Martin, como lider do projecto.

Depois do chassis GT/101 ter sido apresentado em Inglaterra, em Março de 1963 seguiram-se vários anos de desenvolvimento, com Carroll Shelby a assumir entretanto o lugar de Wyre, até que em Junho de 1966 a carro vence finalmente as 24 de Le Mans, ocupando os 3 lugares do pódio. A cilindrada dos motores V8 variou entre os 4181 c.c. e os 6997 c.c. A designação 40 refere-se à altura do automóvel, em polegadas (ou cerca de 1 metro).

A versão moderna do Ford GT

O moderno Ford GT surge em 2002, como uma homenagem ao mítico vencedor de Le Mans, pela mão de J. Mays no Salão do Automóvel Internacional Norte-Americano, em Detroit. Tão entusiastica foi a reação da imprensa e do público, que o presidente da Ford, William Clay Ford Jr., decidiu dar luz verde a uma versão de produção limitada, a tempo das comemorações do centenário da Ford Motor Company. O maior desafio da equipa liderada por John Coletti seria fazer com que as prestações da versão de produção estivessem de acordo com o legado do GT40 original, alcançadas com Shelby.

Em apenas três meses, uma equipa de designers e engenheiros equipados com a mais recente tecnologia CAD cumpriu os objectivos estabelecidos pela Ford. Quando concluídos, os três primeiros carros foram levados para o palco das comemorações do centenário, conduzidos por três lendas vivas do automobilismo: o tri-Campeão Mundial de Fórmula 1 Jackie Stewart levou o primeiro carro para o palco, seguido pelo vencedor de Le Mans de 1967 Dan Gurney e pelo próprio Carroll Shelby no último carro. O motor de 5,4 litros de 550 cv, duas árvores de cames à cabeça, injecção sequencial de combustível “multi-port” com dois injectores por cilindro, estava acoplado a uma caixa manual de seis velocidades.

Com um limite máximo de 4500 unidades, a produção do Ford GT iniciou-se em 2004, sendo os primeiros carros a serem entregues em Agosto desse ano. Como curiosidade, refira-se que primeiro Ford GT disponibilizado a qualquer membro do público geral foi o chassis número 10, e foi vendido diretamente pela Ford Motor Company num leilão de beneficencia. Outros exemplares foram oferecidos a uma clientela selecionada, uma vez que era considerado um privilégio possuir um desses carros mais antigos. Parte do contrato de compra incluía uma cláusula em que o proprietário se comprometia em manter o carro por pelo menos 24 meses, durante o qual a Ford poderia exercer o direito de preferência para comprar o carro de volta. Os números de chassis de 01 a 09 foram reservados para “uso interno”, da Ford, seguindo uma longa tradição na qual os primeiros exemplares são sempre oferecidos aos membros da família Ford e certos executivos. Foi exactamente como agradecimento pelos seus serviços e dedicação como membro do concelho de administração da Ford, que Michael Dingman recebeu um desses automóveis, com o chassis número 2 – acredita-se que número 1 pertence à Ford Motor Company. Este automóvel está integrado na “Dingman Collection” e será levado a leilão pela leiloeira canadiana RM Auctions, nos próximos dias 9 e 10 de Junho.

Com uma pintura “Mark II Black”, riscas de competição brancas e jantes em liga de alumínio BBS, este Ford GT está ainda equipado com um sistema de som McIntosh Audiophile. O interior é pautado pelos acabamentos em alumínio e os assentos de couro preto são perfurados, no melhor estilo de competição dos anos 60. O valor estimado de venda varia entre os 325 e os 375 mil dólares.

Do mesmo leilão fazem ainda parte 50 automóveis e uma colecção de 1400 sinais e placas de néon, estanho e porcelana de Michael Dingman.

Mais informações em www.rmauctions.com

Texto: Jornal dos Clássicos

Imagens: RM Auctions

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