Um Fiat Abarth “Bialbero” 1000 no Mónaco

Clássicos 02 Mai 2012

Um Fiat Abarth “Bialbero” 1000 no Mónaco

O carro de que falamos seguidamente é bem um exemplo de que não é preciso ter um motor de elevada capacidade nem ter um cavalo ou um touro no emblema, para ser considerado raro, desejado e marcar digna presença nos mais prestigiados leilões. Basta ser… italiano.

Com a sua pintura encarnada adornada pelos círculos brancos de competição e o seu interior “lightweight” tradicional dos Abarth, este Fiat Abarth 1000 Coupé “Bialbero”, de 1963, com o chassis nº129/0555 foi entregue e registado pela primeira vez em Itália, de onde nunca saiu. Foi adquirido pelo actual proprietário em Veneza, em 1983, a Giuseppe Ceccon, que por sua vez o havia comprado a Danilo Calmonte, um conhecido organizador de eventos italiano. Em 1984, o atual proprietário solicitou homologação da FIA para este Coupé, participando numa corrida histórica no Autodrómo de Monza, onde muitos destes automóveis correram na década de 60. Após a prova, o carro foi submetido a uma total reconstrução do motor pelo especialista Abarth Aldo Zannone, em Biella, Itália. Terminado o trabalho, este “Bialbero” manteve-se guardado desde então, tendo visto o seu uso limitado, mantendo-se um veículo mecânicamente fresco e praticamente sem utilização desde que foi reconstruído.

Mantendo as suas chapas de matrícula italiana originais, este lindíssimo Fiat Abarth 1000 Coupé “Bialbero” que é apresentado agora a leilão no Mónaco, pela RM Auctions, permaneceu 25 anos na posse do mesmo proprietário, sendo fornecido com certificação italiana ASI bem como os referidos documentos FIA. Por ser um modelo que continua nos dias de hoje a cativar entusiastas em todo mundo, o valor esperado de venda pela leiloeira canadiana, encontra-se entre os 150 e os 180 mil Euros.

Duas árvores

É com a introdução da dupla árvore de cames no motor Abarth de 982c.c. que surge o “Bialbero” 1000 – “bialbero” quer dizer literalmente duas árvores, em italiano. Este motor era um derivado do que equipava o Fiat 600, mas com uma cilindrada e curso maiores, aliados a uma cabeça DOHC, com câmaras de combustão hemisféricas e uma taxa de compressão maior. Uma versão deste motor foi usada para propulsionar um protótipo com uma carroceria Pininfarina que bateu vários recordes durante dois dias, chegando a atingir uma velocidade média de 190km/h.

O 1000 Bialbero fez então a sua primeira aparição publica durante o Salão Automóvel de Turin de 1961, com o seu motor de quatro cilindros DOHC em linha, de 982c.c. e 91 cv, carburador Weber duplo “twin-choke”, caixa manual de quatro velocidades e travões de disco à frente e de tambor atrás.

Uma das vitórias importantes deste motor em 1962 ano aconteceu nos 500km de Nurbürgring, na qual foram inscritos 14 Abarths, acabando estes por vencer a prova. Essa vitória deu a Carlo Abarth o título da Divisão 1 (até 1000cc) do Campeonato de Marcas de 1962. No resto do ano, os “Bialberos” dominaram as sub-classes do Campeonato Italiano.

Este leilão da RM no Mónaco, está agendado para os próximos dias 11 e 12 de Maio, no Fórum Grimaldi, em Monte Carlo, no mesmo fim de semana em que decorre o GP Histórico do Mónaco.

Mais informações em www.rmauctions.com

Texto: Jornal dos Clássicos

Imagens: RM Auctions

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