Clássicos • 17 Abr 2012

Clássicos • 26 Abr 2012
Jean-Pierre Beltoise comemora hoje 75 anos
Jean-Pierre Beltoise nasceu em Paris, faz hoje precisamente 75 anos, no 26 de Abril de 1937. Após o que considera uma infância feliz, foi desde muito jovem, atraído pelo barulho dos motores sobretudo, das motos e dos carros. Foi contudo nas motos que iniciou a sua carreira como piloto de competição, em 1961. De facto, antes de se tornar mais conhecido como piloto nas quatro rodas, Beltoise conquistou, em apenas três anos, 11 títulos franceses em moto, tendo também participado nos grande prémios de 1962, 63 e 64. Neste último ano, Jean-Pierre Beltoise obteve aquela que foi a sua melhor classificação nas duas rodas – um sexto lugar no Campeonato do Mundo de 50 cc., para a equipa alemã Kreidler.
A sua primeira corrida de automóveis em 1964 quase lhe custou a vida: no dia 4 de Julho durante as 12 horas de Reims, o seu Bonnet 1100 com o nº 53 despistou-se e o carro ardeu completamente. Chegando a ser dado como morto, Beltoise foi encontrado num dos campos que ladeavam a pista com fracturas que lhe custaram 10 meses de tratamento hospitalar e lhe limitaram, desde então, os movimentos do braço esquerdo.
Ainda não totalmente recuperado do seu acidente, Jean-Pierre Beltoise convenceu o patrão da Matra, Jean-Luc Lagardère, a correr na Fórmula 3. Obtendo os primeiros sucessos nesta categoria, logo em 1965, torna-se campeão de França – o primeiro campeão francês.
Em 1966, Beltoise iniciou uma longa carreira na Fórmula 2, ao volante de um Matra, carreira que durou até 1975 e que manterá em paralelo com a Fórmula 1, de 68 a 74. Ao vencer o GP da Alemanha de F2 de 1966, debaixo de muita chuva, no circuito de Nurburgring, Beltoise deu a conhecer aquela que viria a ser a sua especialidade: correr em pista molhada.
Em 1968 foi Campeão Europeu de F2 categoria com 3 vitórias nas pistas de Jarama, Zandvoort e Hockenheim.
A vitória no Mónaco
Ainda em 1967, Jean-Pierre Beltoise iniciou o seu trabalho com a Matra tendo em vista a temporada de Fórmula 1, testando um carro já equipado com o motor 3 litros V12 que o apoio da Elf entretanto permitiu desenvolver. Foi então que venceu o GP de Buenos Aires e obteve também o segundo lugar no GP da Holanda do mesmo ano. Em 1969, foi recrutado por Ken Tyrrell para fazer equipa com Jackie Stewart, terminando em segundo lugar no GP de França de 1969. Em 1971, enquanto corria para a Matra na categoria sport-protótipos, viu-se envolvido no acidente que vitimou Ignazio Giunti, nos 1000 Km de Buenos Aires, e viu a sua licença desportiva internacional ser suspensa por algum tempo. Em 1972, juntou-se à BRM, tornando-se o seu principal piloto, equipa para a qual obteve aquele que foi talvez o seu maior triunfo de sempre: venceu o GP do Mónaco debaixo de intensa chuva.
Retirou-se da Fórmula 1 no final da época de 1974, mantendo em actividade nesta categoria como piloto de testes para a Ligier.
Em 1976 voltou entretanto a sua atenção para as corridas de carros de turismo em França, onde conquista o título para a BMW, repetindo a proeza no ano seguinte. Entretanto, em 1976, vence as 24 Horas Le Mans, na categoria GTP, ao volante de um Rondeau-Inaltera, de Pescarolo. Sucederam-se outras aventuras, como o campeonato francês de Rallycross em 1979, categoria na qual que foi campeão em Alpine-Renault.
Desde 31 de Outubro de 1993, data da sua última corrida para a Porsche Carrera Cup, que Beltoise se mantém retirado da competição. Embora o seu nome seja mais facilmente associado à sua carreira na Fórmula 1, a verdade é que a participação de Jean-Pierre Beltoise como piloto nessa categoria é marcada por apenas 3 vitórias, das quais 2 foram extra-campeonato, 8 pódios, 2 poles e seis voltas mais rápidas. Mas o seu papel de herói francês do desporto automóvel, ficará para sempre associado às grandes provas gaulesas, surgindo mesmo a sua figura em obras de ficção, pela mão do seu amigo Jean Graton, nas histórias do “supremo” piloto francês Michel Vaillant.
Texto: Jornal dos Classicos
Imagens: Arquivo
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