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Os automóveis históricos e clássicos representam um investimento melhor que o ouro.
É essa a conclusão do livro publicado pelo Historic Automobile Group International (HAGI), o primeiro e único organismo independente para o estudo financeiro do investimento em automóveis raros e clássicos. Iniciado em 2007 pela mão do ex-banqueiro e entusiasta dos automóveis clássicos Dietrich Hatlapa, o HAGI criou benchmarks que monitorizam com precisão a evolução do mercado dos clássicos, – considerado cada vez mais como um investimento alternativo –, utilizando a metodologia financeira rigorosa geralmente associada a investimentos mais tradicionais. Para que os proprietários possam aferir a performance do seu investimento ao longo do tempo foram criados quatro índices mensais, à semelhança do que acontece nos mercados financeiros para outro tipo de activos, sendo mais significativo publicado no site do Financial Times – o Hagi Top.
Uma performance superior a outros investimentos
A conclusão a longo prazo é a de que o mercado dos automóveis clássicos obteve uma performance muito superior a outros investimentos, com uma valorização superior a arte, vinhos, ouro, e claro ao mercado bolsista, batendo o indice Standard & Poor’s 500 a trinta anos. Como refere Hatlapa, o objectivo desta abordagem é dar transparência ao sector e permitir que os potenciais investidores possam tomar decisões baseadas em informação concreta e fundamentada. “Quando comecei a interessar-me pelos clássicos como investimento fiquei espantado com a falta transparência que havia neste mercado. Os colecionadores e investidores tomavam decisões de compra baseando-se apenas em palpites e opiniões. Os investidores em mercados tradicionais teriam de basear-se em mais informações. É essa informação que estamos a fornecer para o mercado dos clássicos com o índice Hagi.” O HAGI possui uma base de dados proprietária que abrange mais de 100 000 transações reais. As entradas começam na data de fabrico dos carros e são atualizadas diáriamente. Os dados são recolhidos a partir de quatro fontes principais: contactos privados, especialistas nas marcas, concessionários e os resultados de leilões. Mas Dietrich Hatlapa adverte: “trata-se de um nicho de mercado, não um substituto para outros investimentos. Contudo se já investe noutras áreas, um clássico será sempre um excelente complemento para o seu portfolio, é algo que se tocar e disfrutar”.
Razão versus emoção
Na equipa do Jornal dos Clássicos acreditamos que um automóvel clássico não deve apenas considerado como um investimento devendo a sua compra ser sempre acompanhada pela paixão e pelos vistos não estamos sozinhos. “O mercado dos clássicos não deve ser visto apenas como um investimento”. Quem o afirma é James Knight, da leiloeira inglesa Bonhams. “Tal como acontece noutros mercados, pode subir e descer. Trata-se de um mercado para colecionadores com elevada envolvente emocional e não apenas um investimento racional, por isso não nos agrada particularmente o uso da palavra ‘investimento’ no mercado dos colecionadores de automóveis. Acreditamos que se tratarmos os carros como qualquer outro activo de bolsa, eles de facto se comportem como os outros activos de bolsa”.
De qualquer modo, os números analisados pelo HAGI são esclarecedores. Vejamos quatro exemplos comparativos, para veículos em elevadas condições de preservação e com baixa quilometragem. Os valores são cotados em libras, uma vez que a moeda única europeia só foi criada em 1999.
Ouro
Preço em 1980: £260 a onça
Preço agora: £1150 a onça
Ferrari Dino 246GT
Preço em 1980: cerca de £9000
Preço agora: £150 000
Porsche 911 Carrera RS 2,7
Preço em 1980: cerca de £9 000
Preço agora: acima das £200 000
Aston Martin DB5 de 1964
Preço em 1980: cerca de £10 000
Preço agora: superior a £300 000
Mercedes-Benz 300SL Gullwing
Preço em 1980: cerca de £25 000
Preço agora: £500 000
Refira-se que neste caso concreto que, este ano em Goodwood, a leiloeira Bonhams vendeu um exemplar de 1955 por £342 500. O mesmo carro tinha sido transacionado num leilão em 2001 por £122 500.
Mais informações em www.historicautogroup.com
Texto e imagem: Jornal dos Clássicos
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