Barbot e Bevilacqua os Primeiros Campeões

Arquivos 23 Dez 1996

Barbot e Bevilacqua os Primeiros Campeões

Em Braga, aquele arranque foi de mestre; Barbot, saindo da segunda linha da grelha para fugir pela esquerda e chegou ao fim da recta já na posição que não largaria – primeiro. Curiosamente, os tempos dos treinos cronometrados de sábado tinham sido piores do que os dos treinos livres, mas Barbot não esteve com meias medidas no domingo, o que significa que as aparências iludem, isto é, parece que a concorrência tem tudo controlado, mas afinal não tem…

No outro Porsche, Rodrigo Gallego foi o melhor dos treinos cronometrados, dividindo a frente da grelha com Rui Bevilacqua que, apesar de ser de outra “guerra” em termos de pontuação – até foi o único “Histórico” presente – sempre se vai intrometendo na frente. mas desta vez não pode abusar, porque os pneus, a dar para o gasto, não deixaram. Mas, se o piloto do Lotus azul se conformou com o terceiro lugar geral que ocupava, acabou por subir uma posição quando Gallego sentiu o motor a não desenvolver, acabando por ficar parado no circuito, dizendo adeus aos pontos. Além deste habitual trio da frente, Aníbal Rolo foi até Braga pela primeira vez, trabalhou sexta feira até tarde, rodou os seus primeiros metros de estreia no sábado, a adaptar-se gradualmente ao circuito, não sabendo ainda que todo este trabalho ia ser inglório.

Jorge Teixeira vinha a seguir, com o Porsche911 T2.4 que não conta com grandes “artilharias”; até podia ir por estrada até às provas e o curioso é que Teixeira, se é verdade que não tem alinhado em todas, lá vai tendo o seu prazer de concorrer sem grandes despesas.. Tal como António Ribeiro, noutra dimensão bem diferente, claro, com o Fiat 127 esse sim, a vir por estrada desde a Maia… Pombal da Costa teve desta vez um parceiro novo na classe CI. João Baptista (que ultimamente tem alinhado nas rampas galegas) igualmente a estrear-se no mundo dos circuitos – de que não ficou cliente… Quanto aos Grupo 5, Jorge Petiz, inscrito com o Porsche, acabou por não alinhar após um problema surgido nos treinos particulares durante a semana e Gilberto Pinto trouxe o Morris Cooper S amarelo com que domina o campeonato de rampas na Galiza, arranjando um parceiro para a corrida – Jorge Teixeira – pois foram os únicos que andaram juntos durante as doze voltas, desmembrado que ficou o pelotão logo a princípio, já sem Jorge Corrêa, que apenas percorreu alguns metros com o motor a falhar muito.

 Já se falou do arranque de Barbot, dos pneus gastos de Bevilacqua a requerer poucos excessos, da avaria de Callen. fale-se também do cano Andy Rolo: os fiscais de pias detectaram fuga de gasolina, avisaram para a chegada. De imediato foi mostrada, desde “poleiro” da meta, a bandeio preta e laranja ao piloto do Datsun 2A07Z, que passou 3 voltas sem a ver, até porque o sol estava de frente e muito baixo. Decidiram então dar-lhe bandeira preta e desta vez saltaram para a pista. Rolo parou então (a duas voltas do fim), mas ficou muito surpreendido porque o carro não estava afinal a perder gasolina, como se detectou de seguida. Nada a fazer, mesmo depois de muito tempo de conversações com a direcção da prova, que terá reconhecido o facto de Rolo não ter parado inicialmente porque de facto não viu a bandeira mas tudo ficou por aí. Um fim de festa inglório quando tudo estava a correr bem – o carro não tinha problemas, a camaradagem tinha junto um grupinho interessante, etc.

E pronto. A corrida não teve avanço enquanto cá atrás Pombal da Costa, uma vez resolvido um problema de embraiagem • que parecia simples e acabou por ser complicado – foi traído por um rolamento de cubo de roda e teve de terminar a prova muito devagar. Não havendo carros de dois litros presentes, a diferença de andamentos notou-se bastante, com o Porsche da frente a não tardar muito a dar uma volta ao Fiat 127… que poderá ter mais “irmãos em pista, pois a ideia da F3 Auto, de preparar mais alguns 127, vai em frente e lá para Junho pensa-se que já os teremos a rodar. No campeonato, são contabilizados os cinco melhores resultados; Barbot tinha quatro vitórias e Gallego tinha duas; mesmo que este ganhasse as duas últimas competições, os factores de desempate davam a vitória final a Carlos Barbot, que assim terá saído já de Braga como o primeiro Campeão Nacional de Clássicos no nosso automobilismo. Outro campeão é Rui Bevilacqua, sem rivais nos “Históricos”. Quanto ao Troféu de Grupo 5, tudo pode acontecer, pois Jorge Petiz, Teotónio Pereira e Gilberto Pinto ocupam no primeiro lugar com 30 pontos.

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